Edmund Wilson, recebeu do presidente Kennedy, em 1963, a Medalha da Liberdade

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Foi um dos maiores intelectuais americanos do século 20

Wilson: curiosidade de um homem do Renascimento

Edmund Wilson (Red Bank, 8 de maio de 1895 – Boonville, Nova York, 12 de junho de 1972), escritor, ensaísta, jornalista, dramaturgo, poeta, ficcionista e crítico literário americano. Foi um dos mais influentes críticos literários do século 20. Nasceu em Red Bank, Nova Jersey, em 1895, e morreu em 1972. Figura decisiva na vida intelectual norte-americana, esteve entre os primeiros a saudar autores como Joyce, Fitzgerald e Hemingway.

Crítico ativo até o fim da vida, assinou também várias obras de história das ideias.Combativo e erudito ensaísta que no período entre as duas guerras mundiais substituiu o subjetivismo pela análise sociológica na crítica americana.

E que, após abandonar o comunismo na década de 30, firmou seu prestígio de crítico na revista “The New Yorker”, de 1944 a 1948. Recebendo do presidente Kennedy, em 1963, a Medalha da Liberdade.

O terreno por excelência de Wilson sempre foi mais a cultura do que a ação política. Mas não a cultura beletrista, desvinculada do solo histórico e dos grandes problemas que afetaram os homens do século XX.

Com seu olhar permanentemente curioso (aprendeu russo e visitou a União Soviética em 1935 para conhecer melhor a poesia e a revolução do país), um espectro de interesses que ia da literatura à religião (aprendeu hebreu e visitou Israel nos anos 50 para escrever um livro sobre os Manuscritos do Mar Morto), e com um senso crítico tão audaz quanto seguro (foi dos primeiros a reconhecer o talento de Francis Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway), Edmund Wilson se tornou o intelectual mais influente e de maior renome dos Estados Unidos.

Wilson foi unanimemente festejado quando foi publicado nos Estados Unidos Os Anos 50, uma coletânea de escritos e diários inéditos.

SEGURANÇA E ARROGÂNCIA – Ele estudou Literatura em Princeton e Sociologia em Columbia, duas das melhores universidades americanas. Ao terminar os cursos, seu pai lhe disse que era tempo de se concentrar em algum campo específico. “Quero conhecer alguma coisa dos principais departamentos do pensamento humano”, respondeu Wilson, com a segurança e a ponta de arrogância que seriam suas características marcantes.

E assim fez: antes dos 30 anos de idade, já era um crítico literário respeitadíssimo, pois havia percebido a genialidade de Ulysses, de James Joyce, e a de A Terra Desolada, de T.S. Eliot, no momento mesmo em que foram publicados, e agitava a vida cultural americana com dezenas de artigos.

Wilson era também um temperamento colérico, passou por fases de alcoolismo, um escritor compulsivo – quando não tinha nenhum livro em andamento registrava tudo, até os detalhes de sua vida sexual – e um homem de paixões intensas e volúveis. Em 1929, teve um colapso nervoso e passou um mês internado num sanatório.

Saiu do sanatório para começar a ler Marx, divorciar-se e casar-se novamente, e para escrever duas de suas obras definitivas. A primeira foi O Castelo de Axel, de 1931, um notável estudo sobre a literatura simbolista e a moderna, com ensaios fundamentais para quem se interessa na obra de escritores como Marcel Proust e T.S. Eliot.

Depois de se casar pela terceira vez, com a escritora Mary McCarthy (1912-1989), autora do romance O Grupo, Wilson lançou sua segunda obra fundamental, justamente Rumo à Estação Finlândia. Nos intervalos entre os livros e casamentos (foram quatro), ele escrevia poemas, romances, peças e reportagensculturais, além de diários e observações sobre escritores que não quis publicar quando estava vivo.

Generoso, ajudou vários escritores, como o russo Vladimir Nabokov (1899-1977), autor de Lolita, recém-chegado aos Estados Unidos. Depois, Edmund Wilson rompeu com Nabokov por ter tido a ousadia de fazer restrições à tradução para o inglês que o criador de Lolita fez de uma obra de Puchkin.

Segundo Wilson, Nabokov não sabia russo direito. Homem do Renascimento solto no século XX, Edmund Wilson estendeu seu talento a inúmeras áreas de interesse para brilhar em todas elas. Boa parte de seu brilho está na cápsula concentrada de Rumo à Estação Finlândia (To the Finland Station, 1940), um soberbo exercício de inteligência.

Alentado estudo sobre a teoria e a prática da História, sobre a tradição revolucionária e a disseminação das ideias socialistas na Europa. Nos quase 100 anos analisados no livro, desfilam ideias de dezenas de pensadores, açõs de outro tanto de políticos, teorias econômicas, teses filosóficas, povos e classes sociais que se emgalfinham, nações que entram em colapso e a sofrida aurora de uma nova História.

Impressionante pela ambição do autor que quis captar a gênese, o desenvolvimento e os meandros de uma concepção do mundo – a de que os homens fazem a sua história -,  Rumo à Estação Finlândia impressiona mais pela maestria com que essa ambição foi levada ao perfeccionismo.

Edmund Wilson morreu no dia 12 de junho de 1972, aos 77 anos, do coração, em Boonville, Nova York.

(Fonte: Veja, 21 de junho de 1972 – Edição 198 – DATAS – Pág; 58)

(Fonte: Veja, 22 de outubro de 1986 – Edição 946 – LIVROS/ Por MÁRIO SÉRGIO CONTI -– Pág: 134/136)
(Fonte: www.companhiadasletras.com.br)

 

 

 

 

 

 

(Fonte: Revista Veja, 28 de julho de 1999 – ANO 32 – Nº 30 – Edição 1608 – Livros / Por Carlos Graieb – “Memórias do Condado de Hecate”, de Edmund Wilson – Pág: 156/157)

 

 

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