Vadão, ex-técnico da seleção brasileira feminina de futebol e com passagens por São Paulo, Corinthians, Guarani, Ponte Preta, entre outros times

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Vadão, ex-técnico da seleção feminina

Treinador lançou Kaká no São Paulo e também passou por Corinthians, Guarani, Ponte, entre outros

 

Oswaldo Fumeiro Alvarez (Monte Azul Paulista, 21 de agosto de 1956 – São Paulo, 25 de maio de 2020), o Vadão, ex-técnico da seleção brasileira feminina de futebol e com passagens por São Paulo, Corinthians, Guarani, Ponte Preta, entre outros times.

 

Meio-campista de canhota enjoada, Oswaldo tinha lá seu valor com a chuteira nos pés. Diziam que seria promissor, embora a carreira tivesse sido restrita basicamente a clubes do interior de São Paulo – conveniente para quem nasceu em Monte Azul Paulista, distante 400 quilômetros da capital. Começou na base do Guarani em 1974 e vestiu, por exemplo, as camisas de Catanduvense, Noroeste e Botafogo de Ribeirão Preto.

Parou cedo, aos 28 anos. Mais por prudência do que por qualquer outra coisa. É que o pai, comerciante, tomou as rédeas da família para si depois que a mãe se foi quando Vadão ainda era adolescente. De modo que eles jamais sofreram necessidade, “mas também não tinham dinheiro sobrando”, como prefere recordar. Tirou proveito dos anos em que defendeu o Itapetininga, portanto, para prestar vestibular e lograr o primeiro lugar em Educação Física.

A graduação quase que coincidiu com o nascimento do primeiro filho da união com a esposa Ana, fiel companheira. A chegada do pequeno Adriano apertou as contas do casal, e a vida de jogador de futebol e seus contratos enxutos passou a trazer mais riscos que benefícios. Foi então que ele pendurou as chuteiras a fim de tornar-se preparador físico. Algo mais estável e atraente para Vadão, agora pai de família.

A convite de Pedro Pires Toledo, amigo dos tempos de Guarani, foi parar na Portuguesa. A princípio, como auxiliar; em seguida, preparador físico número um do clube. E dois anos se passaram dessa maneira: a esposa e o filho em Monte Azul, e Vadão na capital, visitando-os sempre que possível. Até acertar com o Mogi Mirim e levá-los, enfim, para morar consigo.

Histórico

Oswaldo Fumeiro Alvarez, o Vadão, tentou a sorte como jogador nos anos 70, atuando pelos times juvenis do Guarani e do Botafogo-SP. No profissional, passou por Paulista, Velo Clube e Capivariano.

Mas foi à beira do campo, como treinador, que ele fez o seu nome, sempre com a história muito ligada ao futebol do interior paulista. A começar pelo primeiro grande trabalho.

Vadão ganhou destaque com o “Carrossel Caipira” no Mogi Mirim, onde ajudou a projetar Rivaldo, Leto e Válber também eram outros símbolos daquele time que se inspirava na Holanda de 1974, com o esquema 3-5-2.

Mister Dérbi

Ele também está entre os principais técnicos do futebol de Campinas. Pelo Guarani, é o terceiro treinador que mais dirigiu o time na história. Foram 204 jogos em cinco passagens (1995, 1997-98, 2009-10, 2012 e 2017), com campanhas marcantes, como o acesso na Série B em 2009 e o vice-paulista de 2012 – quando foi eleito o melhor treinador do torneio.

À frente da Ponte, Vadão teve quatro passagens (2001-2002, 2005, 2006 e 2014). No Brasileirão de 2005, chegou a levar a Macaca à liderança antes de aceitar uma proposta do Verdy Tokyo, do Japão. Foi a sua única experiência internacional.

Também em Campinas é conhecido como “Mister Dérbi” por nunca ter perdido um clássico da cidade, seja por Guarani ou Ponte Preta. A invencibilidade é de nove jogos, com cinco vitórias (quatro pelo Guarani e uma pela Ponte) e quatro empates (três pela Ponte e um pelo Guarani).

Surgimento de Kaká

Ainda em São Paulo, ficou marcado por ter lançado o meia Kaká no profissional do São Paulo, no título do Torneio Rio-São Paulo de 2001. Um ano antes, teve uma rápida passagem pelo Corinthians, de apenas 21 jogos durante a Copa João Havelange.

Foram os dois times do “trio de ferro” que ele comandou. Portuguesa, São Caetano, Araçatuba, XV de Piracicaba, onde foi campeão da Série C do Brasileiro de 1995, e Matonense são as outras equipes paulistas no currículo do treinador.

Já em outros grandes centros, o primeiro grande trabalho de Vadão foi pelo Athletico-PR, onde conquistou o Torneio Seletivo para a Libertadores em 1999 e o Campeonato Paranaense de 2000, além de ter iniciado a montagem do grupo que seria campeão brasileiro no ano seguinte. Trabalhou outras duas vezes no Furacão, em 2003 e entre 2006 e 2007, quando foi semifinalista da Copa Sul-Americana.

Ele também deixou sua marca no Vitória, onde subiu para a Série A em 2007, e Criciúma, onde foi campeão catarinense em 2013. Já por Bahia, Goiás e Sport teve passagens mais curtas e discretas.

Seleção brasileira

A história na seleção brasileira feminina começou em abril de 2014, quando estava na Ponte e recebeu o convite da CBF. Em dois anos e sete meses durante o primeiro comando, colecionou conquistas: Copa América 2014, Torneio Internacional de Futebol Feminino 2014, Campeonato Internacional de Futebol Feminino de 2015, Jogos Pan-Americano de 2015, além do quarto lugar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Neste ano, ele foi escolhido pela FIFA o sexto melhor treinador do mundo de um time feminino.
Já o segundo trabalho na seleção feminina começou em setembro de 2017. Desta vez, ficou um ano e 11 meses, sendo campeão do Torneio Internacional de Futebol Feminino (China), em 2017, e da Copa América, em 2018.
O último torneio pela seleção foi a Copa do Mundo de 2019, com a eliminação nas oitavas de final para a França. Um mês depois do Mundial, foi demitido pela CBF e estava à espera de uma nova oportunidade para voltar ao mercado.
Vadão faleceu em 26 de maio de 2020, aos 63 anos. Ele lutava contra um câncer no fígado e estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde a semana retrasada.

Após a morte, CBF fez uma homenagem nas redes sociais e decretou a colocação de bandeiras a meio mastro em sua sede, “como manifestação de respeito e admiração pelo legado que Vadão deixa ao futebol”.

(Fonte: https://globoesporte.globo.com/sp/campinas-e-regiao/noticia – SP / CAMPINAS E REGIÃO / Por GloboEsporte.com — São Paulo, SP – 25/05/2020)
(Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia – FUTEBOL / SELEÇÃO BRASILEIRA / Por Ana Helena Goebbel e Tébaro Schmidt — Rio de Janeiro – 07/05/2019)
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