Jeffrey Catherine Jones, ilustradora que ajudou a levar influências de Pintura para os Quadrinhos.

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Jeffrey Catherine Jones (Atlanta, na Geórgia, 10 de janeiro de 1944 – 19 de maio de 2011), ilustradora transexual norte-americana de Fantasia. Levou a pintura clássica para a Fantasia e os Quadrinhos.

Jones era da geração de ilustradores que nos anos 70 ajudou a levar influências de Pintura para os Quadrinhos e dividiu estúdio com nomes como Mike Kaluta, Bernie Wrightson e Barry Windsor-Smith. Um dos seus trabalhos mais conhecidos foi a série Im Age, publicada nos anos 80 na revista Heavy Metal.

Também fez capas de livros de Ficção Cientifica, Fantasia e colaborou com as revistas Eerie, Comix International e Nightmare. Seu traço em linha clássica e pinturas em aquarela fez no auge de sua carreira até mestres como Frank Frazetta chamarem-na de “o maior pintor vivo”.

“Pintor” no masculino porque ela nasceu Jeffrey Jones na Georgia em 1944. Mas no final dos anos 90, após anos de inadequação e mistério sobre sua vida pessoal, assumiu sua identidade feminina. Jefrey passou por uma cirurgia para mudar de sexo e acrescentou o “Catherine” ao nome – tornando-se, até onde se sabe, a primeira transexual dos Quadrinhos ocidentais.

No começo dos anos 2000 Jones passou por sérias dificuldades financeiras e perdeu sua casa, mas após 2004 começou a se reerguer aos poucos com ilustrações por encomenda. Nessa entrevista ao Sequential Tart ela falou sobre seus problemas pessoais e como sua adequação ao novo gênero mudou sua forma de ver as coisas como artista. Seu último trabalho publicado havia sido um livro de arte com uma coleção dos seus trabalhos pela IDW Publishing.

A diretora Maria Cabardo estava trabalhando em um documentário sobre Jones chamado Better Things, cujo trailer você pode assistir abaixo e que com certeza vai ser sua eulogia. Jefrrey Catherine Jones sempre retratou jornadas a novos e estranhos mundos nas suas pinturas, depois em sua própria vida, sempre buscando a Beleza em todas as coisas – agora partiu em definitivo sua própria viagem a outros lugares novos e estranhos, mas quem sabe belos.

Jones possui uma história muito curiosa e, no mínimo, inusitada. Seu trabalho é conhecido, principalmente, por suas lindas pinturas, levando o titulo de “melhor pintora viva”, dado por Frank Frazetta, outro grande ilustrador e por algumas histórias de terror publicadas nas antigas revistas Eerie. O auge de Jeff Jones foi nas décadas de 60 e 70, onde desenhou dezenas de quadros e entrou para o mundo dos quadrinhos, desenhando para revistas como Heavy Metal, Creepy e Eerie. Nesse período, fez a capa de mais de 150 livros.

“Jones nasceu no dia 10 de janeiro de 1944, em Atlanta, na Geórgia, Estados Unidos. Depois de completar seus estudos no Colégio Estadual da Geórgia, Jones se casou com Mary Louise Alexander, sua colega de escola, em 1966, com quem teve uma filha, Julianna. O casal se separou na década de 1970 e, em 1980, Louise se tornou a esposa de Walt Simonson. […] Em 1998, o artista toma um novo ruma em sua vida e inicia uma terapia de hormônios e posteriormente realiza uma operação de mudança de sexo. Em 2001, o artista sofreu um profundo colapso nervoso, que comprometeu sua carreira e seu trabalho e resultou na perda de seu estúdio e do apartamento. Jones só se recuperou em 2004, com a ajuda de amigos e familiares.” – UniversoHQ.

Suas pinturas possuem sempre um toque de fantasia e lirismo, sendo indicada à prêmios como Hugo Award, World Fantasy Award e Chesley Award. Em 2006 recebeu o titulo de Spectrum Grandmaster pela entidade Spectrum, que premia artistas que se destacaram no gênero fantasia. Suas obras já foram compiladas em diversos livros sendo o mais recente, Jefrrey Jones: a Life in Art, lançado em 2010. Infelizmente, esses livros ainda não foram lançados por aqui (encontrei para venda apenas em inglês), o que é uma pena. Inclusive seus trabalhos em HQs são difíceis de encontrar. As revistas Eerie e Creepy (especializadas em terror) teve algumas de suas edições lançadas por aqui na revista Kripta, e a Heavy Metal também teve algumas edições lançadas aqui, mas são revistas bem antigas e raras e, por conta disso, encontrar informações a respeito ou até mesmo uma lista com as publicações é um trabalho bem difícil.

Mas nem tudo é trevas. Recentemente a Editora Mythos lançou o primeiro volume da coleção Eerie Archives, traduzida para “Cripta Vol. 1″. Essa coleção reúne as clássicas histórias de terror da Eerie, na ordem original. Se a Mythos continuar a traduzir a coleção (esperamos que sim) poderemos ver a belíssima arte de Jeff Jones nos volumes 3 e 5, lançados recentemente nos EUA. Para maiores detalhes de sua obra e vida, acessem o Universo HQ, que fez uma ótima matéria a respeito e uma galeria com seus quadros.

Jeffrey Catherine Jones faleceu em decorrência de complicações por conta de enfisema pulmonar e bronquite. Ela estava com 67 anos e faleceu em uma asilo para doentes terminais ao lado da família, que havia decorado o quarto com várias de suas obras.

(Fonte: http://heroi.gameworld.com.br/quadrinhos – QUADRINHOS/ Por por Hector Lima – maio de 2011)
(Fonte: http://filfelix.com.br/2011/05 – 23/05/2011 / por Fil Felix)

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