Dom Geraldo de Proença Sigaud, arcebispo Emérito da Arquidiocese de Diamantina, em Minas Gerais

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O grande conservador

 

Um dos mais notórios representantes da ala conservadora da Igreja Católica

 

Dom Geraldo de Proença Sigaud (Belo Horizonte, 26 de setembro de 1909 – Belo Horizonte (MG), 5 de setembro de 1999), arcebispo Emérito da Arquidiocese de Diamantina, em Minas Gerais. Anticomunista ferrenho, ele era representante da ala representante da ala mais conservadora da Igreja Católica. Arcebispo de Diamantina desde os anos 60, dom Sigaud aposentou-se alegando problemas de saúde em 1980. Dom Geraldo foi ordenado padre no dia 12 de março de 1932, em Roma. Recebeu a ordenação episcopal no dia 1º de maio de 1947, em São Paulo, das mãos de Dom Carlo Chiarlo, Dom José Maurício da Rocha e Dom Manuel da Silveira d’Elboux.

 

Intransigível com os defensores da reforma agrária e com os comunistas, dom Sigaud foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP). Há três anos o papa João Paulo II aceitou o seu pedido de aposentadoria.

 

Antigo líder da Tradição, Família e Propriedade (TFP), dom Geraldo de Proença Sigaud, bispo de Diamantina, a 310 km ao norte de Belo Horizonte, ganhou fama por suas pregações conservadoras. Dois anos depois de romper com a TFP, (1970), ele criou outra imagem: a do empresário. Trocou seus manifestos político-religiosos por um par de botinas e um imenso chapéu. E com incrível disposição, o bispo presidiu a Reflorestadora Alto do Jequitinhonha – Refloralje, empresa criada por ele e que plantou 70 milhões de eucaliptos até o final da década de 70, num dos projetos mais ambiciosos de reflorestamento em Minas Gerais.

 

“Meu compromisso é com a fome de minhas ovelhas e essa é a melhor forma de combatê-la”, explicou dom Sigaud na época, definindo seu novo caminho. Sua diocese, que engloba parte do vale do Jequitinhonha e do Mucuri, é uma vasta região de 700 000 almas, do tamanho da Bélgica (30 000 km²), onde a baixa renda dos camponeses é comparável à de Burundi (54 dólares anuais). Como empresário, ele criou empregos e melhorou o nível de vida de seus fiéis.

 

 

Quando dom Sigaud, do púlpito da matriz de São Francisco, lançou a ideia do empreendimento, ele decidiu comprar uma fazenda de 5 100 hectares a 100 km de Diamantina e constituiu a Refloralje, com capital de 134 000 cruzeiros dividido em 134 cotas, reservado uma para si. Ganhou, nessa ocasião, providencial apoio. Um diamantinense, o ex-presidente Juscelino Kubitschek, não somente comprou uma cota como também ofereceu o seu banco de investimentos – Denasa – para captar incentivos fiscais. Com isso apareceram novos sócios, inclusive uma reflorestadora de Sete Lagoas que administrou a técnica de plantio das árvores.

 

Até o fim de 1972, foram plantados 5 milhões de eucaliptos, passando a 10 milhões anuais a partir de 1973. No tempo de seminário, com mais cinco colegas, plantou um aexuberante floresta de 50 hectares perto de Barbacena, como bispo do Paraná, comprou 200 hectares em Jacarezinho e com os lucros do canavial plantado manteve um seminário à época. Em 1969 comprou um sítio a 17 km de Diamantina, onde plantou pés de maracujá. Com a fruta produziu o suco de maracujá “Bandeirinha”. Fundou e presidiu a Cooperativa dos Produtores Rurais, administrou duas fazendas da diocese, uma produzia queijo e a outra destinada à criação de gado. Mais tarde, assumiu por concessão uma fábrica de óleo de mamona. Na qual 3 000 toneladas de óleo eram exportadas para lubrificar as turbinas dos jatos Mirage e Concorde.

 

Dom Geraldo de Proença Sigaud morreu em 5 de setembro de 1999, aos 89 anos de idade, de insuficiência respiratória, em Belo Horizonte (MG).

(Fonte: Veja, 20 de setembro, 1972 – Edição -211 – Personalidade/ O semeador – Pág; 78)
(Fonte: Veja, 15 de setembro, 1999 – Edição -1615 – DATAS – Pág; 126)

(Fonte: https://istoe.com.br – DATAS – 15/09/99)

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