Guido Viaro, pintor e educador paranaense, considerado o mais importante artista do Estado.

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Guido Viaro (Badia Polesine, 9 de setembro de 1897 – Curitiba, 4 de novembro de 1971), pintor e educador paranaense, considerado o mais importante artista do Estado, e de quem o contista Dalton Trevisan, também paranaense, disse: “Infelizmente, sua arte não é um calmante com açucar, é, sim, um soco no peito”.

Guido Pellegrino Viaro, filho de João Batista Viaro e Santina Solda Viaro, nasceu na Badia Polesine Província de Sargo, em Vêneto, na Itália em 9 de setembro de 1897. Seus pais eram agricultores e nesta cidadezinha frequentou o curso primário e ginasial.

Aos nove anos de idade iniciou seus estudos sobre pintura em sua terra natal, em uma escola noturna que não permitia a entrada de crianças. Porém, com a influência de seu tio, amigo do professor, ocorreu uma exceção, o que para Viaro foi um privilégio.

Na primeira Guerra Mundial, o jovem Viaro é convocado pela marinha italiana para servir em Veneza.

Em 1921, inicia sua carreira de Mestre de Desenho na modesta Escola Artística de Badia. Embora atraído para o magistério, haviam muitas dificuldades que o impediam de realizar suas aspirações, em virtude das dificuldades no campo do ensino, face aos critérios estabelecidos pelo regime político vigente.

Após um período em Roma, foi morar e estudar em Paris. Influenciado, em parte, pela formação que teve, sua pintura demonstrava um estilo pré-renascentista italiano, entretanto o artista também admirava o trabalho dos muralistas modernos Mexicanos, que na época revolucionavam a arte mural. Segundo alguns biógrafos, quando Viaro estava a caminho do México desembarcou no Brasil. Aqui colaborou como cartunista em jornais. Autodidata e sem diploma, não lhe era permitido ser pintor, ainda assim, consegue uma exposição individual.

Quando chegou em Curitiba sofreu o impacto de uma cidade pequena e com poucas pessoas interessadas em arte.

Conseguiu emprego de “professor de desenho” em diversos colégios e ao mesmo tempo montou um atelier.

Viaro faleceu em 4 de novembro de 1971, com 74 anos, de uma síncope, em Curitiba.
(Fonte: Veja, 10 de novembro de 1971 – Edição n° 166 – DATAS – Pág; 96)
(Fonte: www.cjap.seec.pr.gov.br)

De passagem pelo Brasil

Guido Viaro nasceu em 1897 na Itália (Badia Polesine), vindo a falecer em Curitiba (PR) em 1971.

Dois de seus tios, que eram artistas, deram-lhe as primeiras noções de desenho e pintura e, a partir daí, desenvolveu-se sozinho, aprendendo e dominando as técnicas do óleo, da têmpera, da monotipia e da aquarela, além de ter-se tornado bom desenhista e gravador.

Chegou ao Brasil em 1927, fixando-se sucessivamente no Rio de Janeiro, em São Paulo e, finalmente, a partir de 1930, em Curitiba.

A irresistível atração de Curitiba

Seu destino não era o Brasil, era o México. Estava por aqui naquilo que ele pensava ser uma temporada para fazer economias o suficiente para se instalar naquele país, fascinado que estava pelos murais de Orozco, Siqueiros e Rivera.

Todavia, foi se aclimatando à capital paraense, arrumou mil-e-um pretextos para postergar sua viagem. Casou-se, constituiu família e acabou permanecendo em Curitiba até o fim da vida.

Uma visão humanista da pintura

Viaro foi paisagista, marinhista, pintor de figuras e de naturezas-mortas. A paisagem paranaense, com seus pinheiros típicos e sua neblina que envelopa as formas, nele teve o intérprete talvez mais sensível.

Também fixou em marinhas aspectos do litoral, sobretudo em Guaratuba, localidade em que trabalhou em diversas oportunidades.

Mas foi acima de tudo pintor de figuras, e ele próprio costumava explicar:

«Tudo isso é feito para chegar à figura humana; a gente faz paisagem para ser fundo da figura humana; a gente faz natureza-morta para ser complemento da figura humana. É no homem que se realiza toda a grandeza e a meta final da obra plástica.»

Quase abstrato

Viaro não se considerava um retratista, argumentando que não pintava especificamente as pessoas e sim os tipos que elas representam.

Tipos regionais, cenas bíblicas ou eivadas de tênue classicismo, completam a bagagem temática desse artista, que, em dado instante de sua carreira, chegou a abeirar-se do abstracionismo “como recurso para desenvolver novas texturas na busca de novas formas de expressão”.

Exposições

Guido Viaro só conquistou, no Salão Nacional de Belas Artes, a medalha de bronze, em 1942; em compensação, foi contemplado no Salão Paranaense com as medalhas de prata (1947) e ouro (1951), prêmios de viagem (1952) e de aquisição (1961, 1963).

Também não realizou muitas individuais: São Paulo (1948), Rio de Janeiro (1948 e 1963), Porto Alegre (1962) e Curitiba (1959 e 1964).

Participou de diversas coletivas, mormente no Sul do País, e ainda, em 1985, a 18ª Bienal de São Paulo o inclui na sala especial Expressionismo no Brasil – Heranças e Afinidades.

Por ocasião do centenário de seu nascimento, em 1997, diversas exposições foram-lhe consagradas em Curitiba, ressaltando não apenas a qualidade de sua obra, como sua marcante atividade didática.

Impressionista ou
expressionista ?

Tendo retratado a natureza paranaense em nuances delicadas, de conotação quase impressionista, Viaro transformou-se diante do assunto social, nas cenas da vida rural e mesmo em determinados temas religiosos, em artista expressionista.

Como bem observou Quirino Campofiorito, «exibe então uma energia expressionista que atende ao real e à insinuação intensiva do drama, com as acentuações de uma comovente ternura».

Foi pintor de recursos e artista de nível, que a crítica e os colecionadores brasileiros ainda não redescobriram suficientemente.

(Fonte: CD-Rom «500 Anos de Pintura Brasileira»)
(Fonte: www.pitoresco.com/brasil)

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