Escritora e jornalista americana, autora de ‘O jornalista e o Assassino’
Pensadora da ética jornalística e da liberdade de imprensa, americana escrevia para a revista “The New Yorker” desde 1963

A escritora e jornalista americana Janet Malcolm, autora de “A Mulher Calada” e “41 Inícios Falsos” (Foto: Reprodução / Divulgação)
Expoente da não ficção, se notabilizou pela escrita precisa e analítica, pelas biografias e por suas reflexões sobre a profissão
A mestra que levou os jornalistas ao divã
Janet Malcolm (nascida Jana Wienerová; Praga, 8 de julho de 1934 – Manhattan, 16 de junho de 2021), escritora e jornalista americana, foi uma das mais incensadas jornalistas do século XX, era autora e repórter curiosa e corajosa, conhecida por suas críticas desafiadoras sobre vários assuntos, desde casos de assassinato e arte e até o próprio jornalismo.
Nascida Jana Klara Wienerova em Praga, na então Tchecoslováquia, em julho de 1934, Malcolm seguiu com a família para os Estados Unidos em 1939, fugindo dos nazistas. Desde 1963, trabalhava na revista “The New Yorker”, onde publicou grandes reportagens, escreveu sobre design, fotografia, literatura e até psicanálise. Em 1990, publicou “O jornalista e o assassino”, no qual aparece uma de suas frases mais célebres, que já anuncia o olhar crítico com que ela encarava a própria profissão: “Qualquer jornalista que não seja demasiado obtuso ou cheio de si para perceber o que está acontecendo sabe que o que ele faz é moralmente indefensável”.
Autora de vários livros e histórias de revistas influentes, a profissional nascida em Praga praticava uma espécie de estilo pós-moderno no qual costumava chamar a atenção para seu próprio papel na narrativa, questionando se até mesmo o observador mais cuidadoso era confiável. Ela trabalhava desde 1963 na revista The New Yorker.
“Todo jornalista que não é muito estúpido ou muito cheio de si para perceber o que está acontecendo sabe que o que ele faz é moralmente indefensável”, foi como ela começou “O Jornalista e o Assassino”, publicado no Brasil pela Companhia das Letras. O livro de 1990 atacou o clássico do crime de Joe McGinniss, “Visão Fatal”, como o caso principal do autor enganando seu assunto, que era o assassino condenado Jeffrey MacDonald.
Analisando uma antologia de 2013 de seu trabalho, “41 Inícios Falsos”, para o The New York Times, Adam Kirsch elogiou Malcolm por “uma experiência literária poderosamente distinta e muito divertida”. “A maioria das peças do livro mostra Malcolm observando artistas e escritores do presente (David Salle, Thomas Struth) ou do passado (Julia Margaret Cameron, Edith Wharton)”, escreveu Kirsch. “Mas o que o leitor lembra é de Janet Malcolm: sua inteligência fria, seu talento psicanalítico para perceber e seu talento para se retrair a fim de permitir que seus súditos se enforquem com suas próprias palavras.”

Janet Malcolm contou em ‘Duas Vidas’ a história de Gerturde Stein e Alice Toklas ( na imagem), duas judias lésbicas durante a II Guerra Mundial. (Crédito: BETTMANN / BETTMANN ARCHIVE)
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por Hillel Italie / Estadão Conteúdo / fornecido por Microsoft News – 17/06/2021)
(Fonte: https://brasil.elpais.com/cultura/2021-06-18 – CULTURA / por MARÍA ANTONIA SÁNCHEZ-VALLEJO – Nova York – 17 JUN 2021)
(Fonte: GAÚCHAZH – ANO 58 – N° 20.054 – 22 DE JUNHO DE 2021 – MEMÓRIA / TRIBUTO – Pág: 23)