John Osborne, foi um dos principais autores do teatro inglês da metade do século XX, ao lado de Edward Albee e Harold Pinter

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Dramaturgo John Osborne

 

John James Osborne (Londres, 12 de dezembro de 1929 – Shropshire, 24 de dezembro de 1994), dramaturgo britânico.

 

Osborne foi um dos principais autores do teatro inglês da metade do século XX, ao lado de Edward Albee e Harold Pinter.

 

Em 1956, marcou época com “Look Back in Anger”, sátira aguda ao convencionalismo britânico. No Brasil a peça se chamou “Geração em Revolta”.

 

O protagonista da peça, Jimmy Porter, se tornou um símbolo do rebelde dos anos 50. Osborne ficou conhecido como um dos “angry young men” (jovens raivosos), um grupo de artistas –que incluía também o escritor Kingsley Amis (1922-1995), por exemplo– que chacoalhou a cultura britânica no pós-guerra.

 

Como “Look Back in Anger”, os dramas sociais que Osborne escreveu em seguida –sempre com diálogos cortantes, invectivas à sociedade e situações de patética tensão– tiveram forte influência na mentalidade dos anos 60.

 

Entre suas principais peças estão também “The Entertainer”, “Inadmissible Evidence”, “The Hotel in Amsterdam” e “A Patriot for Me”.

 

Em 1964 escreveu o roteiro do filme “Tom Jones”, baseado no clássico de Fielding, e recebeu um Oscar por ele.

 

Suas peças “Look Back in Anger” e “The Entertainer” também foram filmadas, com Richard Burton e Laurence Olivier, respectivamente, nos papéis principais. Olivier surpreendeu a crítica, acostumada às suas interpretações shakespearianas, como o comediante que é “um homem morto por trás dos olhos”.

 

Escritor irregular, Osborne baseava a força de seus dramas nos diálogos. “Look Back in Anger”, por exemplo, tinha cinco personagens e o cenário da primeira montagem era apenas uma grande caixa de madeira. Mas uma das falas dizia: “Acho que as pessoas de nossa geração não são mais capazes de morrer por boas causas”.

 

Ele nasceu John James Osborne em 12 de dezembro de 1929, de família pobre. Idolatrava o pai, ator, e detestava a mãe. Deixou-os aos 19 anos para também ser ator, mas escreveu sua primeira peça e descobriu outra carreira.

 

Narrou suas memórias no livro “Almost a Gentleman” (Quase um cavalheiro), publicado em 1992. Criou celeuma por expor opiniões azedas sobre seus colegas e suas ex-mulheres. O suicídio de sua quarta mulher, por exemplo, foi descrito como “uma atitude grosseira de uma dona-de-casa temperamental”.

 

Não que a fúria fosse novidade em se tratando de Osborne. Apesar de se dizer rebelde sem causa, ele ia com frequência aos jornais para denunciar isso e aquilo.

 

Nos anos 70, insatisfeito com a reação da crítica a uma peça sua, lançou nos jornais uma campanha contra os críticos de teatro, que considerava “mesquinhos”.

 

Não deixava de ter razão. Seu sucesso começou aos 25 anos; aos 45, ainda havia quem falasse no futuro brilhante que ele teria. Depois da metade dos anos 70, pouco produziu que reverberasse.

 

Osborne se casou cinco vezes. Considerado irascível, teve vida particular controversa. Em entrevista recente, Osborne perguntou: “Quem quer viver até os 110 anos se isso significa viver sem fumar e sem beber?”.

 

John Osborne faleceu em em Shrop- shire (Inglaterra), em 24 de dezembro de 1994, aos 65 anos, depois de um ataque cardíaco. Estava internado havia uma semana. Era diabético e bebia muito.

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/12/27/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO / ILUSTRADA / DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS E DA REPORTAGEM LOCAL – São Paulo, 27 de dezembro de 1994)

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