Frederik Willem de Klerk, presidente da África do Sul

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Frederik Willem de Klerk, presidente da África do Sul, de 20 de setembro de 1989 a 9 de maio de 1994. Em outubro de 1993 foi anunciado que fora laureado com o Prêmio Nobel da Paz.

Acordo para pôr fim ao racismo na África do Sul rendeu-lhe o prêmio da Paz a Nelson Mandela e De Klerk. O primeiro, um líder negro que passou 27 anos preso por pregar o combate a mão armada ao regime racista da minoria branca na África do Sul. O segundo, o segundo, o presidente branco que o tirou da cadeia, em 1990, dando o primeiro passo para pôr fim ao apartheid na África do Sul.

A realidade das transformações políticas, mas também a mais difícil das mudanças – a das convicções pessoais.

1936 – Nasce em Johanesburgo, herdeiro de uma dinastia de políticos africânderes.

1948 – O Partido Nacional, ao qual pertencia seu pai, chega ao poder e começa a aplicar a política do apartheid.

1956 – Entra para a Faculdade de Direito e para a Juventude Nacionalista, racista até a medula. Esporte favorito: golfe.

1961 – Monta seu escritório de advocacia.

1972 – Eleito deputado pelo Partido Nacional.

1984 – Nomeado ministro da Educação, defende fervorosamente a segregação racial nas escolas.

1987 – Aos poucos, veste o figurino de liberal. Num debate com um dos caciques da linha dura, exorta a minoria branca a “pensar com as células do cérebro e não com as células do sangue”.

1989 – Tira vantagem da má saúde do presidente P. W. Botha para tomar seu lugar no comando do partido, que adota uma plataforma de reformas lentas, graduais e seguras. Vitorioso nas urnas, assume a presidência.

1990 – No governo, pisa com força no acelerador das mudanças. “Nossa meta é uma África do Sul totalmente nova, livre da opressão e da dominação.” O governo repudia o apartheid, liberta Mandela e inicia o diálogo com o CNA.

1991 – Revoga as últimas leis racistas, mas não suas convicções pessoais: ao saber que o filho, Willem, tem uma namorada mulata, faz de tudo para melar o romance, chegando até a despachar o rapaz para estudar na Inglaterra. O namoro não resiste à pressão e Willem se casa com uma branca.

1992 – Submete suas reformas a um referendo só para brancos e ganha disparado: 70% votam pelo “sim”.

1993 – Marcada a data para a primeira eleição em que o voto dos brancos e o dos negros terão o mesmo valor – 27 de abril de 1994.

(Fonte: Veja, 20 de novembro de 1993 – ANO 26 – N° 42 – Edição n° 1310 – NOBEL – Pág; 82/86)

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