Jean Sibelius, o mais renomado compositor finlandês, destacou-se por elevar a cultura e o folclore finlandês em sua música

0
Powered by Rock Convert

Jean Sibelius, o mais renomado compositor finlandês

Johan Julius Christian Sibelius (Hammenlina, na Finlândia, 8 de dezembro 1865 – 20 de setembro de 1957), foi um compositor e violinista finlandês do final do período romântico e do início da modernidade, Jean Sibelius foi o compositor sinfônico mais conhecido da Escandinávia.

 

Exageradamente considerado, pela crítica, como um compositor nacionalista, Sibelius foi, na verdade, um compositor cosmopolita, atento às transformações musicais de seu tempo, mas sempre fiel ao seu estilo.

 

Nascido em Hammenlina, na Finlândia em 8 de dezembro de 1865, Sibelius destacou-se por elevar a cultura e o folclore finlandês em sua música.

 

Compôs, entre muitas outras obras, sete sinfonias, um concerto para violino, música de cena e diversos poemas sinfônicos onde se destacam temáticas nacionalistas e existenciais. A maior parte destas obras foi inspirada em narrativas da epopeia nacional da Finlândia, as quais relatou numa linguagem tonal que procurava criar traços de identificação nacional.

 

O poema sinfônico As Oceânides foi encomendado por dois norte-americanos, patronos das artes, e se refere às ninfas na mitologia grega, que habitavam o Mar Mediterrâneo.

 

Sibelius enviou a partitura três meses antes da estreia e, durante a longa viagem de navio da Finlândia para a América e mesmo após sua chegada, fez várias revisões na obra.

 

O autor produziu uma versão inteiramente nova das Oceânides, conseguindo evocar as complexas correntes marinhas, o jogo de luz nas ondas e através das profundezas do mar.

 

A obra estreou em 1914, no Festival de Música de Norfolk, em Connecticut, nos Estados Unidos, regida pelo autor.

 

Violinista de formação, Sibelius tinha pouca afinidade com o piano e, só mais tarde, o compositor escreveu obras genuinamente pianísticas, encontrando no piano as texturas musicais que ele conseguiria com a orquestra completa.

 

As Três Sonatinas Opus 67, compostas em 1912, são consideradas o seu trabalho para piano de maior sucesso, porque, mesmo sendo obras discretas e delicadas, são de grande expressão musical.

 

Jean Sibelius escreveu apenas um Concerto para Violino e Orquestra, o Opus 47. Uma característica marcante desta obra é a maneira como a cadência prolongada para o solista assume o papel de seção de desenvolvimento, como em uma sonata.

 

Obra de mestre, o Concerto para Violino e Orquestra de Sibelius estreou em Helsinque, em 1904, sob a regência do autor.

 

Jean Sibelius foi um dos principais responsáveis pela criação de uma ideia de identidade nacional finlandesa através da música. Enquanto jovem, a sua cidade pertencia ao Império Russo e os seus pais, a exemplo da maior parte da população, falavam sueco. Por influência do movimento Fennoman, a par dos ideais nacionalistas Românticos que se estenderam por toda a Europa em finais do século XIX, Sibelius passou a frequentar uma escola de língua finlandesa.

 

Cursou Direito em Helsínquia, mas abandonou a Universidade para se dedicar ao estudo do violino e da composição. Estudou em Berlim e Viena e a partir de 1900 dedicou-se exclusivamente à composição. Escreveu uma extensa obra, apesar de ter deixado de compor na década de 1930. Viveu os últimos 27 anos de vida com graves depressões agravadas pelo alcoolismo.

 

Sua obra tem sido vista, recentemente, como comparável à de Gustav Mahler, ambos responsáveis por uma grande ampliação do gênero sinfônico no início do século XX. A chave para se conhecer as sinfonias de Sibelius está exatamente onde elas diferem das de Mahler. Se para Mahler a sinfonia deveria expandir-se ao ponto de abarcar o mundo, para Sibelius ela deveria conter apenas o essencial: a concentração máxima da forma com uma elevada economia de material.

 

Assim que o século XX se iniciou, o estilo de Sibelius foi considerado como um prolongamento do Romantismo, o que fez com que sua música fosse vista como moderna pelo meio musical da França, Alemanha e Áustria. Porém, em dez anos essa mesma característica o condenaria ao rótulo de retrógrado. Sibelius não era nem moderno nem retrógrado, mas sabia tratar os elementos musicais, já assimilados de longa data, de maneira ímpar, dando-lhes um frescor inusitado. Era excepcional a sua capacidade de retrabalhar aspectos largamente conhecidos, tais como a melodia, a harmonia e a trama orquestral, e dar-lhes uma aparência nova. Nos anos 1920 sua popularidade – na França e nos países de língua germânica – havia declinado consideravelmente, enquanto, curiosamente, estava em franca ascensão nos países de língua inglesa. Enquanto França, Alemanha e Áustria travavam uma batalha política pela hegemonia da modernidade nas artes, os círculos mais conservadores dos Estados Unidos e Inglaterra viam a música de Jean Sibelius como uma via de escape para as tendências modernistas que assolavam a Europa. A composição de sua Sétima Sinfonia se deu justamente nessa época. Terminada em 1924, foi estreada em Estocolmo, em 24 de março do mesmo ano, sob a regência do compositor. Calorosamente recebida pelo público escandinavo e, mais tarde, pelo inglês e o norte-americano, foi praticamente ignorada pelos países da Europa central.

 

Embora a primeira menção à Sétima Sinfonia tenha ocorrido em uma carta de Sibelius de 1818 – em que se descobre que o plano original da obra contemplava três movimentos –, fragmentos do material musical utilizado na Sinfonia podem ser encontrados em cadernos de rascunhos do compositor desde o ano de 1914. Em 1923 o compositor condensou os três movimentos em um único. O resultado, entretanto, está longe de parecer uma simples colagem. Sibelius conseguiu construir uma estrutura complexa ao utilizar aquilo que se convencionou chamar de forma rotacional ou forma cíclica. A forma rotacional opera por constantes reaparições variadas do mesmo material musical. Ou seja, cada vez que determinado trecho musical reaparece, ele traz consigo transformações (expansões, condensações, reordenações etc.) e acúmulo, ou subtração, de materiais. O resultado sonoro assemelha-se ao aparecimento de constantes flashbacks que se acumulam inusitadamente, como um passado que insiste em retornar constantemente, porém diferente.

 

A obra possui quatro seções intercaladas pelo tema do trombone. Na primeira seção (Adagio) Sibelius expõe o material principal: o rufo dos tímpanos, a escala ascendente das cordas e o motivo das flautas (respondido pelos clarinetes). Um curto momento em que as cordas tocam pequenos motivos, em imitação, culminará na primeira aparição do tema do trombone. Uma longa transição, com rotações livres dos materiais do início, acelera o tempo até chegarmos à próxima seção. Na segunda seção (Vivacissimo), com caráter de scherzo, os mesmos materiais reaparecem, novamente transformados. Em pouco tempo ouvimos o tema do trombone (Adagio), desta vez mais longo e funcionando, ele próprio, como transição. A terceira seção (Allegro molto moderato), a mais longa de todas, possui também o caráter de scherzo; trata-se aqui, porém, de um scherzo mais leve e expansivo, recheado de transformações livres dos materiais do início. A terceira aparição do tema do trombone (Adagio) nos leva à quarta e última seção, onde os materiais são livremente reordenados em uma breve reexposição.

 

Jean Sibelius faleceu em 20 de setembro de 1957.

(Fonte: https://radios.ebc.com.br – Empresa Brasil de Comunicação / por Concerto MEC – 08/12/2020)

(Fonte: https://www.casadamusica.com/pt/artistas-e-obras/compositores – ARTISTAS E OBRAS / COMPOSITORES)

(Fonte: https://www.filarmonica.art.br/educacional/obras-e-compositores/obra – EDUCACIONAL / OBRAS E COMPOSITORES / OBRA)

Guilherme Nascimento
Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam Música menor.

© 2021 filarmonica.art.br. Todos os direitos reservados.

Powered by Rock Convert
Share.