Fúlvio Pileggi, diretor-geral do instituto de cardiologia da USP, referência na cardiologia e figura-chave na história do Incor

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Foi referência na cardiologia e figura-chave na história do Incor

Fúlvio Pileggi foi professor, clínico, acadêmico e diretor-geral do instituto de cardiologia da USP de 1982 a 1997

 

Prof. Fúlvio Pileggi deixa o InCor como um dos grandes legados de sua trajetória

 

Uma das lideranças históricas do Instituto, ele foi um dos maiores responsáveis pelo prestígio que o InCor conquistou

Fúlvio José Carlos Pileggi (São Carlos (SP), 13 de julho de 1927 – São Paulo, 4 de abril de 2021), foi professor, clínico, acadêmico e diretor-geral do instituto de cardiologia da USP de 1982 a 1997. Nesse período ele consolidou o Instituto como legado dos Professores Euryclides de Jesus Zerbini e Luiz Venere Décourt (1911-2007), conferindo-lhe destaque nacional e internacional na cardiologia.

 

Graduou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em 1952. Realizou, entre 1955 e 1957, estágio no Instituto Nacional de Cardiologia do México, à época, importante centro da cardiologia mundial. Lá, começou como médico interno, tornando-se, mais tarde, responsável por todo o curso de Cardiologia e Nefrologia.

 

De volta ao Brasil, começou a trabalhar na FMUSP como Médico Assistente. No período de 1964 a 1977, ocupou as funções de Professor Assistente, Chefe da unidade de Cardiopatias Adquiridas, sub-coordenador da unidade de ensino de Cardiologia do Departamento de Clínica Médica e supervisor do curso de especialização em Cardiologia. No Hospital das Clínicas da FMUSP, foi Chefe da Seção de Vetocardiografia e consultor de Cardiologia da primeira Clínica Cirúrgica (Prof. E.J. Zerbini). De 1986 a 1997, exerceu o cargo de Chefe do Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade, na qual também deu aulas como professor titular da disciplina de Cardiologia.

 

Integrou a comissão de planejamento do Instituto do Coração da FMUSP (Incor), no período de 1968 a 1978 e teve papel decisivo na sua implantação. O Incor hoje é considerado centro de excelência na pesquisa, diagnóstico e tratamento de doenças do coração. Na década de 90, foi responsável pelo curso de especialização em Cardiologia do instituto. Foi seu diretor-geral de 1981 a 1997 e também presidiu seu conselho diretor.

 

Nos cinquenta anos de exercício da medicina, o cardiologista publicou mais de 500 artigos em revistas científicas nacionais e de 200 nas publicações estrangeiras. Ao longo de sua carreira, foi homenageado com dezenas de condecorações e prêmios, dos quais destacam-se as três vezes que ganhou o Prêmio Ovídio Pires de Campos (1964, 67 e 72), a Medalha Carlos Chagas (1986), o Prêmio Nacional de Cirurgia Cardíaca (1987) e o Prêmio Dr. Hélio Magalhães (1992).

 

É membro de diversas instituições, como as Sociedades Brasileira de Cardiologia, Mexicana de Cardiologia, de Médicos Internos e Becários do Instituto Nacional de Cardiologia do México, Brasileira de Nefrologia, Peruana de Cardiologia, de Cardiologia de Tucuman (membro estrangeiro) e de Cardiologia do Noroeste Argentino (membro honorário). Faz parte também da New York Academy of Sciences, do Comitê Internacional de Eletrocardiografia, do American College of Cardiology, da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (sócio fundador) e da Interamerican Medical and Health Association.

 

Foi agraciado com a Grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.

 

Na ocasião de sua candidatura a Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, apresentou memória intitulada “Experiência Clínica com Estreptoquinase e Procedimentos Sequenciais para o Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio”.

 

Amor pela ciência

 

O Prof. Fúlvio Pileggi iniciou sua trajetória na medicina em 1947, quando passou em terceiro lugar no exame para a USP. Fez internato e residência no HC e ganhou uma bolsa de estudos da fundação Rockfeller para o Instituto Nacional de Cardiologia do México, naquela época um dos centros mais importantes da cardiologia mundial.

 

De volta ao Brasil, trabalhou com o professor Décourt, à época chefe do Serviço de Cardiologia Clínica do HC, a quem iria suceder anos depois. Foi assistente, livre-docente, adjunto e titular da disciplina. Também participou da união do Serviço de Cardiologia Clínica, de Décourt, com o Serviço de Cirurgia Cardíaca, de Zerbini, e viu o incrível aumento da demanda dos leitos cardiológicos, que levaram ao desenvolvimento do sonho que viria a ser o InCor, batizado em sua inauguração como Instituto de Doenças Cardiopulmonares.

 

Depois de obter todos os títulos de professor de cardiologia na Faculdade de Medicina da USP, inclusive o de titular da especialidade em 1977, ele se tornou diretor-geral do InCor.

 

Inaugurado em 1977, o InCor fez com que o setor de cardiologia do HC ganhasse vida própria, sem, no entanto, deixar de atuar em sinergia com todo o hospital universitário da FMUSP. A habilidade gerencial do Prof. Pileggi implementou de fato a missão da Fundação Zerbini, uma entidade de direito privado criada em 1978 para dar suporte financeiro ao InCor.

 

Com o suporte econômico e a agilidade burocrática propiciada ela Fundação Zerbini, o InCor pôde destinar à época 10% dos leitos para pacientes de convênios privados ou clientes particulares, que pagavam pelos bons serviços prestados pelos cardiologistas da instituição. Os outros 90% eram dedicados a pacientes do sistema público de saúde. Esse modelo gerencial flexível hoje se tornou uma referência para fundações e mantenedoras de hospitais pelo Brasil afora.

 

Com sua missão cumprida, Pileggi se aposentou 1997, quando era professor titular de Cardiologia, chefe do Departamento de Cardiopneumologia na Faculdade de Medicina da USP e diretor-geral do InCor. Em seus 59 anos de exercício na medicina, manteve-se atuando na cardiologia clínica e na pesquisa científica. Publicou cerca de 488 artigos em revistas científicas nacionais e 233 em periódicos internacionais.

 

INFORMAÇÕES DO ACADÊMICO

 

Número acadêmico: 551

 

Cadeira: 53 – Heitor Pereira Carrilho

 

Membro: Titular

 

Secção: Medicina

 

Eleição: 22/10/1987

 

Posse: 10/05/1988

 

Sob a presidência: Aloysio de Salles Fonseca

 

Saudado: Aarão Burlamaqui Benchimol

 

Antecessor: Olavo Nery

 

Fúlvio Pileggi faleceu em 4 de abril de 2021, em São Paulo.

 

“É inestimável a importância do Prof. Fúlvio para o InCor e para todos nós que tivemos  a honra de conviver com ele e aprender com o seu pioneirismo e exemplo”, diz o Prof. Dr. Roberto Kalil Filho, presidente do Conselho Diretor.

Para o Prof. Dr. Fábio Jatene, vice-presidente do Conselho Diretor, o Prof. Fúlvio foi uma das grandes lideranças do InCor e um dos maiores responsáveis pelo grande prestígio que o Instituto conquistou. “Sempre tive muito respeito pela sua atuação, grande gratidão pelas suas orientações durante minha formação e pelo apoio à minha carreira”, diz ele.

“Considero-o o maior responsável pela formação da notável instituição que é hoje o InCor. Era um líder natural, um grande médico, tanto pelo conhecimento como pelo humanismo. Ele teve uma visão administrativa avançada para a instituição. Estimulou a criação de equipes técnicas de excelência. Trouxe ciência para o InCor, através da contratação de pesquisadores em áreas básicas. Formou vários médicos e pesquisadores da maior qualidade.”, relembra o Prof. Dr. Protásio Lemos da Luz, professor sênior do Departamento de Cardiopneumologia da FMUSP, que trabalhou com o Prof. Pileggi por mais de 20 anos.

(Fonte: https://www.anm.org.br – ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA – FÚLVIO JOSÉ CARLOS PILEGGI)

(Fonte: https://www.fm.usp.br/fmusp/noticias-em-destaque – NOTÍCIAS EM DESTAQUE – 05/04/2021)

Fonte: Assessoria de Imprensa do Incor HCFMUSP

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/04 – COTIDIANO / por Patrícia Pasquini – 8.abr.2021)

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