Hanna Mina, destacado romancista sírio, foi um dos primeiros autores árabes a empregar o realismo social

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O novelista sírio que narrava a vida dos pobres

 

O escritor narrava a vida dos pobres e oprimidos em dezenas de livros, sendo um dos primeiros autores árabes a empregar o realismo social

 

 

 

 

O escritor sírio Hanna Mina (Foto: Gateway Litfest /Domínio público)

 

 

 

 

Hanna Mina (Lataquia, Síria, 9 de março de 1924 – Damasco, 21 de agosto de 2018), destacado romancista e escritor sírio, considerado um dos expoentes da literatura árabe no gênero romance.

 

 

Ganhador de vários prêmios de literatura árabe, incluindo o respeitado Naguib Mahfuz, Mina narrou a vida dos pobres e oprimidos em dezenas de livros, sendo um dos primeiros romancistas árabes a empregar o realismo social.

 

 

 

O destacado escritor e romancista sírio Hanna Mina, considerado como um dos máximos expoentes da literatura árabe no gênero de romance, foi um dos escritores sírios mais lidos na atualidade, pois soube se conectar com o leitor através de uma obra extensa, dotada de um estilo próprio, original, cheio de força e garra, apontam as resenhas.

 

 

Nascido na mediterrânea província de Latakia, de origem humilde, se tornou um talento natural sem preparação acadêmica e em sua extensa vida escreveu 36 romances, alguns deles publicados em vários países europeus, entre os quais Espanha.

 

 

Suas obras, expoentes de uma engenhosa técnica narrativa, incluem textos como A Âncora, Faróis Azuis e História de um Marinheiro, três das quais mais transcenderam no âmbito cultural sírio e da região em particular.

 

 

 

 

A hora dos árabes

 

 

 

Nascido em 9 de março de 1924 na mediterrânea província de Latakia, foi um dos escritores sírios mais lidos na atualidade, por causa de sua habilidade em se conectar com o leitor com seu estilo próprio, original, cheio de força. De origem humilde, Hanna trabalhou em vários atividades quando jovem. Foi barbeiro, marinheiro até começar a publicar histórias em jornais sírios. Seu primeiro romance, “The Blue Lamps”, é de 1954. Sem preparação acadêmica, ele é autor de 36 romances, alguns deles publicados em vários países europeus, entre os quais a Espanha.

 

 

 

Suas obras mostram uma engenhosa técnica narrativa, como em “A Âncora”, “Faróis Azuis” e “História de Um Marinheiro” e muitas têm o mar como tema, como em seu livro mais famoso, A Vela e a Tempestade. A carreira de Mina durou meio século e vários de seus trabalhos foram adaptados para cinema e TV.

 

 

 

Bassam Frangieh, professor de árabe no Claremont McKenna College, na Califórnia, que traduziu o romance “O Sol em um Dia Nublado”, de Mina com Clementina Brown, chamou-o de “figura majestosa” na literatura árabe. “Hanna Mina sempre se colocou ao lado dos pobres contra os ricos, contra a corrupção”, garantiu Frangieh. “Ele estava liderando uma revolução literária em seus escritos, para criar uma nova consciência do povo árabe.”

 

 

 

“Sun on a Cloudy Day”, de 1973, capturou a essência do trabalho de Mina e seus argumentos centrais contra o imperialismo e a opressão, lembrou Frangieh. Conta a história de um jovem sírio que se rebela contra sua família de elite na época em que França detinha o controle administrativo da Síria. Foi uma fase de realidades políticas inconstantes: o Império Otomano havia sido dividido após o fim da Primeira Guerra Mundial, e a Síria não obteve independência até 1943. A família do homem é decadente e alinhada com os franceses. Procurando por um professor, ele se dirige a uma área pobre da cidade, onde encontra um professor que também é um nacionalista. Ele se apaixona por uma prostituta que mora no porão do professor, escandalizando sua família. “O tumulto interno desse homem espelha o tormento político de uma nação devastada e ocupada”, observou um crítico.

 

 

 

O outro trabalho de Mina traduzido em inglês, “Fragmentos de Memória”, é um romance semi-autobiográfico sobre uma família pobre e problemática na zona rural do norte da Síria, também durante o controle francês. Quando a indústria da seda entra em colapso por causa de novas tecnologias e importações baratas, as vidas precárias da família já são levadas a uma turbulência ainda maior.

 

 

 

“Ele nasceu em uma época de grande mudança social e política”, afirmou Cathia Jenainati, professora da Universidade de Warwick, na Inglaterra, que estudou o trabalho de Mina. “E ele passou toda a sua vida escrevendo sobre maneiras pelas quais a justiça social podia ser alcançada na Síria.”

 

Hanna Mina faleceu em 21 de agosto de 2018, aos 94 anos, em Damasco.

(Fonte: https://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura – NOTÍCIAS / LITERATURA / Por O Estado de S. Paulo – 22 Agosto 2018)

(Fonte: https://www.prensalatina.com.br – PRENSA LATINA – Damasco, 21 ago 2018)

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