Aluisio Carvão, pintor paraense que se engajou nas fileiras dos primeiros artistas abstratos do país

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Um mestre das cores

O artista plástico foi um dos mais importantes artistas brasileiros do pós-guerra

Aluisio Carvão (Belém do Pará, 24 de janeiro de 1920 – Rio de Janeiro, 15 de novembro de 2001), pintor paraense que se engajou nas fileiras dos primeiros artistas abstratos do país, quando aportou no Rio de Janeiro, na década de 50.

A bagagem que trazia de trabalhos figurativos – paisagens influenciadas por reproduções de Van Gogh – foi varrida do currículo e Carvão passou a adotar a cartilha de Mondrian, para estruturar algumas das primeiras pinturas geométricas feitas no Brasil.

Carvão avançou cada vez mais no rumo rigoroso e cerebral do abstracionismo geométrico ao integrar – com Ivan Serpa, Abraham Palatnik e Lygia Clark, entre outros – o núcleo de fundadores do Grupo Frente e participar ativamente do movimento concretista e neo-concretista nos anos 60.

Nasceu em 24 de janeiro de 1920 na cidade de Belém do Pará, onde passou a infância e adolescência. Iniciou suas atividades no campo artístico ainda em seu estado, trabalhando como ilustrador de revistas, escultor e cenógrafo, além de realizar algumas experiências na pintura.

Em 1946 participou pela primeira vez de uma coletiva, apresentando algumas de suas pinturas, tendo recebido o Prêmio Especial no Salão Paraense de Belas Artes.

Três anos mais tarde, em 1949, instalado no Rio de Janeiro, frequentou o curso de especialização para professores de desenho e artes aplicadas patrocinado pelo Ministério da Educação e Saúde, ao mesmo tempo em que recebia orientação de Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna. Tornou-se grande amigo de Serpa e, no Rio de Janeiro, integrou o Grupo Frente, que reunia os concretistas cariocas.

Carvão realizou exposições no Rio de Janeiro, em 1956, e em São Paulo, em 1957. Já no ano seguinte, realiza uma individual na Galeria de Arte da Folhas, mostrando o resultado de novas pesquisas, que denominou de “Núcleo-tensivo e ritmo-centrípeto-centrifugal”, dentro ainda do movimento concretista.

Juntamente com seus companheiros do Grupo Frente, integra o movimento neoconcreto, cujo manifesto de cisão com o concretismo é divulgado em 1959, e com eles participou de algumas exposições em São Paulo, Rio de Janeiro e em Salvador. Na década de 1950, estagiou ainda na Escola Superior da Forma de Ulm, na Alemanha, como artista visitante.

Em 1960 ganhou, no Salão Nacional de Arte Moderna, o prêmio de viagem ao estrangeiro, embarcando para a Europa, onde permaneceu até 1963. Neste mesmo ano, tornou-se professor do Museu de Arte Moderna, onde havia estudado quando de sua chegada ao Rio de Janeiro. Ao final da década iniciou sua série com material reciclável, construindo obras a partir de tampinhas de garrafa, barbante e descartáveis, com seu trabalho evoluindo para uma pesquisa cromática no campo da abstração. Foi também professor na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, além de ter participado de bienais de arte no Brasil e no exterior.

Em maio de 2001, realizou sua última exposição, juntamente com trabalhos de Ione Saldanha, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Em 15 de novembro do mesmo ano veio a falecer no Rio de Janeiro, cidade na qual passou a maior parte de sua vida, exercendo uma grande influência sobre toda uma geração de artistas.

Aluísio Carvão concedeu sua última entrevista para os críticos Glória Ferreira, Paulo Venâncio Filho e Luiz Camillo Osório e os artistas Malu Fatorelli e Ronald Duarte. Seu depoimento foi matéria do oitavo número da revista Arte e Ensaios, da Escola de Belas Artes da UFRJ.

Aluísio Carvão morreu em Poços de Caldas, em Minas Gerais, aos 82 anos, em 15 de novembro de 2001.

(Fonte: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/biografias/aluisio_carvao – O Governo de Juscelino Kubitschek)

(Fonte: Veja, 31 de maio de 1989 – Edição 1081 – ARTE – Pág: 166/167)

 

 

 

 

 

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1711200115 – 2001)

 

 

 

Pintura íntima

O delicado equilíbrio das imagens de Carvão

(Fonte: Veja, 10 de novembro de 1982 – Edição 740 – ARTE/ Por MARINHO DE AZEVEDO – Pág: 190)

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