Fernando Buschman, brasileiro de origem alemã que foi executado na Torre de Londres na I Guerra

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Brasileiro fuzilado por espionagem em Londres na I Guerra

Fernando Buschman (Paris, 16 de agosto 1890 – Londres, 19 de outubro de 1915), espião brasileiro de origem alemã que foi executado na Torre de Londres durante a I Guerra Mundial, aos 25 anos, por praticar espionagem em favor da Alemanha.

Fernando Buschman, executado na Torre de Londres durante a 1ª Guerra Mundial.

O violinista, engenheiro e comerciante de origem alemã tinha 25 anos. Ele foi condenado à morte por espionagem.

Além de Buschman outros dez estrangeiros foram executados entre o fim de 1914 e o início de 1916, todos espiões amadores e estabanados, controlados por uma organização igualmente descuidada, com sede em Roterdã, na Holanda.

Buschman nasceu em Paris, mas veio ainda bebê para o Rio de Janeiro, onde o pai, Francisco, alemão naturalizado brasileiro, tinha uma loja de instrumentos musicais.

Estudou na Áustria até se formar engenheiro, quando voltou ao Rio de Janeiro para trabalhar com o irmão na loja da família. Não deu certo e acabou fazendo nova sociedade, com o brasileiro Marcelino Bello, em uma importadora e exportadora de produtos alimentícios.

Culto, refinado, músico de qualidade, apaixonado pelo violino e pela aviação, então uma novidade, Buschman passou a viajar constantemente para a Europa, onde se casou com Valerie, filha de um milionário alemão. Em 1914, a guerra o pegou na Alemanha. Lá teria sido convocado pelo serviço de espionagem, provavelmente por causa da fachada já bem estabelecida de comerciante internacional de “queijo, banana, batata e lâminas de barbear”. Depois de curta passagem pela Itália e Espanha, chegou a Londres em abril de 1915.

Em matéria de coleta de informações sobre o inimigo, mostrou pouquíssimo serviço. Primeiro, instalou-se num hotel que era um antro de espiões, constantemente revistado. Suas cartas eram todas abertas, pois o endereço do destinatário batia com o de notórios espiões alemães em Roterdã. As informações que passava eram inócuas e ocupavam menos papel do que os insistentes pedidos de dinheiro. Preso dois meses depois da chegada a Londres, foi julgado, condenado à morte e enclausurado na torre, onde passou seu último mês de vida.

Na véspera da execução, um advogado de quem se tornara amigo, Henry Francis Garrett, conseguiu que lhe devolvessem o violino, e Buschman, que negou até o fim qualquer atividade clandestina, tocou a noite inteira. Pouco antes das 7 da manhã de 19 de outubro de 1915, despediu-se do violino com um beijo “Adeus, não precisarei mais de você” e seguiu para a morte. No galpão de treinamento de tiro ao alvo anexo à torre onde se procediam as execuções prática que estava abolida no local desde 1601 , sentou-se na cadeira indicada, dispensou a venda e “morreu como um cavalheiro”, diante dos oito soldados do pelotão de fuzilamento.

A Torre de Londres, hoje uma popular atração turística na capital britânica, foi no passado prisão e local de execução de, entre outros, Ana Bolena, segunda esposa de Henrique 8º. Ela começou a ser construída por volta de 1080 por Guilherme, o Conquistador.

(Fonte: Veja, 10 de dezembro de 1997 – ANO 30 – Nº 49 – Edição 1525 – HISTÓRIA/ Por Lizia Bydlowski – Pág; 61)
(Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/07 – MUNDO – Da BBC – 11/07/2012)

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