Ennio Candotti, físico e fundador do Musa (Museu da Amazônia), recebeu o Prêmio Kalinga, da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), de popularização da ciência

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Ennio Candotti, diretor-geral e fundador do Museu da Amazônia

(Crédito da Foto: Felipe Fittipaldi)

Personalidade fundamental na história da Ciência brasileira

 

 

Ennio Candotti (nasceu em 12 de fevereiro de 1942, em Roma – faleceu em 6 de dezembro de 2023), físico ítalo-brasileiro, professor, e fundador do Musa (Museu da Amazônia).

O físico ítalo-brasileiro e fundador e diretor do Museu da Amazônia (Musa), foi eleito quatro vezes presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com mandatos exercidos entre os anos de 1989 e 2007. Nos anos 1970, o físico foi uma importante figura contra as políticas nucleares do governo de Ernesto Geisel.

O cientista nasceu na Itália e foi naturalizado brasileiro.

O físico também era professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Nascido em Roma, Candotti veio para o Brasil em 1952, aos 10 anos de idade. Naturalizado brasileiro, Candotti formou-se em Física e era professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Candotti também foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) por quatro mandatos.

Líder científico do país, ele era presidente de honra da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e presidiu, de fato, a entidade de 1989 a 1993, e de 2003 a 2007.

Em 1998, Candotti recebeu o Prêmio Kalinga, da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), de popularização da ciência. Trata-se do prêmio mais antigo da Unesco, datando de 1951, para pessoas ou entidades que, pelas contribuições significativas na popularização científica, “contribuíram para reduzir a distância entre a ciência e a sociedade”.

Em 1998, ele foi premiado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) com o prêmio Kalinga por sua contribuição pela popularização da ciência.

A ideia para criação do Musa surgiu durante uma reunião da SBPC, em 2007, em Belém, quando o físico chefiava a entidade. Candotti, na ocasião, sugeriu a criação de um museu na floresta. Foi então convidado para cuidar da criação e direção do museu.

O Musa foi fundado dois anos depois. Em 2011, um pedaço da Reserva Florestal Adolpho Ducke foi cedida para a criação do Musa.

Quem era Ennio Candotti

Nascido na Itália, Ennio Candotti, emigrou para São Paulo ainda menino, em 1951, se dedicou ao exercício e à divulgação da ciência no país. Formou-se em Física pela Universidade de São Paulo (USP), em 1964, atuou como professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de 1974 a 1996, e foi professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Candotti possuía especializações em Relatividade pela Università degli Studi di Pisa (Itália), em Física Matemática pela Ludwig-Maximilians Universität München (Alemanha) e em Sistemas Dinâmicos pela Università degli Studi di Napoli (Itália).

Foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) de 1989 a 1993, e depois, mais uma vez de 2003 a 2007. Esteve entre os fundadores das revistas Ciência Hoje e Ciência das Crianças e da versão argentina, Ciência Hoy.

Em 1999 recebeu o prêmio Kalinga, da Unesco, por sua contribuição à popularização da ciência.

O museu recebeu, em 2013 e 2014, verba do Fundo Amazônia, o que possibilitou a construção de laboratórios, trilhas e a conhecida torre de observação do Musa de 42 metros.

Em 2019, Candotti também foi homenageado com o Título de Cidadão do Amazonas, pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), com propositura do ex-deputado Serafim Correa que, nesta quarta-feira, também lamentou a partida do professor.

Nascido em 1942 na cidade de Roma, na Itália, Candotti e sua família vieram para o Brasil em 1952, por conta de uma crise econômica que atingiu o país na época. Em 1964, formou-se em física pela Universidade de São Paulo (USP), onde também estudou filosofia. Em 1965, foi para a Europa e fez especializações na Università degli Studi di Napoli, na Itália.

Anos mais tarde, em 1974, voltou ao Brasil, iniciando sua trajetória em defesa da política científica brasileira e em projetos de divulgação científica. Naturalizou-se brasileiro em 1983.

Na SBPC, em 1982, Candotti participou da criação da revista Ciência Hoje. Em 1988, esteve na Argentina implantando a revista Ciencia Hoy, que até hoje trabalha em parceria com a edição brasileira. Em 1996, foi dar aula na Ufes. Também lecionou na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e na Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Na 59ª Reunião Anual da SBPC, realizada na Universidade Federal do Pará (UFPA), em 2007, Candotti estava em seu último mandato como presidente da SBPC e sugeriu, em uma das mesas da programação do evento, que fosse construído um museu dentro da floresta amazônica. Sua ideia ganhou forma 2 anos depois, e o pesquisador foi convidado a ser o diretor-geral do Museu da Amazônia (Musa), cargo que ocupou até o dia de sua morte.

O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, destacou o legado de Ennio Candotti, inclusive no campo político. “A perda de Ennio Candotti é um choque tremendo para todos nós. Ennio se destacou no começo dos anos 1990 quando, presidente pela primeira vez da SBPC, conduziu a comunidade científica na luta pelo impeachment de um presidente acusado de corrupção. Mais tarde, em 2003, foi novamente eleito para dirigir nossa sociedade. Seu papel na luta pela educação e divulgação científica foi notável, deixando como outro legado a revista Ciência Hoje e um sem-número de projetos e iniciativas que sempre prestigiou”, afirmou, em comunicado.

Em nota, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) disse que a morte do especialista deixa uma “lacuna irreparável na comunidade científica brasileira”.

“O professor Ennio Candotti foi uma figura ímpar, reconhecida por seu conhecimento e contribuições notáveis para o avanço da ciência no Brasil. Sua atuação em prol das questões amazônicas foi incansável ao longo de 15 anos, sendo um defensor apaixonado pelo estudo e preservação da biodiversidade da região. Seu legado será eternamente lembrado como exemplo de dedicação, comprometimento e amor pela ciência. A comunidade científica perde um grande líder, mas suas ideias e realizações continuarão a inspirar futuras gerações de pesquisadores”, afirmou o Inpa.

Para o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, Candotti era “um visionário e incansável batalhador pelos temas que considerava altamente relevantes para o país, um paladino apaixonado pela melhoria do conhecimento científico da sociedade brasileira e pela defesa da Amazônia”.

Galvão ressalta, ainda, seu forte espírito de luta, “não cedendo aos obstáculos que surgiram em seu caminho”.

“Todos nós brasileiros somos seus devedores pelo frutífero e desinteressado serviço prestado ao país”, disse, em comunicado do CNPq.

“Registro com profundo pesar o falecimento do professor Ennio Candotti, cientista renomado, ex-presidente da SBPC e Diretor presidente do MUSA. Sentimentos à família”, escreveu Serafim Correa.

Ennio Candotti faleceu, na quarta-feira (6), aos 81 anos.

O Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), em nota, aponta a atuação do pesquisador “em prol das questões amazônicas foi incansável ao longo de 15 anos, sendo um defensor apaixonado pelo estudo e preservação da biodiversidade da região”.

O Inpa também destacou que Ennio foi uma figura ímpar, reconhecida por seu conhecimento e contribuições notáveis para o avanço da ciência no Brasil. A atuação dele em prol das questões amazônicas foi incansável ao longo de 15 anos, sendo um defensor apaixonado pelo estudo e preservação da biodiversidade da região.

“Para mim ele era um grande herói da ciência brasileira, muito inteligente, interessado em tudo, sempre procurando meios de promover boa ciência e sua divulgação. Teve um impacto imenso aqui na Amazônia, especialmente nestes últimos anos, como a cabeça e força atrás da Musa”, disse Mike Hopkins, pesquisador do Inpa.

Em nota de pesar, a UFAM (Universidade Federal do Amazonas) classifica Candotti como “um dos maiores expoentes da ciência na atualidade”.

A Finep também divulgou nota sobre a morte do cientista. “A Ciência brasileira está de luto”, diz o texto.

O presidente da SBPC e ex-ministro da Educação, Renato Janine também usou as redes sociais para lamentar a perda do físico ítalo-brasileiro. Janine destacou também a atuação política de Candotti e suas contribuições na educação e divulgação da ciência, além da sua paixão pela Amazônia, causa pela qual também lutou.

“Perdemos hoje Ennio Candotti, presidente da @sbpcnet em dois períodos e nosso presidente de honra. Mais que isso: ele colocou a SBPC na linha de frente da luta pelo impeachment de Collor, e a vida toda batalhou incansavelmente pela divulgação e educação científicas. Vivia na Amazônia, sua paixão final, pela qual também lutava com denodo. Difícil acreditar que ele fosse mortal”, escreveu Janine.  

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Folha de S.Paulo/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ por FOLHAPRESS – SÃO PAULO, SP – 06/12/2023)

(Créditos autorais: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2023/12/06 – AMAZONAS/ NOTÍCIA/ Por g1 AM – 06/12/2023)

(Créditos autorais: https://www.acritica.com/geral – A Crítica/ GERAL/ por Amariles Gama – 06/12/2023)

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(Direitos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – IstoÉ Dinheiro/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ História por admin3 – 06/12/2023)

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