Chevalier (1888-1972), Maurice Chevalier, chansonnier no palco e na tela.

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Chevalier (Paris, 12 de setembro de 1888 – Paris, 1º de janeiro de 1972), Maurice Chevalier, “chansonnier” no palco e na tela. Depois de 83 anos de vida, Maurice Chevalier foi impedido de realizar o número de otimismo com que um dia anunciara sua disposição de chegar aos cem anos: olhar-se no espelho pela manhã e dar um sorriso. Ao completar oitenta anos, a 12 de setembro de 1968, Chevalier disse ainda que era preciso aprender a viver todos os dias, e revelou a sua fórmula: moderar-se na comida e na bebida (desde os quarenta anos não fumava), saber às vezes renunciar às mulheres e às preocupações. “O único excesso que não mata ninguém é o trabalho.” No trabalho, Chevalier não se poupava. Chegava cedo ao teatro, procurava conhecer as possibilidades do palco e ensaiava cada passo com a disposição de um principiante. Essa aparente humildade de um artista incluído entre as grandes figuras do mundo do espetáculo tinha raízes da dura infância do menino pobre do bairro parisiense de Menilmontant. A partir dos dez anos, Maurice fora aprendiz de marceneiro, de eletricista, de tipógrafo, vendedor de tintas, pintor de bonecas, e aos doze quase perdera o dedo trabalhando numa fábrica de percevejos de metal.

Com o dedo enfaixado, sem trabalhar, passava o dia ouvindo a música de um café de operários chamado Três Leões. Nesse café começaria sua carreira de cantor, recebendo por dia uma caneca de café com leite. No livro autobiográfico “Minha Vida, Minhas Canções”, ele conta muitos desses episódios. Com menos de dezesseis anos conheceu (de longe) a grande estrela do “music-hall” francês Mistinguett, que um dia seria seu grande amor. O encontro se daria no Folies, quando, com dezenove anos, Maurice foi escolhido para contracenar com a grande vedete. No quadro, Mistinguett agredia Chevalier com um tapa, e os dois acabavam no chão enrolando-se num tapete. Um dia, “o desenrolar e a saída do tapete foram muito mais lentos do que de costume, mas ninguém desconfiou que acabávamos de firmar um pacto de bela e longa viagem”. Em 1929, contratado pelo cinema americano, ficou ainda mais conhecido, ao aparecer com Jeanett MacDonald (1903-1965) no filme “O Desfile do Amor”. Em 1938, Maurice Chevalier estava no auge da fama e pensou em retirar-se. Adiou o prazo para 55 anos, depois para 60 – “e o tempo foi passando”. Ainda há pouco tempo costumava dizer: “Tenho a sorte de possuir um motor que funciona bem. Vou continuando”. Chevalier morreu no dia 1° de janeiro de 1972, de uma infecção renal, no Hospital Necker, aos 83 anos, em Paris.

(Fonte: Veja, 5 de janeiro de 1972 – Edição n.° 174 – DATAS – Pág; 65)

No dia 12 de setembro de 1888 — Nasce, em Paris, o cantor e entertainer Maurice Chevalier. O artista francês morreu em 1° de janeiro de 1972.
(Fonte: Correio do Povo – Ano 114 – Nº 347 – Geral – Cronologia/ DIRCEU CHIRIVINO – sábado, 12 de setembro de 2009 – Pág; 30)

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