Cláudio Villas-Boas, convenceu o então presidente Jânio Quadros a criar o Parque Nacional do Xingu.

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Cláudio Villas-Boas (8 de dezembro de 1916 – 1° de março de 1998), sertanista brasileiro. Ele e seus irmãos Orlando e Leonardo foram os primeiros a estabelecer contato com os povos indígenas do Xingu. Em 1943, ingressaram na expedição Roncador-Xingu. Patrocinada pelo governo Vargas, a missão tinha por objetivo a ocupação do Centro-Oeste brasileiro. Mesmo depois do fim da campanha, os Villas-Boas continuaram no Xingu, estudando e defendendo as tribos brasileiras. Em 1961, Cláudio convenceu o então presidente Jânio Quadros a criar o Parque Nacional do Xingu. Cláudio e Orlando foram indicados para o Nobel da Paz de 1973. Cláudio Villas-Boas morreu no dia 1° de março de 1998, aos 82 anos, de infarto, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 11 de março, 1998 – Edição n.° 1537 – Ano 31 – N° 10 – DATAS – Pág; 104)

Orlando Villas Bôas foi o maior dos humanistas que conhecemos. Ao lado dos irmãos, únicos brasileiros indicados duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz, enfrentou o desafio de fazer o que acreditava ser certo. Mudando a mentalidade de uma expedição desenhada para massacrar, os Villas Bôas reescreveram a história da colonização do Brasil-Central. No lugar do rifle, adotaram o abraço, o respeito e a palavra.
Orlando falava com os olhos, com as mãos. Com a mesma disposição e prosa, ganhou a simpatia de reis, como Leopoldo III da Bélgica, ou de sertanejos, como o companheiro de expedição Zé Goiás. Esse também foi o segredo do mais extrovertido entre os Villas Bôas para sobreviver aos governos, desde Getúlio aos militares, mantendo vivo um projeto com dimensões inigualáveis em qualquer outro lugar do mundo: preservar cerca de 16 nações indígenas num território maior que muitos países europeus. O resultado foi a campanha pelo Parque Indígena do Xingu, oficializado em 1961. Feito tão brasileiro e revolucionário, quanto seus realizadores.
Nascido em Botucatu, interior de São Paulo, em 1914, Orlando era filho de fazendeiros. Trabalhou em escritório de advocacia e serviu ao Exército – onde só obedecia “às ordens que julgava certas”. Depois de um período na área de contabilidade da Esso, pediu demissão e foi com os irmãos para o Mato Grosso, atrás da Marcha para o Oeste em 1943. Numa época de Brasil rural, onde consciência ecológica era algo impensável, os Villas Bôas optaram por manter verde em vez de asfaltar.
No contato com os índios, as lições aprendidas com Marechal Rondon: “morrer se for preciso, matar nunca”. Passaram por cima de interesses religiosos, comerciais, minerais e ainda formaram uma geração de líderes indígenas, como cacique Aritana dos Yawalapiti – verdadeiro estadista.
Dos três dias que passamos ao lado de Orlando, ficou o bom humor e a simplicidade de quem adorava panetone acompanhando arroz, feijão e bife. Sua personalidade foi inspiração pessoal e exemplo de vida inesquecível para quem ainda firmava o leme ao sair da Universidade.
(Fonte: www.brasiloeste.com.br – 13 dezembro 2003)

O ÚLTIMO SEGUIDOR DE RONDON

Villas-Boas: mais da metade da vida no meio da selva, entre os índios

Orlando Villas-Boas (12 de janeiro de 1914 – 12 de dezembro de 2002), um dos mais respeitados indigenistas do mundo. De seus 88 anos, mais de cinquenta foram vividos na selva, em contato com os índios. Ele e seus irmãos Leonardo e Cláudio estiveram na expedição Roncador-Xingu, patrocinada pelo governo Vargas, com o objetivo de desbravar o Centro-Oeste brasileiro. Iniciada em 1943, essa aventura acabaria durando mais de vinte anos. Villas-Boas foi um discípulo entusiasmado do estilo e das teorias do merechal Cândido Rondon, líder daquele projeto. Em decorrência da expedição, foram criadas 43 cidades, pequenos aeroportos e a reserva indígena do Parque Nacional do Xingu. Orlando Villas-Boas manteve contato com mais de vinte tribos, entre elas a dos kranhacarore, os chamados índios gigantes do Mato Grosso. O sertanista foi duas vezes indicado ao Nobel da Paz. Nas viagens pela selva, contraiu malária mais de 200 vezes. Orlando Villas-Boas morreu no dia 12 de dezembro, depois de passar 28 dias internado com uma grave infecção intestinal.
(Fonte: Veja, 18 de dezembro, 2002 – Edição n.° 1782 – DATAS – Pág; 120)

Leonardo Villas-Boas
Leonardo Vilas-boas (Botucatu, 1918 – São Paulo, 1961) foi um sertanista brasileiro, o mais jovem dos irmãos Villas-Bôas.

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