Foi um dos primeiros diretores de grandes orquestras que contratou artistas negros

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Astro do jazz

Arnold Jacob Arshawsky (Nova York, 23 de maio de 1910 – Thousand Oaks, Los Angeles, 30 de dezembro de 2004), conhecido como Artie Shaw, foi clarinetista, compositor, maestro e escritor

Artie Shaw, lenda do jazz que nunca conseguiu fugir da fama da qual o intérprete de “Begin the Beguine” sempre tentou fugir se mantém intacta.

O clarinetista também foi um inovador, respeitado como um dos primeiros diretores de grandes orquestras que contratou artistas negros.

Em seu apogeu nas décadas de 1930 e 1940, Shaw ganhava dezenas de milhares de dólares por semana e se equiparava a Benny Goodman, Tommy Dorsey e Glenn Miller como os reis do swing.

Mas, nos anos 1950 ele abandonou a música e dedicou a segunda metade de sua vida a escrever e outras atividades. Sua gravação de Begin the Beguine, de Cole Porter, deveria ser o “lado B” do álbum. Mas tornou-se um sucesso fenomenal, ficando no topo das paradas durante seis semanas em 1938 e deu fama a Shaw, então com 28 anos.
Enquanto Count Basie e Duke Ellington se contentaram em ter uma grande orquestra e Benny Goodman em ter duas, Shaw nunca esteve satisifeito e chegou a dirigir até cinco grandes orquestras durante os anos 30 e 40.

Pelas orquestras de Shaw, passaram artistas como Billy Holiday, Mel Torme, Gordon Jenkins, Buddy Rich, Roy Eldrige e “Hot Lips” Page e, em uma época em que maioria dos líderes de bandas eram brancos e se negavam a contratar negros, a grande cantora Billy Holiday.

Foram anos de glória nos quais sua arte, tanto à frente da orquestra como com seu clarinete, pareceu nunca lhe dar satisfação suficiente.

De fato, este homem de caráter tão genial quanto arredio abandonou várias vezes sua carreira, com a qual chegou a ganhar 30 mil dólares por semana, uma fortuna na era da Grande Depressão econômica.

Shaw buscou outras vias artísticas como a narrativa (escreveu “The trouble with Cinderella”) ou simplesmente tentou fugir da Nova York do swing e do jazz escondendo-se por alguns meses no México.

Mas cada vez que voltava a um palco, por dinheiro ou por amor, um novo êxito caía nas mãos deste artista que nunca pôde escapar à fama.

Shaw sempre será recordado como “o rei do swing”, um título que desfrutou com outro grande clarinetista da época, Benny Goodman.

Os dois foram as figuras mais populares da música no final da década dos 30, quando a música “Begin the Beguine” se tornou a marca de identidade de Shaw, ou como ele chegou a dizer, sua desgraça.

Sua única escapatória foi uma aposentadoria antecipada da música em 1954, quando deixou de lado seu clarinete e nunca voltou a tocá-lo porque não podia fazê-lo com a destreza que costumava.

A longa ausência musical deste perfeccionista só foi interrompida em uma ocasião, em 1981, quando reorganizou uma orquestra que levava seu nome e interpretava sua música, mas na qual nunca tocou.

No máximo chegava a soprar os primeiros acordes da música de abertura, “Nightmare”, antes de passar a batuta a outro clarinetista, Dick Johnson (1925-2010).

Seu caráter também não se aplacou com os anos e se suas oito esposas deram testemunho de sua falta de paciência, mais de um espectador foi vítima desta mesma irritação se pedia a música errada. Especialmente quando lhe pediam que tocasse um ritmo latino.

Seu caráter irascível ficou claro quando anunciou qual queria que fosse seu epitáfio: “Fez o melhor que pôde com o material que tinha”.

Mais tarde, mudou este desejo por uma frase mais curta e taxativa: “Cai fora”.

O músico deixa uma grande gravação de “Begin the Beguine”, uma das composições mais populares de Cole Porter, e outros sucessos como “Stardust”, “Frenesi”, “Lady be good” e “Indian love call”.
Shaw também será lembrado por seus turbulentos casamentos – oito no total -, que incluem em sua lista de ex-mulheres estrelas como as atrizes Lana Turner (terceira mulher, 1940), Ava Gadner (quinta, 1945) e Evelyn Keys (oitava, 1957), assim como a escritora Kathleen Wilson (sexta, 1946). Seu casamento mais duradouro foi com Evelyn, que interpretou a irmã do meio da família O’ Hara no clássico …E o Vento Levou. O casamento durou até 1985, mas os dois viveram separados por muito tempo. “Eu gosto muito dela e ela de mim, mas a convivência é quase impossível”, disse Shaw em uma entrevista em 1973.

Artie Shaw morre em 30 de dezembro de 2004, de causas naturais, aos 94 anos em Los Angeles.

 

 

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica- 20041231p6105 – CULTURA – MÚSICA – AGÊNCIA ESTADO – 31 de dezembro de 2004)

(Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/2004/12/30/ult1817u2568 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS – Los Angeles (EUA), 30 dez (EFE).- 30/12/2004)

 

 

 

 

 

 

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