Humberto Teixeira, compositor cearense. Foi premiado com “Meu Pedacinho” pela revista O Malho

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Humberto Teixeira (Igaratu, 5 de janeiro de 1916 – São Conrado, Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1979), compositor cearense. Autor de 499 composições gravadas, Humberto Teixeira nasceu em 1916 em Igaratu, no sertão; com 2 anos, a família retirou-se da cidade por causa da seca. Com o tio, maestro Lafaiete Teixeira, aprendeu aos 6 anos em Fortaleza a tocar musete, versão francesa da gaita de foles. Impedido de tocar piano, considerado então no Ceará “coisa de mulher”, aprendeu flauta e bandolim. Aos 13 anos, depois de ter editado sua composição “Miss Hermengarda”, tocava flauta na orquestra que musicava os filmes mudos no Cine Majestic de Fortaleza.

A orquestra preferia tocar o ragtime americano, mas o público exigia o baião, ritmo colonial então só conhecido no Polígono das Secas. Aos 15 anos, radicou-se no Rio de Janeiro, onde, aos 18, em 1934, foi premiado com “Meu Pedacinho” pela revista O Malho num concurso de músicas carnavalescas. Ao formar-se advogado em 1943, já tinha composto sambas, marchas, xotes, sambas-canções e toadas. Mas só em 1944 teve gravada a primeira música, em parceria com Lyrio Panicali (1906-1984), o samba-apoteótico “Sinfonia do Café”, cantado por Deo.

 

Em 1945 conheceu Luiz Gonzaga, que procurava um letrista para seus baiões para lançar nacionalmente esse ritmo. Assim se iniciou a parceria em que ambos faziam música e letra. Os Quatro Ases e um Coringa gravaram em 1946 a primeira composição da dupla, “Baião”, cujo êxito possibilitou gravação do próprio Gonzaga. A dupla foi lançando “Lá no Meu Pé de Serra”, “Mangaratiba”, “Juazeiro”, “Paraíba”, “Qui nem Jiló”, “Baião de Dois”, “Assum Preto”, “Lorota Boa”, “Asa Branca”.

O baião dominou 80% das execuções musicais no país, o resto dividido entre o samba e os ritmos importados. Em 1950, Teixeira foi eleito deputado federal pelo Ceará, com 12 000 votos, apoiado pelo líder populista paulista Adhemar de Barros, época em que se separou de Luiz Gonzaga. Conseguiu a aprovação da “lei Humberto Teixeira”, para subsidiar excursões de músicos brasileiros ao exterior, o que se deu até 1964.

Compôs “Kalu”, para a cantora Dalva de Oliveira, e “Adeus, Maria Fulô”, com Sivuca, para Carmélia Alves, tendo tentado sempre defender os autores e seus direitos. Sua única filha Denise teve seu único neto com o ator Cláudio Marzo. Humberto Teixeira morreu aos 63 anos, no dia 3 de outubro de 1979, de enfarte de miocárdio, em São Conrado, no Rio de Janeiro.

(Fonte: Veja, 10 de outubro, 1979 -– Edição 579 -– Datas – Pág; 110)

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