Alain Tanner, famoso diretor de cinema suíço, vencedor, em 1981, do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cinema de Veneza por ‘Les Années Lumière’, foi símbolo do cinema engajado

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Alain Tanner, pioneiro do cinema engajado

Cineasta foi símbolo do cinema engajado

SANDRO CAMPARDO/KEYSTONE/MAXPPP – GENF SCHWEIZ 06/04/2004 ; O diretor de cinema suíço Alain Tanner, fotografado em 6 de abril de 2004 em sua casa em Genebra, Suíça. 

Alain Tanner (Genebra, 6 de dezembro de 1929 – 11 de setembro de 2022), cineasta, foi pioneiro do cinema engajado e cineasta suíço mais premiado e reconhecido no exterior.

 

Tanner, que nasceu em 6 de dezembro de 1929, teve sua estreia cinematográfica em 1956. Seus filmes incluem títulos como “Picadilly la nuit” (1957), “La salamandre” (1971), “Jonas, qui aura vingt-cinq ans en l’an 2000” (1975), “Le journal de Lady M.” (1992), “Requiem” (1996) e “Paul s’en va” (2004).

 

O famoso diretor de cinema suíço, vencedor, em 1981, do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cinema de Veneza por ‘Les Années Lumière’, era contemporâneo da nouvelle vague francesa.

 

Tanner é creditado como um dos principais responsáveis por lançar a new wave cinematográfica da Suíça. Ele começou a chamar atenção com seus curtas nos anos 1960 – um deles premiado no Festival de Veneza – antes de abalar estruturas com a estreia em longa-metragem, “O Último a Rir”, em 1969. História de um empresário que decide abandonar o capitalismo para viver à margem da sociedade, o filme venceu o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno.

 

Logo em seguida, foi premiado no Festival de Berlim com o triângulo de “A Salamandra” (1971), o mais próximo que chegou da nouvelle vague. Mas a partir daí sua obra se tornou cada vez mais politizada, numa ruptura que o alinhou a Costa-Gavras (“Z”) e ao Cinema Novo brasileiro.

 

Em “Amantes no Meio do Mundo” (1974), questionou a xenofobia dos políticos suíços. E em “Jonas Que Terá Vinte e Cinco Anos no Ano 2000” (1976), possivelmente seu filme mais conhecido entre os cinéfilos nacionais, apresentou uma utopia imaginada por jovens contestadores.

 

Ele conquistou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes com “A Anos-Luz”, história metafórica sobre um homem que afirmava ter aprendido a voar com dicas dos pássaros.

 

Então, em 1983 descobriu a “luz branca” que passou a definir a relação de Lisboa com o cinema, no clássico “A Cidade Branca”. Os portugueses adoram este filme, que venceu o César (o Oscar francês) de Melhor Filme Estrangeiro em Francês.

 

Quinze anos depois, Tanner voltou a filmar Lisboa em “Réquiem – Um Encontro com Fernando Pessoa” (1998), baseado na obra do escritor italiano Antonio Tabucchi (1943-2012), em que busca entender o que constitui a identidade do povo português.

Também retomou os personagens de “Jonas que Terá Vinte e Cinco Anos no Ano 2000” na sequência “Jonas e Lila, até Amanhã” (1999), em que o protagonista chega aos 25 na véspera do novo milênio, desiludido e sem os ideais de outrora.

Depois de diversos filmes, encerrou a carreira em 2012 num pequeno filme para televisão, integrado numa série de obras comemorativas do aniversário de 300 anos de nascimento do filósofo Jean-Jacques Rousseau.

Em 2010, recebeu um prêmio pelas realizações da carreira no Festival de Locarno, ocasião em que refletiu sobre sua trajetória, dizendo que chegara a hora de descansar, depois de tanto lutar.

Alain Tanner faleceu em 11 de setembro, aos 92 anos, em Genebra.

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/gente – DIVERSÃO / GENTE / por Pipoca Moderna – 11 set 2022)

(Fonte: https://www.estadao.com.br/cultura/cinema – CULTURA / CINEMA / Por Ubiratan Brasil – 

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