J. P. Morgan, reorganizou setores inteiros da economia, como o ferroviário e o siderúrgico.

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ASSOMBROS DO CAPITALISMO

J. P. Morgan (Hartford, Connecticut, 17 de abril de 1837 – Roma, Itália, 31 de março de 1913), personagem pitoresco que reinventou a economia americana no século XIX.

O personagem: ele descendia de famílias tradicionais pelos lados materno e paterno. Nos negócios foi um disciplinador – e um mulherengo na vida privada. Sua extraordinária coleção de arte hoje compõe o acervo do Metropolitan de Nova York

As realizações: foi o maior banqueiro de seu tempo. Atuou como xerife das finanças públicas quando os Estados Unidos não tinham banco central. Deu forma às primeiras megacorporações americanas

Por que foi polêmico: acreditava que a administração das finanças públicas devia ser deixada a cargo de banqueiros como ele. Seus opositores discordavam: um poder tão grande não podia ficar em mãos privadas.

Vinha de baixo e agia com vulgaridade; mas também possuía uma audácia heróica e magníficos talentos.

Na segunda metade do século XIX, os Estados Unidos deram um dos mais extraordinários saltos de desenvolvimento da história. Em 1860, a produção industrial do país correspondia a um terço da produção britânica. Quarenta anos depois, a situação se invertera: as fábricas americanas já produziam 25% mais que as da antiga metrópole.

Entre os fatores que explicam essa explosão de riqueza, não se pode ignorar o surgimento de uma nova classe de empreendedores. Saídos muitas vezes da pobreza, esses homens acumularam, em tempo recorde, fortunas antes inimagináveis.

Multiplicaram a riqueza nacional, agarraram oportunidades, orquestraram esquemas de corrupção. O período tirou deles o seu tom e a sua cor.

J. P. Morgan desenvolveu novas formas de organizar e administrar negócios. Ele se encontra na origem da moderna economia corporativa.

A história do banqueiro J.P. Morgan se confunde com a das finanças americanas. Ele tomou em suas mãos as tarefas de um banco central quando os Estados Unidos não contavam com essa instituição. Mais de uma vez evitou colapsos econômicos. Em 1907, quando um pânico acometeu os investidores e pôs em perigo a bolsa e o sistema bancário, coube a ele organizar um plano de emergência para impedir a quebradeira.

Morgan também reorganizou setores inteiros da economia, como o ferroviário e o siderúrgico. Em 1901, comandou a criação da maior de todas as corporações do país, a US Steel, com capital de 1,4 bilhão de dólares (mais que o dobro da receita do governo federal no mesmo ano). Como dizia a piada da época, Deus havia criado o mundo – e Morgan o havia reorganizado.

(Fonte: Veja, 6 de dezembro de 2006 – ANO 39 – N° 48 – Edição 1985 – Livros/ Por Carlos Graieb – Pág; 134/135)

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