Harald Szeemann, renomado curador de eventos como a Bienal de Veneza e a Documenta de Kassel (Alemanha)

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Harald Szeemann: o criador do imaginário Museu das Obsessões

Harald Szeemann

Harald Szeemann

Harald Szeemann (Berna, Suíça, 11 de junho de 1933 – Ticino, na Suíça, 18 de fevereiro de 2005)crítico de arte suíço, renomado curador de eventos como a Bienal de Veneza (Itália) em 1980, 1999 e 2001, e a Documenta de Kassel (Alemanha) em 1972

O comissário suíço criou a “Aperto” da Bienal de Viena, destinada a novos artistas. Harald Szeemann, foi um artista, curador e símbolo do comissário independente.

Nascido em 1933 em Berna, estudou História da Arte, Arqueologia e Jornalismo, e estreou-se como responsável de uma exposição em 1957, em St. Gallen (Suíça), com “Pintores poetas – Poetas pintores”. Quatro anos depois, é director da galeria Kunsthalle de Berna, transformando durante os anos 60 a vetusta instituição numa referência obrigatória para uma nova geração de artistas – é aqui que, em 1969, se apresentam pela primeira vez na Europa nomes como Joseph Beuys, Richard Serra e Lawrence Weiner.

Em 1972 é nomeado curador da quinta edição da Documenta de Kassel, Alemanha, e revoluciona a exposição quinquenal, convidando os artistas (Beuys, Bruce Naumann, Rebecca Horn) não só a apresentarem pinturas e esculturas, mas também “performances” e “happenings”.

Após a Documenta, e com problemas financeiros e legais com as autoridades de Kassel, define-se como independente, e constitui uma “Agência Para o Trabalho Espiritual no Estrangeiro”, que tem como objectivo definir um imaginário “Museu das Obsessões”, fruto de um trabalho conceptual e de pesquisa sobre os temas artísticos universais.

Em 1980 cria, para a Bienal de Veneza, a secção “Aperto”, destinada a divulgar os trabalhos de jovens artistas, e no ano seguinte é convidado para o Museu de Arte de Zurique. Continua também a escolher locais inusitados e gigantescos para as suas exposições: antigos estábulos em Viena, o grupo hospitalar da Pité-Salpetrière, no Sul de Paris, ou o Palácio do Retiro em Madrid.

Em entrevista, confessou ser “um privilegiado”, por poder escolher e trabalhar com grandes espaços e artistas. Nunca procurou uma linha de continuidade estilística entre os seus escolhidos: “Sempre fui contra os estilos. Sou pela intensidade, é tudo. A partir do momento em que sinto a intensidade, interesso-me e agarro o assunto.”

Acreditava no futuro da arte, mas “com restrições”. Considerando que “cada vez se vai ver mais histórias de massas”, esperava por uma nova geração que “já tenha digerido a aventura dos novos “media”, do computador e da televisão, e se coloque num ponto superior para julgar”. Assim falava o homem independente que escrevia tudo à mão – “deitei fora o meu computador, ele finge que dá uma imagem, e quem sofre é a cultura e a linguagem” – e detestava comitês.

Harald Szeemann morreu em Ticino, na Suíça, dia 18 de fevereiro de 2005, em decorrência de problemas pulmonares. 

“É uma grande perda para o mundo das artes”, disse o presidente da Bienal Davide Croff à agência de notícias italiana Ansa. Croff descreveu Szeemann como um crítico e curador “talentoso e vanguardista”.

(Fonte: http://www.publico.pt/culturaipsilon/jornal – CULTURA – ÍPSOLON/ Por EURICO MONCHIQUE  – 21/02/2005)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2102200515 – ARTES – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA – 21 de fevereiro de 2005)

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