Autor do primeiro samba gravado no Brasil

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Autor do primeiro samba gravado no Brasil

Francisco Assis Pacheco (Itu (SP), 8 de janeiro de 1865 – Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 1937), compositor, teatrólogo, pianista, regente, consolidou uma razoável reputação de maestro competente e eficiente compositor de operetas. Quando regia, sua natural delicadeza costumava abalar-se. Certa vez, enfurecido, expulsou da orquestra o tocador de trombone porque estava bêbado. Amigo de escritores como Coelho Neto e Olavo Bilac, frequentava as rodas de boêmia e, encorajado, compunha freneticamente. Sua vasta produção inclui partituras, quartetos para cordas, noturnos, óperas como “Cleópatra” e “Dor” e uma cantata de nome “Brasil”. Em seus 72 anos de vida (nasceu em janeiro de 1865), consolidou-se como respeitado conhecedor de orquestra. Quase cego, endividado, Assis Pacheco não deixou dinheiro nem para o enterro, custeado pela Associação Brasileira de Autores Teatrais.

Por falta de informações seguras e de arquivos organizados, smepre se jogou fora a memória nacional. E, na história da música popular brasileira, os capítulos nascem de descobertas casuais. Num deles, por exemplo, consta ter sido “Pelo Telefone”, de Donga e Mauro de Almeida, o primeiro samba gravado com esta denominação, em 1917.

Quadrio começou a se interessar pela música brasileira nos tempos em que atuava como produtor musical em várias emissoras de rádio do Rio de Janeiro. “Vem cá, minha nega” – No exercício de historiador, pesquisador e documentarista, recebeu certa vez de presente vários discos da Casa Edison, três deles contendo músicas do repertório da revista musical “Avança”. E, ao girar um dos discos, Quadrio ouviu a voz de Nozinho, apresentador oficial do espetáculo, informar: “Um Samba na Penha”, cantado pela atriz Pepa Delgado e Mário Velho Cansado de Guerra”. Não se ouvem bem as primeiras linhas da música. Mas o refrão é claro: “Vem cá, minha Rosa/ Rosinha, vem cá/Vem cá, minha nega/ Nós vamos sambar”.

Nas outras gravações do lote, todas de números próximos – o que permite deduzir sejam todas da mesma época -, só se informa a autoria das músicas uma única vez. Em “A Recomendação” (n.° 10 064), Nozinho anuncia que o autor é o maestro Assis Pacheco. Assim, até provar em contrário, ficam com um paulista de Itu nascido em janeiro de 1865, as honras de autor do primeiro samba gravado no Brasil.

Uma certeza maior – Como, porém, Quadrio conseguiu precisar o ano da gravação? Segundo ele, era uma tradição do princípio do século 20 as revistas musicais se referirem aos acontecimentos da época – o começo do século. Mas Quadrio queria uma certeza maior. Consultou gente especializada, como Almirante, Ari Vasconcelos e o crítico de teatro J. Efegê. E, com o auxílio da cantora e cineasta Gilda de Abreu, chegou enfim a Olavo de Barros, respeitado conhecedor da história do teatro brasileiro. E este foi taxativo: “A revista Avança” estreou no Teatro Recreio em 1904. E, de acordo com a tradição da época, as músicas eram de autoria do regente da orquestra – no caso, Francisco Assis Pacheco”. Para se certificar ainda mais, Quadrio consultou o livro “40 Anos de Teatro”, de Mário Nunes. Nele, “Avança” está registrada também com a data de 1904. E mais: “Escrita por Álvaro Peres e Álvaro Colas. Música de Assis Pacheco”.

O autor – E quem era este pioneiro? Um homem sempre às voltas com infindáveis problemas financeiros. Para tentar resolvê-los, usava eventualmente seu diploma de bacharel em direito e exercia cargos como o de promotor público, procurador fiscal e até delegado d epolícia em Santa Cruz. Mas sua paixão era mesmo a música.
(Fonte: Veja, 11 de dezembro de 1974 – Edição n° 327 – MÚSICA/ Por P. R. Browne – Pág; 113)
(Fonte: www.revivendomusicas.com.br/biografias)

Maurício Quadrio (Roma, Itália, 7 de setembro de 1920 – Rio de Janeiro, 23 de janeiro de 2003), documentarista nascido na Itália, fundador do Museu da Imagem e do Som, produtor da rádio Ministério da Educação e gerente do departamento de projetos especiais da gravadora Phonogram.
Maurício Quadrio nasceu em 7 de setembro de 1920, em Roma, na Itália. Radialista, crítico musical, produtor de discos e documentarista, Maurício Quadrio foi um dos idealizadores e primeiro diretor do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Começou a colecionar gravações em fitas de áudio quando chegou ao Brasil, em 1950, vindo da Itália.

ASua coleção é composta de músicas de Beethoven, Mozart, Bach, Chopin, Brahms, Ravel, Tchaikowski, Debussy, Villa-Lobos, entre outros, executadas pelas Orquestras Sinfônicas da BBC de Londres e da NBC de Nova York, da Concertgebouw de Amsterdam, das Filarmônicas de Berlim e de Viena, regidas pelos maestros Arturo Toscanini, Herbert von Karajan e Leonard Bernstein, destacando-se também solistas como Claudio Arrau, Pablo Casals e Guiomar Novaes.

A coleção possui também registros de vozes de figuras internacionais famosas como Kaiser Guilherme II, Lênin, Leon Tolstoi, Bernard Shaw, Luigi Pirandello, Sarah Bernhardt, Toscanini, Segóvia, Thomas Edison, Marconi, Patrice Lumumba, Charles de Gaulle, Franklin Delano Roosevelt, Adolf Hitler, Mussolini, Churchill, Rui Barbosa, entre outros personagens da história dos séculos XIX e XX.
Maurício Quadrio faleceu no Rio de Janeiro, em 23 de janeiro de 2003.
(Fonte: www.mis.rj.gov.br – Coleção – Museu da Imagem e do Som)

Carlos Lacerda inaugurava, no Rio de Janeiro, em 1965, o Museu da Imagem e do Som (MIS)
O Museu da Imagem e do Som (MIS), na praça XV, no Rio de Janeiro, criado a partir das inovadoras experiências garimpadas pelo romano Maurício Quadrio em museus europeus para preservar e divulgar a memória audiovisual do país.
“É o terceiro museu do gênero no mundo e o único no Brasil”, disse o governador Carlos Lacerda em seu discurso de inauguração que fez parte das comemorações do IV Centenário da cidade do Rio de Janeiro.

Maurício Quadrio era produtor de discos, crítico musical e documentarista. Começou a colecionar gravações em fitas de áudio quando chegou ao Brasil em 1950 e ganhou o apelido de “o homem dos 11 milhões de discos”. Além do material de Quadrio, o acervo do MIS começou a ser estruturado com a compra do arquivo de partituras do músico Henrique Foréis Domingues, o Almirante, e fotografias que representavam o Rio antigo.

Na discoteca, gravações de Carmem Miranda, Ari Barroso e de outros artistas. Áudios com os discursos políticos de Rio Branco e Ruy Barbosa também estavam disponíveis desde a abertura oficial do MIS em 1965.

Pode ter sido esta a ideia que inspirou em 1964 o governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, a criar o museu. Independentemente do motivo, o MIS carioca foi um sucesso.
(Fonte: www.estadao.com.br/noticias – Arte e lazer/Rose Saconi, do Arquivo – 03 de setembro de 2010)

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