Hernán Siles Zuazo, presidente boliviano em duas ocasiões – de 1956 a 1960 e de 1982 a 1985.

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Hernán Siles Zuazo (La Paz, 21 de março de 1914 – Montevideu, Uruguai, 6 de agosto de 1996), ex-presidente boliviano e presidente de seu país em duas ocasiões – de 1956 a 1960 e na segunda ocasião, tomou posse no dia 10 de outubro de 1982 a 1985, ao assumir o posto de 214.° presidente da Bolívia. Em seguida à posse de Zuazo, proclamou intenções de combater o tráfico de drogas e a corrupção que desmoralizaram o governo e as Forças Armadas bolivianas.

Em seu governo teve uma radical mudança sofrida pela Bolívia no mês que antecedeu sua posse, sobretudo pela decisão de Siles Zuazo de assumir um comando efetivo sobre as Forças Armadas, a mais urgente prioridade de seu governo – indispensável para sua própria manutenção no poder. Zuazo não desperdiçou as últimas horas da tarde de domingo, após a sua posse, em comemorações no Palácio Quemado.

Agindo com fulminante rapidez, e desprezando as advertências lançadas por seu antecessor fardado, o general Guido Vildoso, de que os militares não aceitariam “ingerências de civis em seus assuntos”, o novo presidente simplesmente passou para a reserva todo o alto comando militar.

Em seguida, entregou o Ministério da Defesa a um civil, Jose Ortíz Mercado – providência raríssima e temerária na Bolívia do eterno golpismo – e restaurou o cargo de comandante-em-chefe das Forças Armadas, entregando-o ao general Alfredo Villaroel Barja, supostamente desvinculado do grupo militar expurgado. Os comandos das três armas foram entregues a oficiais descritos como representantes de “correntes legalistas” dentro das Forças Armadas, e que por isso mesmo viveram um período de ostracismo e dificuldades durante as três últimas ditaduras. Entre eles, Simón Sejas Tordoya, novo comandante do Exército, que em junho de 1981 tentou um golpe contra García Meza.

Siles Zuazo seguiu os conselhos de seu vice-presidente Jaime Paz Zamora, que via como melhor ocasião para agir contra os militares corruptos as horas imediatamente seguintes à posse. Nesse momento, La Paz estaria virtualmente sob salvaguarda de autoridades estrangeiras, convidadas para a posse, e da imprensa internacional que constrangiriam uma ação golpista.

A ousadia de Zuazo e Zamora, pareceu estar resultando nos primeiros frutos: no dia 15 de outubro, pela primeira vez em dezoito anos quase ininterruptos de poder militar, um tribunal de honra das Forças Armadas sancionou publicamente baixas e afastamentos obrigatórios para uma primeira leva de oito oficiais.

Também no plano externo os primeiros resultados apareceram, foi retirado gradativamente a Bolívia do gueto diplomático em que os militares a meteram nos últimos anos. Zuazo viveu exilado no Peru. Foi um dos líderes da revolução de 1952, uma rebelião de camponeses e mineiros que resultou na reforma agrária, na nacionalização das minas e na conquista do voto universal.

(Fonte: Veja, 20 de outubro de 1982 – Edição 737 – INTERNACIONAL – Pág; 32/33)
(Fonte: Veja, 14 de agosto de 1996 – Edição 1457 – DATAS – Pág; 97)

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