Charlotte Zolotow, autora de livros sobre questões reais das crianças
A poetisa e escritora tem mais de 70 livros infantis publicados
Charlotte Zolotow (Norfolk, no estado americano da Virgínia, em 25 de junho de 1915 – Hastings-on-Hudson, no estado de New York, 19 de novembro de 2013), escritora americana
Zolotow escrevia poesias, atuava como editora de livros infantis e tem mais de 70 livros infantis de sua autoria. Seus livros tratavam de temas difíceis como a solidão, a perda e a saudade, diferenciando-se da literatura infantil vigente. Contou com a parceria de grandes ilustradores do século XX, como Garth Williams (1912–1996), Hilary Knight, Marc Simont, Uri Shulevitz (1884-1967), James Stevenson and Tana Hoban. Seus títulos mais famosos incluem Mr. Rabbit and the Lovely Present (1962), My Grandson Lew (1974), e William’s Doll (1972).
Como editora, trabalhou por muitos anos na Harper & Row (hoje chamada HarperCollins Publishers), onde teve seu próprio selo, Charlotte Zolotow Books.
Zolotow nasceu em Norfolk, no estado americano da Virginia, em 25 de junho de 1915. Ela é mãe da também escritora de livros infantis, Crescent Dragonwagon, e do campeão de poker Steve Zolotow. Foi casada com Maurice Zolotow de 1938 até o ano de seu divórcio, 1969.
Charlotte foi uma ilustre autora e editora de livros infantis cujo trabalho – tanto seus próprios títulos quanto os dos escritores em seu grupo – oferecia até mesmo aos leitores mais jovens uma visão direta de assuntos emocionalmente carregados como raiva, inveja e morte
Os próprios livros ilustrados de Zolotow – ela escreveu mais de 70 – eram explorações lúcidas da paisagem interior da infância por alguém que obviamente não havia esquecido como era morar lá. Delicadamente, com precisão cirúrgica, eles sondaram a vida interior das crianças, muitas vezes abrangendo solidão, perda, saudade e outros tópicos dolorosos que as gerações anteriores de livros infantis haviam adoçado ou ignorado completamente.
Seu trabalho foi agraciado pela arte de alguns dos melhores ilustradores do século 20: Garth Williams, Hilary Knight, Marc Simont, Uri Shulevitz, James Stevenson e Tana Hoban. O primeiro livro ilustrado de Zolotow, “The Park Book”, publicado em 1944, tinha ilustrações de Hans Augusto Rey (1898–1977), o artista por trás dos livros “George Curioso”.
Entre os títulos mais famosos de Charlotte Zolotow estão “Mr. Rabbit and the Lovely Present” (1962), a história da busca de uma menina por um presente para sua mãe, com ilustrações ternas e quase impressionistas de um jovem Maurice Sendak; “Meu neto Lew” (1974), ilustrado por William Pène du Bois (1916–1993), sobre a morte de um avô; e “William’s Doll” (1972), ilustrado pelo Sr. du Bois, sobre um menino que, apesar da relutância envergonhada do pai, realiza seu desejo de ter uma boneca. Essa história foi adaptada como uma canção (com letra de Mary Rodgers e música de Sheldon Harnick), gravada em 1972 no popular álbum infantil “Free to Be… You and Me”.
Como editora, Charlotte Zolotow trabalhou por muitos anos na Harper & Row (agora HarperCollins Publishers), onde presidiu seu próprio selo, Charlotte Zolotow Books.
Os escritores célebres em sua lista incluíam M. E. Kerr (autor do romance de 1986 “Night Kites” e da autobiografia de 1983 “Me, Me, Me, Me, Me”); Karla Kuskin (“A Filarmônica Veste-se”, 1982); Robert Lipsyte (“The Summerboy”, 1982); e Patricia MacLachlan, cujo romance de 1985 para Zolotow, “Sarah, Plain and Tall”, sobre uma noiva por correspondência recém-chegada à pradaria americana, ganhou a Medalha Newbery, a maior honraria do país para a escrita infantil.
Em sua capacidade editorial, Zolotow era conhecida como parteira de livros de imensa honestidade emocional: “Night Kites”, de Kerr, por exemplo, estava entre os primeiros romances para jovens adultos a lidar com a AIDS. Ao editar escritores para crianças mais novas, Zolotow também era uma hábil casamenteira, combinando-os com muitos dos ilustradores cujo trabalho adornava seus próprios livros.
A preocupação de Zolotow com os sentimentos mais profundos das crianças, ela costumava dizer, estava enraizada em sua própria infância inquieta.
Charlotte Gertrude Shapiro nasceu em Norfolk, Virgínia, em 26 de junho de 1915. Sua mãe, Ella, era sufragista e membro ativo do Hadassah. Seu pai, Louis, era advogado e não era um homem de negócios muito bem-sucedido, e os Shapiros se mudavam com frequência, indo buscar em Detroit; Brookline, Massachusetts; e Nova York.
Crescendo, Charlotte era desajeitada, doentia e tímida; por causa das mudanças frequentes de sua família, muitas vezes ela era a nova garota da classe. Ela usava um aparelho nas costas para escoliose, e isso, combinado com os óculos e aparelhos ortodônticos que ela também usava, só aumentou sua autoconsciência. Ela encontrou consolo nos livros e decidiu cedo ser escritora.
Charlotte Zolotow logo desenvolveu uma reputação como uma astuta apostadora de talentos. Em 1967, ela assistiu a uma adaptação para a televisão do então pouco conhecido drama de 1964 de Paul Zindel (1936–2003), “The Effect of Gamma Rays on Man-in-the-Moon Marigolds”, sobre uma mãe perturbada e suas duas filhas adolescentes.
O resultado foi o amplamente elogiado romance para jovens adultos de Zindel, “O Homem Porco” (1968), sobre dois adolescentes que seduzem um homem idoso em um jogo de confiança, mas acabam fazendo amizade com ele. (A Sra. Zolotow acabou sendo uma apostadora mais astuta do que ela imaginava: “The Effect of Gamma Rays”, produzido tardiamente Off Broadway em 1970 com Sada Thompson (1927-2011) como mãe, ganhou o Prêmio Pulitzer de drama no ano seguinte.)
Charlotte Zolotow faleceu em 19 de novembro de 2013, aos 98 anos. Ela estava na cidade onde morava, Hastings-on-Hudson, no estado de New York.
Sua filha, a famosa escritora infantil Crescent Dragonwagon, confirmou a morte.
(Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2013/11 – GAÚCHA ZH / GERAL / NOTÍCIA – 20/11/2013)
(Fonte: https://www.nytimes.com/2013/11/20/books – New York Times Company / LIVROS / Por Margalit Fox – 19 de novembro de 2013)