Alberto Sordi, atuou com Alberto Lattuada em O Mafioso, com Mario Monicelli em A Grande Guerra

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Alberto Sordi (Roma, 15 de junho de 1920 – Roma, 24 de fevereiro de 2003), foi um dos maiores atores italianos de todos os tempos. O ator italiano Alberto Sordi, foi considerado um dos reis da comédia italiana.

Após uma carreira de 60 anos e mais de 150 filmes, Alberto Sordi morreu no ultimo dia 24 de fevereiro. Com o desaparecimento do ator, é mais um ícone da fase de ouro do cinema italiano que se vai após a perda de Marcello Mastroianni e Vittorio Gassman .

Sordi formava com os dois um trio dos mais populares e talentosos atores da Itália. A exemplo de Gassman e Mastroianni, Sordi cativou várias gerações de cinéfilos, admiradores da sua capacidade de transformar cenas comuns em momentos mágicos do cinema, criando personagens de comédia e de drama com a mesma autenticidade com que mantinha as suas duas marcas registradas: um sorriso aberto imenso e uma voz metálica inconfundível.

Sordi nasceu em 15 de junho de 1920 e começou sua carreira muito cedo, em 1936, inicialmente como ator de teatro e dublador de filmes americanos: sua voz era emprestada para o personagem de Oliver Hardy nos episódios de O Gordo e o Magro.

Nas telas começou como extra de um épico, Cipião o Africano, de Carmine Gallone. Sua verdadeira estréia num longa metragem aconteceu em Il Feroce Saladino, de Mario Bonnard, mas foram os seus trabalhos com Federico Fellini que o tornaram internacionalmente conhecido, após ter feito, com o lendário diretor, Abismo de um Sonho e especialmente, Os Boas Vidas. Embora tenha feito inúmeros outros papéis e dirigido vários filmes, seus fãs jamais esqueceram o xeque de fotonovelas que seduz uma recém-casada em sua viagem de lua de mel em O Abismo de um Sonho (Lo Sceicco Bianco, 52) e o irresponsável Alberto, que já trintão continua morando com a mãe e a irmã em Os Boas-Vidas (I Vitelloni, 53). A história se passa em Rimini, nos anos 50, e Sordi é um dos cinco rapazes que vivem à custa da família aproveitando a vida enquanto aguardam o dia de sair da província para a cidade grande. O filme é um dos clássicos do cinema e ligou definitivamente o nome de Sordi a Fellini.

Mas, além de Fellini , Sordi trabalhou com outros grandes diretores como Alberto Lattuada em O Mafioso, com Mario Monicelli em A Grande Guerra, no qual interpreta um soldado covarde, e com Dino Risi, Em Uma Vida Difícil, vivendo o jornalista que faz carreira na oposição. Trabalhando fora de sua amada Itália, o grande ator não teve o sucesso que seu talento merecia. Nessa época, atuou em O Melhor dos Inimigos, de Guy Hamilton, e Adeus às Armas, de Charles Vidor. Sua incursão na direção também não teve a mesma dimensão do grande ator que foi em toda a sua carreira. Ele estreou como diretor em 1966 com Fumo di Londra, realizando entre outros Tutti Dentro (no qual contracena com Joe Pesci) e Incontri Proibiti, seu último trabalho, em 1998.

Sordi, além de dirigir também trabalha no filme, vivendo Armando, um homem cujo casamento entra em crise depois que ele conhece Federica (Valéria Marini) e passa a ter um caso com ela. Pouco antes, havia aparecido nas telas no filme A História de um Jovem Homem Pobre, de Ettore Scola, de 96. Nele, interpreta um homem casado com uma ex-cantora que, com o tempo, torna-se obesa e alcoólatra. Não suportando mais viver com ela, contrata um homem pobre (o do título) para assassiná-la. É mais um dos seus inesquecíveis papéis tragicômicos, entre tantos que viveu na tela. Sordi recebeu sua última grande homenagem no Festival de Veneza em 2001 . A notícia de sua morte motivou declarações emocionadas não só de atores como Sophia Loren, mas também de pessoas fora de sua profissão, num sentimento que uniu toda a Itália. Sophia disse que aquele era o dia mais triste de sua vida. O Presidente italiano Carlo Ciampi declarou que Sordi , mais do que ninguém, havia interpretado os sentimentos dos italianos.

O Prefeito de Roma, Walter Veltroni por sua vez, disse que a Itália perdia um grande artista, mas ele perdia um grande amigo. E o cinema como um todo e o cinema italiano em particular, perdeu mais um daqueles nomes que contraria a regra de que ninguém é insubstituível. Albertone, como os italianos carinhosamente o chamavam, certamente é um deles.

(Fonte: http://www.italiamiga.com.br/artecultura/artigos/cinema – Carlos Augusto Brandão para a Italiamiga)

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