501 ANOS DE HISTÓRIA

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Evolução: entre Caminha e a informática,
tradição de inovações
A história postal brasileira confunde-se com a própria história do País. Foi com uma carta, endereçada ao rei Dom Manuel de Portugal, que o escrivão Pero Vaz de Caminha descreveu suas primeiras impressões do “achamento” da Terra de Vera Cruz: “Andam nus, sem cobertura alguma. (…) E com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma”. Assim inaugurava-se, simbolicamente, a primeira página na história dos correios no Brasil. Muitos anos iriam se passar, entretanto, até que o País tivesse um serviço postal regular e eficiente. Isso porque, durante o período colonial, os próprios portugueses não dispunham de um sistema postal organizado, recorrendo freqüentemente aos vizinhos europeus
para o transporte de correspondências. A Coroa portuguesa
chegou a estabelecer no Brasil o posto de Correio-Mor do Reino,
mas foi preciso a chegada da família real, em 1808, para que a atividade pudesse se desenvolver. Em novembro daquele mesmo
ano foi instituída a primeira legislação postal do Brasil, o
Regulamento Provisional da Administração Geral dos Correios da Coroa e Província do Rio de Janeiro. Com os anos, os serviços começaram a avançar para o interior do País e linhas regulares foram sendo criadas para as demais províncias, começando por São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso. A Declaração de Independência do País foi um outro marco simbólico na história dos correios: foi das mãos do mensageiro Paulo Bregaro, patrono dos carteiros, que chegou às mãos de Dom Pedro I, em 7 de setembro de 1822, a correspondência da Imperatriz Leopoldina informando sobre as novas exigências de Portugal em relação ao Brasil, e incitando o Imperador a proclamar a Independência.
Ciente de que um serviço postal desenvolvido era sinônimo de nação igualmente desenvolvida, Dom Pedro II, ao iniciar seu reinado em 1841, deu novo impulso e dinamismo à atividade. Foi assim que, em 1843, o Brasil se tornou o segundo País a adotar um selo como taxa de serviço postal, uma invenção inglesa de 1840 e tida como um marco na história dos correios no mundo. Nesse período, grandes transformações tecnológicas determinaram o progresso nas comunicações em todo o País: o ápice foi a implantação do telégrafo elétrico em 1852. Data dessa época o estabelecimento da primeira legião de carteiros e de condutores de malas e do sistema de entrega de correspondências em domicílio. Ainda no reinado de Dom Pedro II, são promulgados acordos internacionais para troca de correspondências e em 1877 o Brasil adere ao tratado de criação da União Postal Universal, selado em Berna, na Suíça, três anos antes.
O início do período republicano, principalmente nas primeiras
décadas do século 20, não foi dos mais frutíferos para o desenvolvimento dos correios e a qualidade dos serviços começou
a decair. Numa tentativa de reverter esse quadro, em 1931 o governo promoveu a fusão dos serviços de correios e de telégrafos, que funcionavam de forma independente. O Departamento dos Correios e Telégrafos (DTC) investiu em novos serviços e aparelhagem, mas a atividade continuou esbarrando na burocracia oficial e na falta de mão-de-obra qualificada. Foi apenas em 1969, com a criação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que o sistema voltou a ganhar em agilidade e eficiência. Dentre as medidas adotadas, destacam-se o Código de Endereçamento Postal (CEP), a criação de centros de triagem eletrônica e a instalação de uma rede postal noturna. A partir da adoção de novos modelos de gestão, a ECT conquistou sua auto-suficiência financeira em 1977, transformando o corrreio em atividade superavitária – e, agora,
cada vez mais informatizada.

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