Catarina II da Rússia, expandiu o território russo, tornou seu país o maior do mundo, e promoveu a Rússia a uma potência na Europa

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Catarina II, a imperatriz sem limites

 

SEXO E PODER O príncipe Potemkin e a imperatriz Catarina, a grande: parceiros de governo e cama por 18 anos

 

“Quando era jovem e frágil, Catarina precisou dos homens que lhe deram músculos para tomar o poder. Uma vez no poder, ela os manipulou.”
Simon Sebag Montefiore, historiador

 

Catarina II da Rússia, monarca russa, a Grande (1729-1796), imperatriz que entrou para a história como ninfomaníaca — mesmo após ter tornado seu país o maior do mundo, recheada de traições, disputas e guinadas incríveis.

 

Ela expandiu o território russo, e promoveu a Rússia a uma potência na Europa. Para isso, usou tanto a força como o “soft power”. Fez publicar cartas para promover a civilização na Rússia — e assim ela formou sua coleção de arte.

 

Talvez ela só pudesse ter ocorrido na Rússia bárbara do século 18 — a mesma cujo território e supremacia se mantêm hoje, e que Catarina consolidou.

 

A bizarra ascensão de uma princesa prussiana alçada ao trono de um país estrangeiro que governou com sabedoria, sem abdicar do desejo sexual. Coroada, caçou adversários e conquistou vastos territórios. Uma predadora.

Com base no diário íntimo e na correspondência de Catarina, antecipou o feminismo em três séculos anos por tomar decisões fundamentais para seu país, refletir sobre governança, trocar cartas com Voltaire o outros enciclopedistas e se servir sexualmente dos cortesãos.

Catarina é um modelo do feminismo. O ditador Josef Stalin a odiava.

Sua grandeza foi escolher o príncipe Potemkin e outros amantes e funcionários talentosos para governar o Estado.

 

Ela tanto manipulou os homens para governar como foi manipulada por eles, desejosos de fortuna. Durante os 33 anos de reinado, empoderou a alcova: no diário, menciona doze parceiros. Foram mais. “Mas Catarina não era promíscua”. “Ela regia o seu coração pela lei da paixão e da fidelidade – pelo menos fidelidade a si própria.”

 

Roliça, pequena e de olhos azuis faiscantes, era inteligente e charmosa. Não se casou, talvez porque temesse ser deposta pelo eventual cônjuge. Ganhou a reputação de regicida após ter ordenado executar o marido, o tsar Pedro III, para se coroar . Contou para isso com a ajuda do favorito Grígóri Orlov. Com ele, viveu entre 1762 e 1772, e teve dois de seus três filhos — o outro, Paulo, gerou com o nobre Serguei Saltikov,ainda casada com Pedro III. O caso mais duradouro se deu com Grigóri Potemkin (1739-1791), gigantesco oficial que ela promoveu a príncipe, general e estadista. A parceria sexual
e administrativa de 18 anos, até a morte dele, fez de Potemkin um “marido secreto”.

 

Eles se conheceram no dia da coroação dela, em 1762, e viraram amantes só doze anos depois. A relação, aberta, durou até a morte dele. O arranjo lhes permitiu enfileirar parceiros. Ela o chamava de “Galo Dourado”; ele, de “Matuchka” (Mamãe). Ele seduziu beldades nobres e plebeias, inclusive três jovens sobrinhas. Ela não se reprimia. Quando morreu, seu jovem amante Alexandre Lanskoi, chorou no ombro de Potemkin. “Os cortesãos ouviram os dois uivando de dor”.

 

O legado de Catarina foi ter elevado a Rússia a potência mundial. Seu governo autocrático conta com admiradores até hoje. “Catarina anexou a Crimeia e parte da Ucrânia, bombardeou a Síria, invadiu o Cáucaso”. “Em outras palavras, tem ecos fortes na Rússia de Vladímir Putin.”

 

Eles foram difamados pela história — ela como ninfomaníaca e ele como um gigolô bufão. Eles eram estadistas notáveis, verdadeiros titãs, apesar de seus defeitos.

Catarina e Potemkin foram os governantes mais humanos da Rússia, mesmo se comparados com os lideres russos atuais. Eles eram filhos do Iluminismo. Mas acreditavam na autocracia, como os governantes russos de hoje.
(Fonte: https://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2531 – CULTURA / Luís Antônio Giron  22/06/18)
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