Foi ele a primeira pessoa que levou um cuidado cênico ao rock

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Bill Graham (1931-1991), produtor que amplificou o sucesso de nomes como Jimi Hendrix. Ele não cantava, não tocava instrumentos, não compunha nem usava drogas, fugindo de qualquer estereótipo de estrela da música.
Mesmo assim, Bill Graham foi uma das figuras centrais do cenário da geração “flower power”. Mas para qualquer um que queira entender o rock dos anos 1960 e 1970 ou mesmo o show business atual, passa-se por Bill Graham.
Ele é o maior produtor de shows de todos os tempos. Foi ele a primeira pessoa que levou um cuidado cênico ao rock: preocupava-se com os efeitos das luzes, buscava o melhor equipamento de som. Sem contar que, ao lado de Bob Geldof, ele foi responsável pelo Live Aid (primeiro megasshow de rock beneficente, organizado em 1985 para arrecadar fundos e combater a fome na Etiópia.
Todos que importam (ou importaram) no rock esbarram em Bill Graham (1931-1991) ou nas suas lendárias casas de show Fillmore: Bob Dylan, Rolling Stones, Janis Joplin, Jimi Hendrix, The Doors, The Who, Led Zeppelin, Carlos Santana…
Nenhum deles teria se tornado tão famoso se Bill não tivesse feito o que fez, levando suas músicas a tantas pessoas. Na história do rock’n’roll, com a sua ajuda, ele se transformou numa indústria que movimenta milhões de dólares até hoje.
Nascido em Berlim, teve que fugir dos nazistas ainda criança. Viveu em orfanatos na França e viu a II Guerra de perto. Foi enviado aos EUA sem nada no bolso e ficou um longo tempo à espera de alguém que o adotasse. Lutou na Guerra da Coreia, foi taxista, garçom, ator. Mais atarde já famoso, atuou em filmes como Apocalypse Now (1979) e Bugsy (1991). Uma vida impossível de ser resumida em um parágrafo.
No livro que conta sua história é leitura fundamental, como narra a biografia Bill Graham Apresenta: Minha Vida Dentro e Fora do Rock. O livro é sobre Bill, mas é também a história do rock’n’roll. Robert Greenfield, jornalista americano, co-autor do livro, que foi publicado no exterior em 1992 e que foi lançado no Brasil apenas em 2008.
Greenfield fez todas as entrevistas (cerca de 125 personagens) do livro, estruturado da célebre forma de Mate-me, por Favor (1997): uma série de depoimentos em primeira pessoa editados e organizados de forma a contar uma história.
A música é o atrativo do livro, mas a primeira parte, que consome 146 páginas, não tem nada sobre rock. Como muitos imigrantes que vieram para a América, Bill queria um livro que contasse a sua vida, que escreveu uma peça sobre Graham, enecenada em 2000 em Los Angeles.

(Fonte: Zero Hora – Ano 45 – Nº 15.883 – SEGUNDO CADERNO – Folhapress – Livros – 25/02/09 – Pág; 6)

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