Jerry Lee Lewis, cantor e músico norte-americano, artista era uma das lendas do rock and roll mundial, considerado um dos pioneiros do rock’n’roll ao lado de nomes como Elvis Presley e Carl Perkins

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Jerry Lee Lewis, um dos nomes mais importantes do rock and roll

A explosão que durou menos do que deveria

 Jerry Lee Lewis – Mayfair Hotel, London. (Crédito da fotografia: Express & Star / REPRODUÇÃO / DIREITOS RESERVADOS)

 

Jerry Lee Lewis (Ferriday, 29 de setembro de 1935 – 27 de outubro de 2022), lenda do rock, foi um dos pioneiros do rock’n roll americano dos anos 1950, foi uma das expressões mais explosivas que o rock and roll de sua fase de ouro produziu.

 

De Ferriday, nos territórios sulistas da Luisiana, Jerry Lee mostrava ser um ás ao piano desde que aprendera com os garotos negros a fazer os movimentos de um boogie woogie nas teclas. A família era pobre, não havia condições para luxos como um piano, mas os pais resolveram apostar ao perceberem a euforia do garoto e resolveram hipotecar a própria casa para comprar um instrumento.

 

Quem o veria depois não poderia acreditar que Lewis cresceu nos bancos de uma igreja pentecostal. Por pouco tempo, mas cresceu. Aprendia a palavra de Deus com certa dedicação até o dia em que percebeu que a música gospel era prima do blues, uma união quase impensável já que a primeira era para Deus e a segunda, principalmente segundo as histórias contatadas desde o início do século 20 por quem havia conhecido Robert Johnson (1911–1938) de perto, era para o cramulhão.

 

No ano de 1950, a convivência entre o bem e o mal se tornou incompatível para a Southwestern Bible Institute do Texas e o garoto Lee Lewis foi expulso por “más-condutas”. E tocar rock and roll em vez de entoar os cânticos sagrados estava entre elas.

 

Ele estava lá quando tudo começou. Em 1954, ano que muitos biógrafos apontam como a data de nascimento do próprio rock and roll, Lee gravou sua primeira música e ingressou rapidamente na cena que se tornaria a primeira geração do gênero.

 

Pelas mãos de um ousado engenheiro de som, Jack Clement (1931–2013), Lewis fez uma gravação pelo selo de Sam Phillips, o Sun Records. Detalhe: Sum estava viajando e só iria descobrir isso quando voltasse. Ali, entrava para o time de Elvis Presley, Roy Orbison, Carl Perkins e Johnny Cash, todos começando juntos. Seus sucessos começaram então a viajar pelo mundo. Whole Lotta Shakin’ Goin’ On veio em 1957. Great Balls Of Fire, logo depois.

A vida de Lewis, ao mesmo tempo em que tudo dava certo dentro dos estúdios, parecia querer escrever um roteiro dramático para o cinema. Seu maior segredo guardado desde que o sucesso era descoberto como o estourou como uma bomba. A imprensa revelava que Lewis, então com 23 anos, havia se casado com uma prima de segundo grau de 13 anos, Myra Gale Brown. Isso tudo durante uma turnê pelo Reino Unido. Depois do terceiro show, o músico voltou para casa. E nunca mais teve paz.

 

O álbum Live At The Star Club, Hamburg (de 1964), veio para restabelecer um pouco da honra de Lewis e acabou se tornando um dos melhores discos de rock da época. Mas Lewis perdia território e chegou a migrar para o country em busca de um novo público. A grande fase do tornado do piano nunca mais seria como antes do Reino Unido. Pélas décadas seguintes, ele apenas conseguiria reproduzir o que fez em seus poucos anos de genialidade.

 

Jerry é considerado um dos pioneiros do rock’n’roll ao lado de nomes como Elvis Presley e Carl Perkins. Suas interpretações sempre intensas de clássicos como “Great balls of fire” e “Whole lotta shakin’ goin’ on”, no final da década de 50, ficaram para sempre marcadas na história do rock.

Em 1957, o cantor e pianista se casou com uma prima de 13 anos, Myra Gale Brown. Foram outros sete casamentos, incluindo um que durou entre 1985 e 2005.

 

Pioneiro do rock

 

Jerry Lee Lewis nasceu em Ferriday, no estado americano de Lousiana, no dia 29 de setembro de 1935. Ele era considerado o último dos pioneiros do rock ainda vivo. Foi em Memphis, nos Estados Unidos, que Lewis se tornou músico profissional, na Sun Records, em 1957.

 

Apelidado de “The Killer”, ele estava entre os primeiros músicos homenageados no Hall da Fama do Rock, em 1986, e gravou mais de 40 álbuns.

 

O pianista soube misturar estilos como country, R&B, gospel e pop em performances acrobáticas com o piano. Ele dizia que a intenção era levar as pessoas da plateia “para o inferno”, ao lado dele.

 

O estilo de tocar piano e cantar, sempre de forma enérgica e estridente, marcou hits como “Great balls of fire” e “Whole Lotta Shakin ‘Goin’ On”. Os dois maiores sucessos da carreira foram essenciais para moldar o som inicial do rock.

 

Dos três artistas brancos mais importantes do rock’n’roll nos anos 1950, Jerry Lee Lewis foi o que teve vida mais longa e estrelato mais breve. Elvis Presley (1935-1977) se ajustou às regras para se tornar o queridinho da “Sessão da Tarde”. Buddy Holly (1936-1959) teve a carreira interrompida no auge -morreu em um acidente aéreo 1 ano e 8 meses após estourar nas paradas. Jerry Lee desafiou o sistema, e este o atirou ao ostracismo em apenas um ano -o pianista e cantor nunca mais recuperou a popularidade atingida em 1957.

 

O fato mais determinante na carreira de Jerry Lee não foi a selvageria de sua performance no palco nem a altíssima energia sexual de sua música -ele ficou indelevelmente marcado ao se casar, em 1957, com uma prima de 13 anos. A indústria do entretenimento respondeu com um boicote ao músico. Na década seguinte, ele sobreviveria como intérprete de country music; apenas nos anos 1980 sua imagem seria resgatada para se tornar ídolo “cult” de uma nova geração de roqueiros.

 

Jerry Lee nasceu em uma família pobre de Ferriday, Louisiana -no cinturão bíblico do sul dos Estados Unidos, onde a igreja protestante desempenha um papel de destaque nas relações sociais e políticas. Autodidata, tocava e cantava na igreja local desde a infância. Ganhou o primeiro piano aos 10 anos, graças a um empréstimo, contraído pelo pai, em que a casa dos Lewis era a garantia. Aos 14, estreou no show business, apresentando-se na inauguração de uma concessionária de carros local. O garoto era influenciado pela música caipira que tocava então no rádio -Hank Williams, Jimmie Rodgers e Ray Price, entre outros.

 

Sua mãe, muito religiosa, tinha outros planos: matriculou o jovem Jerry em um seminário evangélico no Texas, de onde foi prontamente expulso por tocar a “música do Diabo” -a mitologia do rock dá conta de que Lewis, durante o serviço religioso, executou um hino de louvor a Deus com levada “boogie woogie”.

 

Em 1956, Jerry Lee estava em Memphis, Tennessee, onde a lendária gravadora Sun recrutava artistas que misturavam o som negro do rythm and blues com o country and western. Seu primeiro compacto para o selo foi um cover de “Crazy Arms” -uma balada em estilo sertanejo norte-americano cujo narrador lamenta a perda de seu amor para outro homem. O single vendeu 300 mil cópias, o que fez de Jerry Lee um astro regional. No final do ano, enquanto trabalhava como músico de estúdio para Carl Perkins, a sessão foi “invadida” por Elvis Presley e Johnny Cash -o resultado da “jam session” transformou-se no disco “The Million Dollar Quartet”, lançado somente em 1981.

 

O sucesso de “Crazy Arms” foi seguido de uma turnê em que o jovem músico desenvolveu sua postura amalucada no palco -chutava para longe o banquinho do piano e tocava em pé, martelando as teclas violentamente. Nascia “The Killer” (“O Matador”), epíteto que acompanhou Jerry Lee ao longo de sua carreira.

 

No ano seguinte, 1957, o matador se tornou a grande cartada do empresário Sam Phillips, dono da gravadora Sun, que havia recentemente perdido Elvis para a RCA. A aposta começou a dar certo em abril, quando Jerry Lee lançou “Whole Lotta Shakin’ Goin’ On”, que atingiu o topo de parada de R&B da revista “Billboard”. Tratava-se de um blues gravado originalmente pela cantora negra Big Maybelle “-nas mãos de Jerry Lee, tornou-se um rock acelerado em que o piano frenético do “Killer” desenvolvia todo seu potencial.

 

Os dois compactos seguintes, “Great Balls of Fire” e “Breathless”, iam na mesma toada e definiram a transformação de Jerry Lee -em poucos meses, ele passou de caipira xucro a astro internacional.

 

Foi justamente num giro pelo exterior que veio a queda, tão rápida, drástica e espetacular quanto a ascensão. Em maio de 1958, ele foi recebido no aeroporto de Heathrow, em Londres, por um séquito de repórteres interessados não em música, mas em fofocas para os tabloides que os empregavam. Um desses jornalistas era Paul Tanfield, do “Daily Mail”, que perguntou a Lewis a idade da jovem esposa que o acompanhava. “Quinze”, mentiu o roqueiro. Myra Gale Brown tinha 13 anos, nove a menos que o marido, seu primo-irmão.

 

O escândalo foi para a capa de todos os tabloides britânicos. A turnê foi cancelada. Nos Estados Unidos, os discos de Jerry Lee foram banidos das estações de rádio. O cachê do artista caiu e US$ 10 mil para US$ 250 por apresentação.

 

Após dez anos de investidas frustradas para furar o bloqueio imposto pela indústria do pop, Lewis mudou de estratégia em 1968 -tornou-se um intérprete de country music. Até 1977, colocou 17 músicas entre as dez mais tocadas nas rádios especializadas nesse segmento. Em 1976, ele voltaria à imprensa sensacionalista com uma suposta tentativa de invadir a casa de Elvis Presley para assassiná-lo. Na versão de Jerry Lee, foi apenas um enorme mal-entendido -ele tinha uma pistola carregada e estava tão bêbado que jogou seu carro, acidentalmente, contra os portões de Graceland. Mas só estava lá para conversar com o antigo companheiro.

 

Foi apenas nos anos 1980 que Jerry Lee Lewis se firmou como uma lenda do rock’n’roll. Para a nova geração de ouvintes, os escândalos de outrora ajudavam a compor a figura mítica do músico, que voltou a se apresentar para audiências fora do circuito country. Em 1989, a cinebiografia “A Fera do Rock” (“Great Balls of Fire”), com Dennis Quaid no papel principal, trouxe uma trilha sonora com regravações dos sucessos de Jerry Lee -feitas pelo próprio ou por outros artistas, incluindo um curioso dueto do velho roqueiro com o ator que o interpretava, em “Crazy Arms”. O matador chegava à MTV.

 

Nos últimos anos de vida, Jerry Lee concentrou sua carreira em álbuns de duetos com medalhões da música pop, como “Last Man Standing’ (2006), com participações de Mick Jagger e Willie Nelson, e “Mean Old Man” (2010), com Eric Clapton e John Fogerty.

 

Em 2022, foi lançado o documentário “Jerry Lee Lewis: Trouble in Mind”, dirigido por Ethan Coen. A primeira produção solo do diretor, conhecido pelos filmes ao lado do irmão Joel, reconta a história do músico.

 

O casamento com a prima Myra, sua terceira mulher, durou 13 anos. Depois dela, viriam outras quatro esposas -a última união, com Judith Brown, foi oficializada em 2012.

Jerry Lee Lewis faleceu aos 87 anos de causas naturais. A morte foi confirmada por Zach Farnum, agente do cantor americano, na sexta-feira (28).

“Judith, sua sétima esposa, estava ao seu lado quando ele morreu em sua casa no condado de Desoto, Mississippi, ao sul de Memphis”, disse o agente do cantor, em um comunicado. “Ele disse a ela, em seus últimos dias, que dava boas-vindas ao futuro e que não tinha medo.”

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2022/10/28 – POP & ARTE / MÚSICA / NOTÍCIA / Por g1 – 

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/musica – DIVERSÃO / MÚSICA / por Julio Maria / Estadão Conteúdo – 28 out 2022)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/musica/noticias – MÚSICA / NOTÍCIAS / Por MARCOS NOGUEIRA / Folha de S.Paulo – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – – 28 out 2022)

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