Operário só entra em consultório como pintor de paredes. Hélio Pellegrino

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Hélio Pellegrino: polêmicas políticas na psicanálise

Hélio Pellegrino (Belo Horizonte, 5 de janeiro de 1924 – Rio de Janeiro, 23 de março de 1988), psicanalista, escritor e poeta mineiro.

Um dos mais conhecidos psicanalistas brasileiros. Começou sua carreira em Minas Gerais, onde nasceu em janeiro de 1924, em Belo Horizonte dedicando-se inicialmente à psiquiatria. No seu consultório, ainda em Belo Horizonte, colocou uma placa com os dizeres: “Só um louco procura o psicanalista Hélio Pellegrino.” Na década de 40, acompanhando a revoada de intelectuais mineiros, fixou residência no Rio de Janeiro. Organizador de manifestações de rua contra o regime militar, foi aposentado compulsoriamente pelo AI-5 do cargo de médico psiquiatra, perito do Ministério da Educação e Cultura.

Nessa mesma época foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional em virtude de artigos que escreveu para o jornal Correio da Manhã. Processado, permaneceu por cinquenta dias na prisão e acabou absolvido por um Tribunal Militar em 1970. Em setembro de 1980, participou de um debate sobre sua profissão em que denunciou os altos custos dos tratamentos analíticos, o falso neutralismo político da atividade e a ignorância da maioria de seus colegas da obra de Sigmund Freud. “Operário só entra em consultório como pintor de paredes”, disse Pellegrino. Tais críticas fizeram com que fosse expulso da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro, em Janeiro de 1981.

Reintegrou-se à entidade graças a ações junto à Justiça comum. Meses depois, Pellegrino voltou a atacar a SPRJ, acusando-a de omissão no caso da participação do psicanalista Amílcar Lobo na tortura de presos políticos. Poeta e escritor bissexto, compôs, ao lado de Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino, o chamado Quarteto de Minas. Serviu de modelo para um dos personagens do romance de Sabino, O Encontro Marcado. Pellegrino faleceu dia 23 de março de 1988, aos 64 anos, de enfarte, no Rio de Janeiro.

(Fonte: http://www.caras.uol.com.br – 29 de Abril de 2009 – EDIÇÃO 808)
(Fonte: Veja, 30 de março de 1988 – ANO 20 – N° 13 – Edição n° – 1021 – DATAS – Pág; 114)

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