Joan Brossa, o máximo expoente da vanguardista artística catalã da segunda metade do século 20.

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Joan Brossa (Barcelona, 19 de janeiro de 1919 – Barcelona, 30 de dezembro de 1998), o máximo expoente da vanguardista artística catalã da segunda metade do século 20.

Figura cercada de histórias curiosas – talvez devido a grande aproximação entre sua vida e obra -, Brossa esteve em permanente movimento. Toda sua vida pode ser vista como um processo de experimentação constante que resultou numa impressionante obra plástica e poética: numerosos trabalhos de poesia em verso, poesia visual, poesia objeto, instalações, poemas transitáveis (esculturas-poema em locais públicos), poemas cênicos (textos para teatro) e roteiros cinematográficos.

Sua obra é tão engajada quanto cheia de humor. Tão irônica quanto lírica. Tão ligada ao cotidiano e as suas raízes catalãs quanto inovadora e subversiva. Tão diversificada quanto rica.

Vim a conhecer a obra de Joan Brossa durante uma palestra realizada pelo professor Marcelo Drummond no NECI – Núcleo de Estudos da Cultura do Impresso, da Escola de Belas Artes da UFMG no princípio de 2003. Foi ele também quem me trouxe o depoimento de que Brossa fazia truques de mágica e ilusionismo em pleno metrô de Barcelona (o que fazia também nas ruas da cidade e nos saraus que promovia). “A gente estava andando de metrô e de repente via o Brossa cuspindo bolas de borracha, ou fazendo malabarismo com cartolas e chapéus…”.

Waly Salomão conta, em um depoimento publicado na Revista Cult, que Brossa era um poeta que “andava a pé pela cidade de lado a lado, percorrendo distâncias inacreditáveis, sem um níquel no bolso, um sujeito sem dinheiro, que comia pouco, um pedaço de pão recheado apenas com tomate ou cebola, e de vez em quando uma sopa que algum amigo lhe pagava”.

Foi o inspirador e um dos fundadores do grupo e da publicação como Dau al Set (1948), uma das principais manifestações da arte contemporânea.

Nasceu em Barcelona (Espanha), em 1919. Começou a publicar seus primeiros poemas na década de 40, época em que conheceu Antoni Tàpies e Jean Ponç, com os quais editaria a revista Dau a Set, de grande importância para a moderna cultura catalã. No final dos anos 40, tornou-se amigo do então cônsul João Cabral de Melo Neto, que viria a publicar dois de seus livros em uma prensa manual.

O livro En va fer, editado por Cabral, consolida o estilo objetivo e irônico do poeta, voltado ao mesmo tempo a temas do cotidiano e à reflexão sobre o próprio fazer poético. Além dos numerosos livros de poesia que publicou, tornando-se um dos maiores escritores da língua catalã, Joan Brossa também deixou uma vasta e interessante obra como artista plástico, em que se destacam particularmente os objetos que criava a partir de objetos do cotidiano, e que ele chamava de poemas.

No Brasil, foi traduzido pelos poetas Sérgio Alcides e Ronald Polito (Poemas civis, Rio de Janeiro: 7 Letras, 1998) e por Vanderley Mendonça (Poesia vista, São Paulo: Amauta, 2005). Joan Brossa, que gostava de definir-se como “dramaturgo, melômano, cinéfilo, mago, artista e poeta”, morreu em 1998.

(Fonte: http://www.revistazunai.com – Adalberto Muller – Rio, outubro de 1993)

(Fonte: http://marcelonada.redezero.org/artigos/joan-brossa – por Marcelo Terça-Nada)

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