Abdul Aziz ibn Saud, reinou de (1953-1964) a Casa Real dos Saud.

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Abdul Aziz ibn Saud (Cidade do Kuwait, Al Rashid, 12 de janeiro de 1902 – Atenas, Grécia, 23 de fevereiro de 1969), rei da Arábia Saudita, reinou de (1953-1964) a Casa Real dos Saud. Nos anos 50, quando um antigo conselheiro do velho Abdul Aziz ibn Saud – Harry St. John Philby, pai do célebre espião comunista Kim Philby – foi expulso do país por ter denunciado a corrupção no governo do então rei Saud. Philby, uma das primeiras pessoas influente a negociar em 1947 a entrada na Arábia de empresas estrangeiras, perdeu então casa, bens e prestígio e desaparecu no anonimato de Beirute, como modesto exilado. Mas as observações de Philby haviam sido cuidadosamente anotadas pelo príncipe herdeiro da época, Faiçal, que ocupava o cargo de primeiro-ministro.

Faiçal encabeçou um movimento contra os desmandos do irmão Saud e acabou por depô-lo em 1964. Levado ao aeroporto por um grupo de príncipes que o despediram carregado de solenes elogios, Saud rumou para um duro exílio por cidades da Europa.

Saud, o mais velho de cerca de quarenta filhos, o velho rei, o mitológico Abdul Aziz Ibn Saud, chefe da tribo saudita e senhor do deserto de Nejd, teria dito de Faiçal certa vez: “Eu preferia que ele tivesse tido um irmão gêmeo, e que Saud não tivesse nascido”.

Tesouro a zero – No entanto, por questões de ordem dinástica, coube justamente ao incompetente Saud, um conhecido perdulário, a sucessão ao trono, em 1953, quando morreu o primeiro rei. Entre outros abusos, o novo monarca tornou-se notório pela atenção, acima de qualquer negócio de Estado, que voltava para o harém – onde mantinha de oitenta a 120 concubinas, e cujos efetivos eram constantemente renovados, por obra de agentes de recrutamento colocados em Beirute e outras capitais estrangeiras. Para escolher a companheira de cada noite, Saud recorria aos serviços de um circuito interno de televisão. E graças a essa intensa atividade sexual, o extravagante rei foi capaz de gerar 45 filhos e 46 filhas – três dos quais nascidos num mesmo dia.

Em outra de suas excentricidades, Saud mandou construir, em Riad, uma nabanesca residência real, o Palácio de Naseriah, de linhas ultramodernas. Previsivelmente, o tesouro do país logo foi a zero. E, em 1964, um conselho dos mais ilustres membros da família real resolveu destronar Saud, colocando Faiçal em seu lugar. Seguiram-se alguns dias de nervosismo e incerteza. O rei ameaçava resistir em seu palácio. Enquanto isso, os golpistas cogitavam cortar o fornecimento de energia elétrica para Naseriah, de modo a paralisar o sistema de ar condicionado do palácio, considerado o mais completo do mundo depois do Pentágono, em Washington. Sob um calor de 40 ou 50 graus, argumentava-se, Saud forçosamente voltaria à razão.

Afinal, não foi necessária uma medida tão drástica. Logo o rei deposto concordou em deixar pacificamente o país. E foi morar em Atenas, onde, até morrer, em 1969, prosseguiu no mesmo estilo de vida, ocupando 62 dos setenta quartos do Hotel Kavuri, gastando, só de alojamento, 67 000 dólares mensais, e mantendo uma frota pessoal de vinte carros, cada um com seu chofer. Mas a Arábia Saudita, com a mudança do rei, iniciava nova vida. E nada mais contrastante, com a compulsiva dissipação de Saud do que o estilo ascético de Faiçal.

Saud nascido em 12 de janeiro de 1902, morreu cinco anos depois de ser deposto, em 23 de fevereiro de 1969, em Atenas.
(Fonte: Veja, 23 de junho de 1982 – Edição n.° 720 – Especial – Pág; 76/78 – Datas – Pág; 126)
(Fonte: Veja, 2 de abril de 1975 – Edição n° 343 – Internacional – Pág; 18 a 25 – DATAS – Pág; 53)

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