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Bertolt Brecht (10 de fevereiro de 1898 – 1956), dramaturgo comunista
Antes de completar o 11º volume de Teatro Completo, é necessário fazer um breve resumo da carreira de Brecht, porque a coleção é cronológica e, consequentemente, o 11º volume corresponde à sua fase final.
As primeiras obras testemunham o seu desenvolvimento político. O momento de glória dessa fase é A Ópera dos Três Vinténs, de 1928, seu maior sucesso popular.
Em 1933, com a instauração do regime nazista, Brecht foi obrigado a escapar da Alemanha, refugiando-se na Escandinávia, e, a seguir, por seis anos, na Califórnia, perto de Los Angeles, ao lado de outros ilustres emigrados alemães, como Thomas Mann, Adorno e Horkheimer (1895-1973).
Durante esse período, Brecht escreveu alguns de seus melhores trabalhos: Vida de Galileu, Mãe Coragem e Seus Filhos (idem), A Alma Boa de Setsuan e O Sr. Puntila e Seu Criado Matti.
Em 1947, acusado de atividades antiamericanas pelo tribunal macarthista, transferiu-se para Berlim oriental, onde permaneceu até a morte, em 1956, dirigindo a Berliner Ensemble, a sua companhia teatral permanente, financiada pelo regime comunista.
É a fase de declínio criativo de Brecht, que dedicava mais tempo à direção dos espetáculos do que à criação de novas obras.
O 11º volume de Teatro Completo não inclui nenhuma peça original, mas apenas adaptações dos anos 50: O Preceptor, Coriolano e O Processo de Joana d’Arc em Rouen, 1431.
Foram esses trabalhos que convenceram a mudar de ideia a seu respeito, reconhecendo a grandeza justamente através de suas obras menores.
Quando adapta textos de outros autores, ele elimina quase todo o ranço ideológico, e ficam mais evidentes as suas virtudes. Brecht tem inúmeras virtudes. Antes de tudo, um visceral antipsicologismo.
Ele não dá atenção às pequenas atribulações da alma humana – prefere os grandes dramas coletivos. Em segundo lugar, tenta desmistificar o heroísmo. Nunca se sabe se seus heróis estão agindo de maneira correta ou não.
Em terceiro lugar, manifesta uma profunda desconfiança em relação aos sentimentos, que levam inevitavelmente à desgraça. Em quarto lugar, por incrível que pareça, Brecht possui um temperamento antidogmático – seus personagens precisam avaliar cada aspecto de uma ação, pois os resultados são sempre ambíguos.
Brecht pode ser lido como um clássico do teatro satírico, ignorando seu percurso político, que não tem nada a ver conosco.
(Fonte: Veja, 22 de março de 1995 – ANO 28 – Nº 12 – Edição 1384 - LIVROS/ Por Diogo Mainardi – Pág: 102/103)
No dia 10 de fevereiro de 1898 - Nascimento do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Entre as inovações introduzidas por ele no teatro está a busca pelo estímulo ao censo crítico do espectador.
(Fonte: Correio do Povo - Ano 114 - Nº 132 - Geral Cronologia/ EDUARDO LEONARDI – 10 de fevereiro de 2009 - Pág; 15)
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