O pediatra foi autor da “bíblia’ do bebê

 

 

 

 

 

Benjamin  McLane Spock (New Haven, 2 de maio de 1903 – San Diego, 15 de março de 1998), médico americano, um dos mais influentes pediatras do século XX, e autor do livro “Meu Filho, Meu Tesouro”, que vendeu 50 milhões de exemplares desde sua publicação, em 1946, tornando-se a obra de não-ficção mais lida no mundo depois da Bíblia. Suas ideias sobre educação de filhos influenciaram tremendamente pais e mães nas décadas seguintes.

 

As teorias de Spock sobre a criança e os cuidados infantis são seguidas e discutidas há mais de 50 anos, desde que ele lançou o livro “Os Cuidados com o Bebê e com a Criança”, em 1946. Esse livro foi considerado um guia para os pais após a 2ª Guerra Mundial. Ele escreveu outros 11 livros.

 

De ascendência holandesa, seu principal argumento era de que a paternidade deveria ser divertida. Seu conselho marcou as atitudes de uma geração de pais.

 

“Falar com os pais como pessoas sensatas, era tudo o que eu queria”, costumava dizer.

 

Ele mudou a teoria da disciplina severa, que incluía horários rígidos para alimentação e restrições aos atos de tocar, beijar e acariciar crianças.

 

Seus livros ensinaram a milhões como criar uma criança com amor e bom senso.

 

Seu amor às crianças o levou a se tornar um defensor dos direitos civis e um oponente da Guerra do Vietnã.

 

Temendo que a guerra se tornasse um desastre nuclear, Spock participou de manifestações que desafiaram a ordem e foi acusado de conspiração. Após um longo julgamento, foi condenado a dois anos de prisão, mas foi liberado.

 

Spock foi candidato à Presidência em 1972, pelo partido antiguerra “People’s Party” (partido do povo) e teve mais de 75 mil votos -o que significou menos de 1% do total.

 

 

Analisando os problemas da época e voltado para os bebês e crianças, em 1946, o Dr. Benjamin Spock publicou “Meu Filho Meu Tesouro”, revolucionando no mundo todo os métodos tradicionais até então vigentes.

 

 

Problemas como o uso de drogas, liberdade sexual, rebeldia, ausência de ideais são encarados por jovens com certa naturalidade, enquanto os pais se pasmam, originando verdadeiros choques em família.

 

 

Ele estudou psicanálise para tentar entender as necessidades das crianças e os relacionamentos familiares. Os pais tornaram-se mais tolerantes e permissivos com seus filhos, mas é verdade que também tornaram-se mais afetuosos. Spock era contrário à educação com disciplina severa, propondo em seu lugar amor e bom senso.

 

 

O Dr. Spock acreditava que uma família estruturada no amor, na compreensão e no respeito não se desintegra. A amizade e confiança entre pais e filhos são fundamentais para a solução de problemas que surgem incessantemente. Crianças bem orientadas resultam em jovens felizes, responsáveis e equilibrados.

 

 

O sim para tudo não é a melhor forma para se educar; os filhos precisam ser incentivados ou corrigidos com muita ternura e firmeza, para que amanhã tomem suas próprias decisões de uma maneira segura e confiante.

 

 

Porém, o mundo de hoje está em grande conflito. Sofre mudanças radicais dentro dos padrões de comportamento, dificultando ainda mais o entendimento entre gerações.

 

“Criando Filhos em Tempos Difíceis” é uma obra de extrema lucidez que marcou os limites entre a anarquia e a disciplina, entre a submissão e a liberdade, para todos os que se propuseram a educar e criar bem e que desejavam partilhar com seus filhos as responsabilidades de se viver plena e harmoniosamente naquela época de tantas transformações.

Spock faleceu dia 15 de março de 1998, em San Diego, Estados Unidos, aos 94 anos.

 

Em 2 de maio o pediatra faria 95 anos. Nessa data, seu livro celebraria mais de 50 anos sendo editado, alcançando sua 17ª edição. É o livro de não-ficção mais vendido no mundo depois da Bíblia, com mais de 50 milhões de cópias impressas.

 

(Fonte: Veja, 25 de março de 1998 – ANO 31 – N° 12 – Edição 1539 – DATAS – Pág; 120)

(Fonte: Veja, 14 de agosto de 1974 – Edição 310 – Pág: 126/127)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano – FOLHA DE S.PAULO – COTIDIANO / das agências internacionais – São Paulo, 17 de março de 1998)

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