Isaías Sávio, violonista uruguaio de nascimento, oficializou o ensino do violão no Brasil.

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Isaias Savio (Montevideu, Uruguai, 1° de outubro de 1900 – São Paulo, 12 de janeiro de 1977), violonista uruguaio de nascimento, dedicou a maior parte de sua vida ao Brasil, onde se radicou em 1941, depois de ter percorrido, por vários anos, todos os Estados brasileiros dando recitais.

Criador da Associação Cultural Violonística Brasileira, foi professor de Luís Bonfá, Paulinho Nogueira e Barbosa Lima, entre outros.

Em 1947 oficializou o ensino do violão no Brasil, incluindo esse instrumento no currículo do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.

Publicou 390 transcrições de obras para violão no Brasil e 94 no exterior, e compôs 96 peças. Isaias Savio faleceu dia 12 de janeiro de 1977, aos 76 anos, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 26 de janeiro de 1977 – Edição n° 438 – DATAS – Pág; 74)

Isaías Sávio

Nasceu em Montevideu, Uruguai, no dia 1.° de outubro de 1900.
Desde tenra idade sentiu-se atraído pela música, entrando para o Liceu Franz Liszt da sua cidade, aos oito anos, para estudar piano com o organista Carlos Dubar.
Pouco depois, inicia-se nos primeiros rudimentos do violão com o eminente músico e violonista Luis Alba.

Mais tarde, aos onze anos, continua o estudo de violão com o célebre professor Conrado P. Koch. Abandonando o piano, prossegue o estudo de violão e matérias afins com Vicente Ascone, diretor da Banda Municipal de Montevideu.

Em 1915 faz a sua primeira apresentação pública no Instituto Verdi, tocando peças de Sor, Tárrega, Coste, Manjón e outros; inclusive de sua própria autoria.

Em 1918 conheceu o notável violonista Miguel Llobet (1875-1938), em turnê pela América do Sul, de quem recebeu ensinamentos durante todos os anos em que visitou Buenos Aires e Montevideu (até 1929). Miguel Llobet foi aluno, na Espanha, primeiro de Magin Alegre e depois do célebre Francisco Tárrega, tendo sido o seu melhor discípulo – possuidor de uma técnica violonística insuperável.

Em sua época, foi Llobet considerado o melhor violonista do mundo. Isaias Sávio assimilou sua escola, divulgando-a no Brasil, a qual, direta ou indiretamente, se faz sentir em quase todos os violonistas brasileiros.

De 1924 a 1930 Sávio permaneceu em Buenos Aires, convivendo com os melhores músicos da época, realizando concertos na capital e no interior da Argentina.

Em 1931 realizou turnê por todo o Uruguai e, nesse mesmo ano, chegou ao Brasil. Em Porto Alegre deu seu primeiro recital – na Sala Beethoven no dia 11 de setembro.

Posteriormente, percorreu o Brasil divulgando o violão em recitais, programa de rádio, palestras e, mais tarde, na televisão.
Como didata, lecionou em Belo Horizonte; teve discípulos em quase todos os estados.

Lecionou no Rio de Janeiro de 1932 a 1940, realizando recitais seus e dde seus alunos, dos quais, nessa época salientam-se Luis Bonfá, Antonio Rebello, Deo- clesio Melim, Maiza Ramalho e muitos outros.

Em 1941 radicou-se definitivamente em São Paulo, fundando, no mês de outubro desse ano, a “Associação Cultural Violonística Brasileira”.
Em 1947 conseguiu instituir no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo a cadeira do vio- lão, sendo seu fundador.

Oficializando o ensino de seu instrumento no Estado de São Paulo (pelo Serviço de Fiscalização Artística), foi pioneiro no pais.

Naturalizado brasileiro em 1963, foi diretor do II Seminário Internacional de Violão, realizado em 1970 em Porto Alegre e do I Seminário Santista de Violão em 1972.

Formando professores e recitalistas, Sávio iniciou uma obra sem paralelo no campo da violonística no Brasil.

Interessado na música brasileira, estudou nossos ritmos e nosso Folclore; muitas das suas composições demonstram claramente esse aspecto.

Alguns dos seus alunos conquistaram projeção internacionaI, como Luis Bonfá, Antonio Carlos Barbosa Lima, Clara Petraglia, José Antonio Lopes e Silva (Portugal) e professores como Antonio Rebello, Turíbio Santos, Manoel São Marcos, Henrique Pinto, Paulo Porto Allegre (só para citar alguns).

Como compositor, entre obras originais, transcrições, revisões e material didático, teve publicadas mais de 300; inclusive nos países asiáticos.

Na Revista “Violões e Mestres”, publicou a série “Origens e Aspectos Evolutivos do Violão”. Foi professor da Escola Paulista de Violão, da Academia Paulista de Música e do Conservatório Meireles e colaborador da revista nortemericana “Guitar Review”.

Homenageando seu trabalho, compositores de projeção universal dedicaram-lhe obras : Camargo Guarnieri, Guido Santórsoia, Theodoro Nogueira, Osvaldo Lacerda, Eduardo Grau e, entre os violonistas, Abdon Lyra, Luis Alba (Uruguai), Jan Anton van Hoek (Holanda), Miguel Abloniz (Itália), Manoel São Marcos, Alfredo Scupinari, Dilermando Reis, José Oliveira Queiroz.

Também no Brasil, a título de homenagem, tiveram seu nome o “Centro Violonístico Isaías Sávio” de Poços de Caldas, a “Escola Violonística Isaías Sávio” de Santo André, o “Núcleo Violonístico Isaías Sávio”, de São Paulo, o “Centro Violonístico Isaías Sávio” de Belo Horizonte, dentre outros.

O mestre faleceu em São Paulo aos 76 anos de idade.

Principais obras: Andante con moto, Cajita de Música, Cenas Brasileiras, Choro nº 1, Sarabanda e Giga, Serenata Campera, Suite Infantil, Tango Brasileiro, Três Estudos, no mês de outubro, Veinticinco Estudios Melódicos – todas para violão.

(Fonte: http://www.correiomusical.com.br – Isaías Sávio – 100 anos)

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