Plauto Cruz, nome que se confunde com o do instrumento no qual se tornou um mestre

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Um dos maiores músicos instrumentistas do Rio Grande do Sul

 

Plauto Cruz

Plauto da Flauta: a trajetória de um mestre (Foto: Luiz Eduardo Robinson Achutti/Divulgação)

 

Ao longo de sua carreira, gravou mais de 40 discos ao lado de grandes músicos brasileiros, como Lupicínio Rodrigues, Jessé Silva, Túlio Piva, Kleiton e Kledir, Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Ângela Maria, Silvio Caldas.

Plauto de Almeida Cruz (São Jerônimo, 15 de novembro de 1929 – Porto Alegre, 28 de julho de 2017), flautista, nome que se confunde com o do instrumento no qual se tornou um mestre, foi um dos grandes nomes da música instrumental do Rio Grande do Sul

Nascido em 15 de novembro de 1929, em São Jerônimo (57 quilômetros a oeste de Porto Alegre), Plauto de Almeida Cruz era filho do flautista José Alves da Cruz. Ele chegou a Porto Alegre aos 15 anos, onde começou a se apresentar em programas de rádio. O instrumentista era considerado um dos maiores difusores do Choro no Estado. Seu nome ficou marcado também por apresentações por todo o Litoral Norte do RS, onde transformou suas músicas em trilha sonora da região.

Plauto gravou dezenas de álbuns ao longo da carreira, acompanhando alguns dos maiores músicos do Brasil. Também foi premiado com 60 honrarias e troféus, entre elas a medalha Simões Lopes Neto, concedida pelo governo do Estado.

 

Vida e obra

 

O flautista era filho do flautista José Alves da Cruz, revelou desde a infância o talento para o instrumento. Em 1944, a família mudou-se para Porto Alegre, onde o jovem Plauto passou a se apresentar em eventos e programas de rádio.

A trajetória de Plauto foi das principais emissoras de Porto Alegre, como contratado, aos palcos do Brasil, ao lado de personalidades como Lupicínio Rodrigues, Orlando Silva e Elis Regina. Ele atuou também em programas de TV, mas foi ao viver a época de ouro do rádio que arrebatou auditórios nas emissoras Clube Metrópole, Itaí, Farroupilha, Gaúcha e Difusora.

Plauto gravou seis LPs e dois CDs como solista e mais de 40 discos como acompanhador. Foi o arranjador da música Maria Fumaça, da dupla Kleiton e Kledir, que deu o nome ao show de estreia da dupla, que levou o nome da canção e tornou-se um dos hits da carreira dos irmãos.

Plauto conquistou vários prêmios em festivais nos quais participou como flautista e compositor ao longo da carreira. Foi premiado com 60 honrarias e troféus, entre elas a medalha Simões Lopes Neto, concedida pelo governo do Rio Grande do Sul.

Tocando na noite, encantou o público nas melhores casas de Porto Alegre, entre elas, o Vinha D’Alho e o Viva Maria. Em 2010, a sua flauta ainda emitiu belas melodias todas as quintas-feiras no Bar Odeon, no Centro da Capital. Na época, em reportagem do Diário Gaúcho, sentenciou:

– A música é só amizade, é o que a gente tem de maravilhoso na vida.

 

Obras vinham sendo digitalizadas

 

Plauto Cruz gravou dezenas de obras. Muitas delas acabaram se perdendo no tempo e outra parte ainda vive, mas sem acesso fácil. Para reverter essa situação, o Acervo Plauto Cruz passou, conforme reportagem de ZH de abril de 2017, a digitalizar e colocar na internet a discografia do mestre do choro.

A plataforma escolhida pelo idealizador do projeto, o músico e pesquisador Paulinho Parada, para receber a obra foi o YouTube. No canal que leva o nome do flautista, já estão alocados, além de O Choro é Livre (1978), os álbuns Remanso (1993, com Mário Barros), Choros e Canções (1999), 26 Anos de Parceria (2003, com João Pernambuco) e Engenho e Arte (1996, com Mário Barros).

O projeto começou a ser desenhado oficialmente em 2014. A ideia, segundo Paulinho, é privilegiar a obra de Plauto como compositor e intérprete, uma vez que, como músico acompanhante, não há sequer registro da quantidade de canções gravadas por ele:

— O Plauto tocava muito, acompanhava qualquer músico que fosse gravar um disco na (gravadora) Isaec, por exemplo. Por isso, temos participações dele desde em discos de artistas que não estouraram aos grandes nomes, como Kleiton e Kledir e Lupicínio.

Como mestrando em Música na UFRGS, Paulinho estava ampliando sua pesquisa para outros grandes nomes da música gaúcha que caíram no ostracismo:

— Temos uma série de músicos e instrumentistas, que atuaram ali pelos anos 1950, 1960, 1970 e por aí adiante, mas que não se preocuparam em organizar sua obra. É um pouco de olhar e perguntar porque essa gente está esquecida e o que podemos fazer para valorizar esses artistas — comentou Paulinho. — Até para que, no futuro, não se repitam mais esses cânones europeus com tanta veemência ao invés de, por exemplo, Plauto Cruz.

Plauto Cruz, 87 anos, morreu em 28 de julho de 2017, em Porto Alegre. Em seus últimos anos de vida, o músico sofria com problemas de saúde causados pelo Parkinson e pelo Alzheimer, que ganharam força nos últimos seis anos.

Nomes como Raul Ellwanger, Guaraci Gomes, Carlitos Magallanes e Betinho Baraldo, entre outros, prestaram homenagens no velório do virtuoso flautista.

(Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/gente/noticia/2017/07 – ANO 54 – ENTRETENIMENTO – GENTE – 29/07/2017)

(Fonte: Correio do Povo – Arte & Agenda – Variedades – Música – 29/07/2017)

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