A primeira caricatura brasileira, foi publicada no períodico O Maribondo, em 1822

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A primeira caricatura brasileira, foi publicada no períodico O Maribondo, em 1822, por desenhista anônimo.

A Companhia e o Cujo, primeiro trabalho brasileiro em caricatura e charge, por Manoel de Araújo Porto-Alegre, em 1837.

BURLESCO E SATÍRICO

O pioneirismo de Araújo Porto-Alegre

O gaúcho Manoel de Araújo Porto-Alegre (1806 – 1879) é sistematicamente apontado como o primeiro caricaturista brasileiro. Autor nascido em Rio Pardo, em 1806, foi alvo de ataques de outros caricaturistas, foi o marco inaugural do gênero no Brasil.

Araújo Porto-Alegre tinha uma produção sistemática e seus trabalhos mostram um domínio maduro tanto na charge quanto do retrato caricatural.

Porto-Alegre, que ostentava o título de Barão de Santo Ângelo, mudou-se para o Rio de Janeiro na juventude e lá estudou com o francês Jean-Baptiste Debret – mais tarde, em 1831, acompanharia o professor no regresso à Europa, graças ao patrocímio dos irmãos Andradas. Influenciado inicialmente pelo romantismo europeu, Porto-Alegre retornou ao Brasil depois de seis anos de viagens por França, Itália, Inglaterra e Países Baixos. No Brasil, tomou para si a tarefa de fazer florescer no Brasil as artes que viviam um período de ebulição lá fora. Foi assim que se dedicou, além da pintura e do jornalismo, à caricatura. Produziu uma série de litografias que eram vendidas de modo avulso pelas ruas do Rio de Janeiro, satirizando adversários políticos, como o jornalista Justiniano José da Rocha, a quem Porto-Alegre considerava umm vendido por aceitar a direção do jornal oficial da corte. Também foi o idealizador, junto com seu amigo e discípulo, o catarinense Rafael Mendes de Carvalho, da Lanterna Mágica, periódico satírico e seminal que circulou de 1844 e 1845.

– Ele tinha um espírito filiado ao romantismo brasileiro, o de querer promover a autonomia de uma arte nacional. Mas ele se diferenciava desse espírito por não ser ufanista, por ter um olhar ácido e muito crítico sobre as mazelas do país, algumas delas ainda hoje em pauta, como a corrupção política.

Ironicamente, depois de consolidada a caricatura na imprensa brasileira, muito por causa de seus esforços, o gaúcho tornou-se ele próprio o primeiro humorista vítima da nova arte. Datado provavelmente do período em que um consagrado Araújo Porto-Alegre dirigia a Academia Imperial de Belas-Artes, entre 1854 e 1857, um álbum anônimo com 15 estampas caricatas retratavam o gaúcho como o ridículo “Pintamos”, piada para “pinta macacos”. De autoria anônima, o álbum provavelmente é de autoria de Joaquim Lopes de Barros Cabral Teive (1816-1863), ex-discípulo e então desafeto de Porto-Alegre. Outros apontam que a autoria seria de René Moreau (1807-1860), francês radicado no Brasil e outro artista brigado com o gaúcho.

(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – N° 17.276 – CULTURA/ Por Francisco Dalcol – 26 de janeiro de 2013 – Pág; 4/5)

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