Eduardo Lourenço, foi um dos maiores ensaístas de Portugal, crítico foi muito além da filosofia e da literatura nos seus escritos

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Eduardo Lourenço, foi um dos maiores ensaístas de Portugal

 

Conhecido pelas análises certeiras da identidade lusitana, crítico foi muito além da filosofia e da literatura nos seus escritos

Lourenço fazia parte do seu Conselho de Estado desde 2016

 

Foi um dos principais pensadores portugueses

 

 

Eduardo Lourenço (Almeida, São Pedro de Rio Seco, 23 de maio de 1923 – Lisboa, 1° de dezembro de 2020), escritor, crítico literário e filósofo, foi um dos maiores ensaístas de Portugal.

 

Considerado um dos maiores ensaístas portugueses, o escritor, crítico literário e filósofo Eduardo Lourenço nasceu em São Pedro do Rio Seco, Almeida, Portugal, em de maio de 1923. Ensaísta e crítico literário graduou-se em ciências histórico-filosóficas na Universidade de Coimbra, onde iniciou sua carreira de professor.

 

Lecionou nas universidades de Hamburgo, de Heidelberg, de Montpellier, da Bahia e em 1960 fixou-se na França. Recebeu alguns prêmios como: Prêmio Europeu de Ensaio Charles Veillon (Lausanne, 1988) e o Prêmio Camões (1966). Mitologia da saudade foi sua primeira obra publicada no Brasil.

 

Lourenço nasceu em São Pedro do Rio Seco, a cerca de quatro horas de Lisboa, e se formou em ciências histórico-filosóficas na Universidade de Coimbra nos anos 1940. Ele se tornou professor logo depois da graduação, e publicou o primeiro livro, “Heterodoxia”, no final daquela década, reunindo parte da sua tese de licenciatura.

 

O autor foi muito além da filosofia, porém. Lourenço escreveu ensaios sobre literatura, cinema, música e artes plásticas. Com “Fernando Pessoa Revisitado”, de 1973, se tornou incontornável para os estudiosos do poeta. Com frequência, aliás, mergulhou em autores do cânone lusitano, como o próprio Pessoa, Luís de Camões e Eça de Queiroz, para analisar a imagem que os portugueses fazem de si mesmos.

 

É esse, aliás, o assunto do seu livro mais famoso, “O Labirinto da Saudade – Psicanálise Mítica do Povo Português”, de 1978. Lançado quatro anos depois do fim da ditadura salazarista, ele faz uma revisão da mitologia colonial de heroísmo dos portugueses, deteriorada naqueles tempos com as guerras para manter o domínio sobre Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

 

O título do livro também batiza um documentário sobre Lourenço dirigido pelo cineasta Miguel Gonçalves Mendes (de “José e Pilar”) em 2018.

 

Lourenço ganhou o prêmio Camões em 1996, e o Pessoa, em 2011. Apesar de ter vivido no Brasil entre 1958 e 1959, lecionando como convidado da Faculdade de Filosofia da Universidade da Bahia, e de ter lançado um livro com ensaio sobre o país, “Do Brasil: Fascínio e Miragem”, seus títulos não são tão conhecidos no país.

 

Dois deles, “Mitologia da Saudade” e “A Nau de Ícaro”, foram lançados pela Companhia das Letras, mas estão indisponíveis no site da editora. Mais recentemente, a editora portuguesa Tinta da China lançou por aqui “O Labirinto da Saudade” e “Fernando Pessoa Revisitado”.

Eduardo Lourenço faleceu em 1º de dezembro de 2020, aos 97 anos.

O presidente português Marcelo Rabelo de Souza lamentou a morte de Lourenço em nota publicada no site do governo. “Eduardo Lourenço foi, desde o início da segunda metade do século passado, o nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público”, afirmou. “Aos seus familiares apresento as minhas sentidas condolências pela perda deste amigo, deste sábio, desta figura essencial do Portugal que vivemos.”

Também o primeiro-ministro António Costa lembrou o “amigo, um camarada” em nota. Ele disse que este momento é “um convite a conhecer a obra” do ensaísta, e acrescentou que esta quarta (2) será um dia de luto nacional.

(Fonte: Zero Hora – ANO 57 – N° 19.883 – 2 DE DEZEMBRO DE 2020 – MEMÓRIA / TRIBUTO – Pág: 23)

(Fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/verso – VERSO / por 

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