Gilberto Dupas, engenheiro que se notabilizou por uma intensa atividade intelectual.

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Gilberto Dupas, escritor e cientista social, engenheiro que se notabilizou por uma intensa atividade intelectual e por assessorar governos tucanos.

Na gestão de Franco Montoro em São Paulo (1983-87), Dupas foi presidente da Nossa Caixa e secretário da Agricultura. No governo Fernando Henrique Cardoso (1995-02), integrou o Grupo de Análise e Pesquisa da Presidência. Também fez parte de conselhos do Ministério da Educação e Cultura, do Instituto de Estudos Avançados da USP, do Cebrap e da Fundação Getúlio Vargas.

No último livro de Dupas (“O Incidente”) é “uma metáfora sobre aquilo que lhe estava acontecendo. É sobre um acidente em que as pessoas ficam presas dentro de uma mina. É o incidente na vida dele: o livro procura, pela ficção, lidar com a doença que o acabou vitimando”. Dupas “teve uma participação importante no debate público. Sempre teve grande seriedade na investigação. Não era um improvisador”.

Dupas presidia o Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais e coordenava o Grupo de Conjuntura Internacional da USP. Era coeditor da revista “Política Externa” e membro do corpo editorial das revistas “Sociedad y Politica” (México) e “Cahiers de la Sécurité” (França). Foi professor visitante da Universidade de Paris (França) e da Universidade Nacional de Córdoba (Argentina).

O economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário Política Econômica (gestão FHC) destacou sua “carreira brilhante” e disse que Dupas “era um intelectual puro, sem compromissos e sem partidarismos”. Também presente, o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros afirmou que “ele teve uma carreira profissional de sucesso e sempre manteve a preocupação de estar adicionando”.

Dupas formou-se em engenharia de produção pela Politécnica da USP, em 1966, e fez pós-graduação em administração de empresas (USP/Delft University), desenvolvimento econômico (USP/ Cepal) e economia matemática (Cepal/Ipea). No Brasil, lecionou na PUC-RS e no Instituto Mauá.

Publicou cerca de seis centenas de artigos. Escreveu 12 livros e organizou ou escreveu capítulos para outros 35. Dentre suas principais obras estão “Crise Econômica e Transição Democrática” (1987), “Economia Global e Exclusão Social” (2001), “Ética e Poder na Sociedade da Informação” (2001), “Tensões Contemporâneas entre o Público e o Privado” (2003), “Atores e Poderes na Nova Ordem Global” (2005) e “O Mito do Progresso” (2006).

Gilberto Dupas morreu dia 17 de fevereiro de 2009 em São Paulo, aos 66 anos, vítima de um câncer.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil – da Folha de S.Paulo – PODER – 18/02/2009)

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