Considerado pioneiro do que é conhecida como world music

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Yusef Lateef, um gigante do jazz, o sax tenor e flautista, nascido William Emanuel Huddleston

Quando o Jazz é sagrado

O lendário Yusef Lateef, ao ir a primeira vez ao Brasil e, em entrevista, disse que música deve buscar significado do presente

Yusef Lateef, um gigante do jazz, o sax tenor e flautista, nascido William Emanuel Huddleston em 1920 em Chattanooga, Tennessee. Ele integrou os grupos de Dizzy Gillespie, Charles Mingus e o Cannonball Adderley Sextet.

A exemplo de Ornette Coleman (80 anos), Sonny Rollins (80 anos) e Dave Brubeck (90 anos), ele é um dos remanescentes de uma era de ouro do jazz.
Poucas coisas são tão referenciais no gênero quanto o estilo macio de Lateef na música Theme from Spartacus. Qualquer coisa que se ouça dele entre 1940 e 1970 é imediatamente reconhecível – é a própria expressão do estilo no jazz.

Compositor, escritor, artista visual, filósofo, músico, o dr. Lateef foi agraciado, em 2010, com o título de American Jazz Master pelo National Endowment for the Arts, o Fundo Nacional de Cultura dos Estados Unidos. “Yusef Lateef tem sido uma fonte de inspiração para o mundo da música durante muitos anos. Um muçulmano devoto, Yusef é adorado por cristãos, judeus, budistas, hindus e as pessoas de todo tipo ao redor do mundo. Ele tem tido um enorme impacto espiritual em todos nós e sempre criou grande música”, disse dele Sonny Rollins.

Segundo Lateef, o que o mantém em atividade aos 90 anos é a curiosidade existencial. “O que eu procuro é mergulhar dentro daquilo que sou”, disse. “O que me mantém ativo é a busca do significado do presente.” Ele começou aos 18 anos – ou seja, já está há mais de 70 anos na ativa. “Da minha juventude, eu me lembro do prazer. Tocar com pessoas como Roy Eldridge e Dizzy Gillespie foi puro prazer. Uma sensação maravilhosa.”

Muitos críticos dizem que Yusef Lateef foi o inventor da world music, ao lançar, em 1961, o disco Eastern Sounds, em que misturava jazz com sons do Oriente – mas ele dá uma gargalhada quando ouve isso. “A sensação de ir em direção à experimentação revelou-se, no final, muito eficiente”, diz apenas.

O jazzista viveu e lecionou na Nigéria durante quatro anos, como pesquisador sênior, para uma tese sobre a flauta africana. Na banda de Cannonball Adderley, ouviu muito a música brasileira – Adderley era fã.

“Acho que cada país tem algo de único a oferecer em termos de música e arte. Mesmo sem entender bem, eu tentei”, conta. Está ansioso para fazer seu primeiro show no Brasil. “Acredito na paz, no amor, no respeito e na humanidade. E no amor de Deus. Tento fazer o bem e acredito no amor do Criador.

COM QUEM ELE TOCOU

Charles Mingus, Cannonball Adderley, Miles Davis, Dizzy Gillespie, Milt Jackson, Tommy Flanagan, Barry Harris, Paul Chambers, Donald Byrd, Hank Jones, Thad Jones, Elvin Jones, Kenny Burrell, Lucky Thompson Matthew Rucker, Lucky Millender
(Fonte: http://www.estadao.com.br – Jotabê Medeiros – O Estado de S.Paulo – 02 de fevereiro de 2011)

Saxofonista e flautista americano atuante há mais de seis décadas, ficou conhecido por ter misturado o jazz com a música oriental, tocando diversos instrumentos, entre eles a flauta de bambu e o koto. Por essa mistura de sonoridades, já chegou a ser considerado pioneiro do que hoje é conhecida como world music. Ao longo de sua carreira, tocou com nomes como Dizzy Gillespie e Miles Davis e integrou o quinteto do saxofonista Cannonball Adderley.

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