O primeiro que chegou ao Brasil com a finalidade de se dedicar à criação de abelhas

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O primeiro que chegou ao Brasil com a finalidade de se dedicar à criação de abelhas

O palpitante e futuroso evento da história da Apicultura em Rio Pardo , numa empolgante pesquisa inicial sobre a vida e a obra da extraordinária personalidade de pioneiro que foi FREDERICO AUGUSTO HENNEMANN, na Picada do Mel, entre os arroios Cabral e Passo da Areia, onde se estabeleceu desde que aqui chegou, no longínquo ano de 1853, com apenas duas Colméias de palha, de suas abelhinhas pretas domésticas, alemãs, as “abelhas Européias Cárnicas”, da espécie Ápis-Mellifera , fundando, após, um Estabelecimento modelar de Apicultura, a que denominou de “Fazenda Abelina”, o único em território Nacional, tornando-se por isso, o “Pai da Abelha no Brasil”, no testemunho dos Apicultores e Cientistas paulistas, Dom Amaro Van Emelen, “o meigo monge das abelhas”, Arthur Tank Bergmann e Amadeu Barbiellini que como tal, o homenagearam através de publicação Apícola de 1919.
Frederico Augusto Hannemman foi um imigrante de nacionalidade alemã, que com outros agricultores, veio participar da florescente colonização de São Leopoldo. Contava 34 anos de idade quando aqui chegou, acompanhado de sua esposa Frederica Guilhermina e uma filha nascida a bordo do navio à vela e em pleno mar, dando-lhe por isso, o nome de Cosmopolitina. O navio levou três meses para chegar a Porto Alegre.
Provinha do Reino da Saxônia e foi o primeiro que chegou ao Brasil com a finalidade de se dedicar à criação de abelhas, por métodos racionalizados mais modernos da época.
Não se agradando das condições naturais dos Sinos, para a sua especialidade, subiu de lancha o rio Jacui, fixando-se em Rio Pardo.
O local escolhido de matas e campestres em área de 180 hectares, nele, em 1868, fundou o Estabelecimento Apícola que denominou “Fazenda Abelina”.
Apresentou muitas práticas e inventos para o melhoramento da Apicultura mobilista em nosso país, destacando-se a primeira máquina Centrífuga na América, destinada para a extração do mel e aproveitamento do favos – Gaiola para Rainha – Caixas gigantes, controle de Rainhas e de enxames, etc.. Sua vida foi inteiramente dedicada às suas abelhas e ao cultivo de árvores e pomares de floração melífera (primeiros Eucaliptos nesta região, Magnólias, Jabuticabeiras, Vinhedos), ainda existentes e muitas outras espécies já desaparecidas. Daí difundiu a abelha e o sistema racional para todo o Brasil, e mesmo para alguns da América do Sul.
Possuindo cultura científica e literária, seus relatórios e artigos descrevendo a aclimatação, as excepcionais vantagens e produção das abelhas em Rio Pardo, relativamente as da Europa, para revistas especializadas da Alemanha e da Áustria e para as Associações Científicas,com as quais colaborava assiduamente, revolucionou a apicultura européia e atraiu muitos de seus compatriotas que aqui, igualmente, se dedicaram ao mesmo míster, entre eles, o notável Prof. Emílio Schenk, com ele praticando suas já consagradas experiências de 40 anos de

Apicultura Brasileira.

A Fazenda Abelina para os riopardenses, para habitantes de vários outros municípios que com suas Carretas no intenso tráfico comercial então existente, ali pousavam ou cestiavam, por ser o trânsito para a Serra, Missões ou Fronteira, era um verdadeiro Paraíso terrestre, um confortável “Paradouro” como se diria hoje.
A população rio-pardense, quase toda, aos domingos, nas mais variadas conduções, passavam o dia nos alegres pique-niques, saboreando suculentos churrascos, cafés com as famosas Cucas e Milhobroto com o Néctar da Abelhas e os saborosos vinhos por ele elaborados, tanto de uva como de mel, este uma espécie de champagna que denominavam Hidromel. Também valsas e polcas eram dançadas ao bom gosto germânico, pois tanto Hannemann como os filhos, executavam instrumentos musicais.
A Fazenda Abelina, foi portanto, o “berço” da Apicultura documentada, científica, racional, e mobilista no Brasil e onde Hannemann aclimatou, criou e difundiu a abelha européia para todo o território Nacional.
Frederico Augusto Hannemann naturalizou-se cidadão brasileiro perante à Câmara Municipal, prestando juramento a 2 de Julho de 1884. Segundo inúmeros testemunhos de freqüentadores da Fazenda Abelina, ainda existentes nesta cidade, além de difundir o consumo de mel, cera e vinhos, era geralmente estimado pela população, por seu temperamento alegre, expansivo e sempre solícito em servir à coletividade.
Sobre a vida, obra e objetos pertencentes e de invenção de Hannemann, existem expressivos testemunhos nos Arquivos de Instituições científicas na Alemanha, recentemente visitados, constatados e anotados pelo Prof. Bruno Schirmer de Santa Maria.
Pelos seus vastos conhecimentos correlatos de fruticultura, agricultura, silvicultura, fabricação de vinhos, as consultas do Governo da Província à Câmara. Municipal de Rio Pardo, nesses assuntos, eram por ele respondidas em alemão que a Câmara mandava traduzir.
Hannemann e a esposa, viveram neste município durante 59 anos pois ambos faleceram em 1912, com 93 e 92 anos respectivamente e estão sepultados em túmulo gêmeo no próprio campo da Fazenda Abelina à beira da estrada para Cachoeira do Sul, distante 10km desta cidade.
Sua descendência hoje constituída de netos, bisnetos e tataranetos espalhados pelo Estado, muitos ainda se dedicam à apicultura, principalmente os residentes no Distrito de Rincão Del Rei, neste município.
Da Fazenda Abelina, resta ainda, parte da casa com o letreiro em relevo, bem como os tanques de fermentação de vinho e depósitos de mel, construídos de cimento e 80 hectares de campo já em mãos de terceiros, sem a mínima conservação do que foi aquele “paraíso” dos Homens e das Abelhas.
Neste local de tanta evocação histórica, envolvendo acontecimento Nacional sobre economia tão relevante, indiscutivelmente o BERÇO DA APICULTURA BRASILEIRA, NADA MAIS JUSTO DO QUE CONSIDERÁ-LO, “MONUMENTO NACIONAL DA APICULTURA, anexando-lhe de imediato, a criação de estudos, práticas Apícolas e Silviculturas, visando para futuro próximo a transformação, em ESCOLA TÉCNICA DE APICULTURA, na mais aprimorada Instituição, perpetuando aquele PIONEIRISMO, para cujas finalidades, estamos estudando, trabalhando e promovendo gestões junto à comunidade, a estudiosos e aos Poderes Públicos, a fim de vermos realizado este empreendimento de tanta utilidade sócio-cultural-profissional e de relevante significado para a economia Nacional, para toda uma vasta região do Rio Grande do Sul. É ainda o mel uma riquíssima substância de indiscutível valor dietético-salutar, propiciando a prática da Apicultura, também, conhecimentos científicos, apreciáveis produções na agricultura e na fruticultura pela perfeita polinização, fornece igualmente, trabalho e rendosa indústria de produto “in-natura” ao homem do campo, explorando recursos naturais.

(Fonte: www.fargs.org)

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