A primeira cirurgia transatlântica do mundo

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Tecnologia permite 1ª cirurgia transatlântica do mundo 

 

 

Uma telecirurgia transatlântica foi realizada pela primeira vez no mundo em 7 de setembro passado: o cirurgião, em Nova York, operou um paciente que se encontrava a milhares de quilômetros de distância, em Estrasburgo (nordeste da França), anunciaram os médicos franceses. “Esta proeza tecnológica foi possível graças à robótica e, principalmente, a uma transmissão de alta velocidade e qualidade constantes, que permitiu os procedimentos com toda segurança”, declarou o professor Jacques Marescaux, que operou em Nova York junto com sua equipe do Instituto francês de Pesquisa sobre o Câncer no Aparelho Digestivo (IRCAD).

 

 

O êxito desta operação intercontinental é o resultado de uma associação entre o IRCAD de Estrasburgo, a firma France Telecom e a empresa americana Computer Motion, especializada em robótica cirúrgica. Em Nova York, o cirurgião manipulava os braços de um robô, denominado “Zeus” e criado pela Computer Motion, para operar uma paciente de 68 anos internada no Hospital Universitário de Estrasburgo. “Este êxito se deve aos engenheiros da France-Telecom, que alcançaram um nível tecnológico sem precedentes em termos de rapidez de transmissão e de compressão de dados”, assinalou o doutor Marescaux, indicando que a operação foi feita com “espaço de tempo de 130 milissegundos”.

 

 

Esse espaço de tempo entre o gesto do cirurgião e o retorno da imagem em sua tela engloba a ida e a volta Nova York-Estrasburgo, ou seja, cerca de 15.000 km, e o tempo de decifração do vídeo e da transmissão do sinal. A operação, que durou 54 minutos, consistiu em extrair a vesícula biliar da paciente sem abrir o abdome. Trata-se de um procedimento de cirugia miniinvasiva (operação guiada pela introdução de uma câmera sem abrir o abdome ou o tórax).

 

 

Esta telecirugia à grande distância foi batizada “operação Lindbergh” em memória do piloto Charles Lindbergh, que com seu avião cruzou o Atlântico em 1927. “No futuro, qualquer cirurgião especializado poderá participar e ajudar em uma operação que esteja sendo feita em qualquer parte do mundo”, estima, entusiasmado, o dr. Marescaux, que previu que, “dentro de alguns anos, o robô, cujo preço ainda é de um milhão de dólares, fará parte das equipes operatórias como qualquer outro instrumento”.

 

 

A France Telecom organizou um sistema de transmissão de alta velocidade (10 megabits por segundo) mediante fibra ótica e conectado aos instrumentos necessários (câmera, robô, videoconferência, telefone). Com isso, o cirurgião pode trabalhar de maneira praticamente instantânea entre o momento em que aciona o braço-robô e o momento em que se vê o que está acontecendo na tela.

 

 

Para garantir a segurança da velocidade de transmissão era necessário um fluxo constante e inferior a 200 milissegundos entre o gesto do cirurgião e a imagem devolvida do mesmo. Os engenheiros da France Telecom conseguiram reduzir esse prazo para 150 milissegundos em média. No número de 27 de setembro da prestigiosa revista científica britânica Nature, os cirurgiões informarão sobre esta operação e descreverão os procedimentos anteriores realizados com animais.

(Fonte: https://www.terra.com.br/informatica/2001/09/19 – INFORMÁTICA / NOTÍCIAS – 19 de setembro de 2001)

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