Balthazar Barbosa Filho, um dos mais remomados filósofos do Brasil.

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Balthazar Barbosa Filho, um dos mais remomados filósofos do Brasil.

Balthazar Barbosa Filho (9 de dezembro de 1942 – Porto Alegre, 19 de agosto de 2007), professor e editor associado e um dos fundadores da revista Analytica.

Natural de Porto Alegre, nascido em 9 de dezembro de 1942, era professor do departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduado em Direito pela UFRGS, profissão que não chegou a exercer, Barbosa Filho estudou Filosofia na Université Catholique de Louvain, na Bélgica, instituição pela qual também formou-se mestre e doutor em Filosofia.

Era reconhecido profissionalmente em universidades de todo o mundo, tendo lecionado na França e na Inglaterra. No Brasil, lecionou na USP e na Unicamp, entre outras instituições. Frequentemente era convidado a dar aulas especiais ou participar de bancas de defesa de tese em outros países.

Embora a ênfase dos estudos de Barbosa Filho estivesse na metafísica e na história da filosofia, o ex-reitor da Uergs e também professor do departamento de Filosofia da UFRGS Nelson Boeira afirma que “a amplitude e a consistência do seu conhecimento em todas as áreas são as causas de tanta admiração no meio acadêmico.”

Barbosa Filho formou muitos doutores que hoje trabalham nas melhores universidades do país, como Marco Zingano e Fátima Évora.

Balthazar era chamado carinhosamente por colegas e alunos o Farol. O brilho da sua invulgar inteligência, a clareza de suas análises filosóficas, a rapidez com que discernia o essencial de uma questão, a capacidade de sistematizar e de esclarecer as dificuldades de uma tese filosófica, qualidades que nos lembram a maneira de Tomás de Aquino comentar os grandes textos de Aristóteles, justificavam seu afetuoso apelido.

Acrescente-se a isso sua extraordinária cultura filosófica, que permitia que discorresse com maestria sobre temas tão diversos quanto os abordados pela metafísica, pela epistemologia, pela ética, pela filosofia da linguagem e da lógica. Balthazar incorporou na sua formação o que havia de melhor das duas tendências, aparentemente antagônicas, da filosofia contemporânea: o rigor argumentativo, que caracteriza os trabalhos de alguns filósofos analíticos, e o estudo minucioso dos clássicos da filosofia, que é a contribuição mais relevante da filosofia “continental” atual.

Com o mesmo rigor com que escreveu sua brilhante tese de doutorado sobre Wittgenstein em Louvain, dedicou-se ao estudo de Aristóteles, de Boécio, de Tomás de Aquino, seu filósofo predileto, de Descartes, de Hobbes, de Kant e de filósofos analíticos, tendo escrito artigos notáveis sobre esses mestres da filosofia, dois deles publicados pela Analytica.

Mas não é somente pela sua invulgar capacidade intelectual que sentiremos o vazio que nos deixa sua ausência. Balthazar tinha o sentido da amizade, da lealdade, da coragem e da generosidade, virtudes tantas vezes ausentes nos meios acadêmicos das universidades.

Justo e corajoso nas suas avaliações, mesclava-as sempre de uma grande generosidade, pois sabia que justiça sem generosidade beira a crueldade. Cada um de seus amigos, que reunia anualmente num Colóquio denominado “Lógica e o­ntologia” , tem um testemunho a dar sobre o apoio pessoal ou intelectual que recebeu dele, sempre discretamente.

O Brasil perdeu o mais brilhante filósofo de sua geração.

Barbosa Filho morreu em 19 de agosto de 2007, aos 64 anos, por falência múltipla dos órgãos, em Porto Alegre.

(Fonte: Zero Hora – ANO 44 – N° 15.332 – TRIBUTO – 20 de agosto de 2007 – Pág; 40)

(Fonte: http://www.ufrgs.br/idea – PORTAL DE FILOSOFIA DA UFRGS – Texto redigido pelos Editores da Revista Analytica e publicado no Volume 11 – Número 1 de 2007)

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