Harold Pinter, dramaturgo inglês, prêmio Nobel de Literatura em 2005.

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O NOBEL DA DISCÓRDIA

Pinter: Textos para o teatro em que o silêncio dizia mais que as palavras

Harold Pinter (Londres, Reino Unido, 10 de outubro de 1930 – Londres, 24 de dezembro de 2008), dramaturgo inglês, prêmio Nobel de Literatura em 2005.
Harold Pinter, dramaturgo inglês vencedor do Nobel de Literatura em 2005. Ele se destacou no teatro mundial com seu estilo refinado de construir diálogos, em que o silêncio dos atores parece ter mais significado que as próprias palavras. Sua obra inclui The Birthday Party e The Homecoming, apontadas pela crítica como duas das melhores peças dos últimos cinquenta anos.

Paralelamente à sua produção artística, cultivou um intenso ativismo político, defendendo os direitos civis e distribuindo críticas sobre geopolítica com um mal disfarçado viés esquerdista. Quando Pinter recebeu o Nobel, o câncer de esôfago que o matou no dia 24 de dezembro já minava suas forças. Debilitado, não pôde comparecer à entrega do prêmio, mas enviou à festa um discurso gravado, no qual gastou boa parte do tempo atacando os Estados Unidos. Pinter faleceu dia 24 de dezembro de 2008, aos 78 anos, em Londres.

Concedidos: o Prêmio Nobel de Literatura ao inglês Harold Pinter, de 75 anos. Pitoresco e falastrão, nos últimos anos ele vem chamando mais atenção por suas posições políticas do que por seus escritos – entre os quais se incluem peças como Feliz Aniversário e roteiros como o de A Mulher do Tenente Francês. Pinter chegou a relacionar sua luta contra o câncer de esôfago, há três anos, com o “pesadelo da histeria, ignorância, arrogância, estupidez e beligerância americanas” – suas palavras. Por ocasião da intervenção no Iraque, chamou o primeiro-ministro Tony Blair de “idiota iludido”. O radicalismo de Pinter atiçou o jornal inglês The Guardian, que afirmou em reportagem de agosto de 2001 que o dramaturgo defendia a inocência de Slobodan Milosevic, ex-ditador da Iugoslávia e genocida comprovado, sob o argumento de que ele era “vítima da agressão do imperialismo americano”.

Pinter negou as afirmações. No mês seguinte, novo artigo do Guardian sugeria que o dramaturgo aprovava os atentados de 11 de setembro. Embora a obra de Pinter seja representativa, sua premiação reforça a suspeita de falta de clareza nos critérios de seleção do Nobel de Literatura. A vencedora de 2004, por exemplo, foi a austríaca Elfriede Jelinek, dona de uma obra pouco relevante, mas crítica feroz da extrema direita. A Academia Real Sueca, entretanto, afirma não levar em consideração a visão política de seus candidatos. Dia 13 de outubro, 2005, em Estocolmo.

(Fonte: Veja, 19 de outubro, 2005 – Edição n° 1927 – ANO 38 – N.° 42 – DATAS – Pág; 135)
(Fonte: Veja, 7 de janeiro, 2009 – Edição n° 2094 – ANO 42 – N.° 1 – DATAS – Pág; 33)

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