Bernardina Pinheiro, tradutora do livro ‘Ulisses’, de James Joyce
Referência brasileira na obra do autor irlandês
Bernardina da Silveira Pinheiro , professora e tradutora
Bernardina foi professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde deu aulas para alunos de graduação sobre clássicos como Um Retrato do Artista Quando Jovem, Dublinenses e Ulisses.
Professora emérita da UFRJ, estudiosa da língua e da literatura inglesa, ela traduziu “Ulisses”, de James Joyce, famoso romancista irlandês, após oito anos de dedicação, entre outros clássicos da literatura universal.
O fascínio de Bernardina por James Joyce foi tamanho que ela afirmou, em uma entrevista de 2019, jamais ter lido o romance experimental Finnegans Wake (1939) por temer ver o escritor irlandês desconstruir a linguagem que lhe era tão cara.
A experiência lecionando as obras de Joyce foi fundamental para que ela traduzisse alguns dos livros do autor. Em 2006, Bernardina chegou a ser finalista do prêmio Jabuti por sua tradução de Ulisses, segunda versão em português do monumental livro de Joyce.
Bernardina também traduziu outra das obras mais famosas do irlandês, “Um retrato do artista quando jovem” (1916), em edição publicada pela Editora Siciliano, em 1992. A relação profunda com o autor teve início antes mesmo das versões para o português dos livros, quando Bernardina começou a ministrar aulas sobre “Ulisses”, na época em que começou a lecionar na pós-graduação, na década de 1980. A tradutora tornou-se uma autoridade brasileira na obra de Joyce, sempre presente nos eventos nacionais do Bloomsday, o feriado irlandês de 16 de junho, no qual os fãs do autor homenageiam mundialmente o personagem Leopold Bloom, protagonista de “Ulisses”.
Além das obras do irlandês, Bernardina traduziu Uma Viagem Sentimental Através da França e da Itália, de Lawrence Sterne.
Além das obras de Joyce, Bernardina assinou ainda a tradução de “Uma viagem sentimental através da França e da Itália” (1768), do irlandês Laurence Sterne (1713 – 1768). Segundo um de seus filhos, o jornalista e ex-diretor do Instituto Moreira Salles Flávio Pinheiro, um de seus projetos não realizados era a tradução do quarto livro de “As Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift (1667—1745).
Bernardina foi mãe de Flávio Pinheiro, ex-editor do Estadão.
Bernardina Pinheiro faleceu em 7 de outubro de 2021, em Copacabana, no Rio de Janeiro, aos 99 anos, vítima de uma pneumonia.
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO / NOTÍCIAS / por André Cáceres / ESTADÃO CONTEÚDO – 07/10/2021)
(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA / por O Globo – 07/10/2021)