O primeiro lingote de alumínio brasileiro

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O primeiro lingote de alumínio brasileiro

No dia 26 de março de 1945, o Brasil produzia seu primeiro lingote de alumínio, pela Eletro Chimica Brasileira, instalada em Ouro Preto por Américo Gianetti.

Américo Renê Giannetti entrega lingote de alumínio produzido em Saramenha, MG, ao Pres. Getúlio Vargas. Março/1945. (blogspot.com)

Março/1945: Américo Renê Giannetti entrega lingote de alumínio produzido em Saramenha, MG, ao Presidente Getúlio Vargas. (blogspot.com)

Ela saiu dos fornos da Eletro Chimica Brasileira e foi entregue, por seu fundador, Américo René Gianetti, ao então presidente Getúlio Vargas.

Realizava-se, assim, o sonho de um brasileiro, que, com muita tenacidade e disposição, lançou a semente para que seu País se transformasse, apenas quatro décadas depois, num dos grandes produtores mundiais de alumínio.

O sonho começou a ganhar consistência em 1934, quando Gianetti, um gaúcho radicado em Minas Gerais, sabendo da grande potencialidade do subsolo mineiro e com a concessão da exploração das jazidas de bauxita da região de Ouro Preto nas mãos, lançava, em julho, a pedra fundamental de sua Eletro Chimica Brasileira S.A., mais tarde Elquisa. Finalidade inicial: fabricar produtos químicos, entre os quais ácido sulfúrico, sulfatos, soda cáustica e cimento aluminioso.

Mas o verdadeiro objetivo de Giannetti – produzir alumínio – só recebeu sinal verde do governo em 1938, quando passou a interessar aos planos de desenvolvimento para a indústria aeronáutica brasileira. Falta de gasolina, e na necessidade de construir uma hidrelétrica, retardaram o início das obras para 1942. Exatamente na época em que os alemães intensificaram os ataques submarinos, criando uma série de problemas para a chegada das máquinas importadas: era difícil conseguir espaço nos navios e as despesas com armazenagem e seguros marítimos aumentavam constantemente.

Mas as dificuldades de mercado obrigaram a interrupção da produção em 1946. E, quatro anos depois, a Elquisa passou para o controle acionário da então Alumínio Brasil S.A. – Alubrasil.

É exatamente a partir deste momento que todas as histórias paralelas convergem para um ponto comum, pois a Alubrasil pertencia ao grupo canadense Aluminium Ltd. (mais tarde, Alcan), que já havia comprado a Rochedo (antes pertencente à Metalúrgica Matarazzo) e o setor de laminação da Estamparia Caravellas.

Em 1951, Saramenha voltou a produzir alumínio, agora com assistência técnica canadense, e para a Alubrasil, empresa que, em 1966, passou a chamar-se oficialmente Alcan Alumínio do Brasil – ALCANBRASIL.

Mas para contar sua história e compreender a importância que teve como indústria pioneira, é necessário voltar a 1913, quando máquinas inglesas de uma pequena fábrica instalada no bairro do Bom Retiro (SP), e, que nem nome tinha, fabricaram os primeiros artefatos de alumínio do Brasil. Quatro anos mais tarde, surgindo a marca Rochedo.

Nos anos seguintes, através de uma série de compras e fusões a modesta fábrica deixou de existir, surgindo em seu lugar a Metalúrgica Matarazzo, que, na época, detinha a marca Rochedo.

Além da Metalúrgica Matarazzo, várias outras produziam artigos e laminados, entre elas a Estamparia Caravellas, também paulista.

Mas todas dependiam de matéria-prima importada. Situação que perduraria até o início dos anos 50, quando, realmente, se produziu alumínio no Brasil.

(Fonte: Veja, 3 de abril de 1985 -– Edição 865 -– ECONOMIA -– Pág: 119)

Empresário mineiro, Américo René Giannetti nasce em 1896. Ocupa o cargo de Secretário de Agricultura no governo de Milton Campos ( 1947-1951), época em que  desempenha papel importante no processo de transformação da Escola Superior de Agricultura e Veterinária – ESAV em Universidade Rural do Estado de Minas Gerais – UREMG, concretizado por meio da Lei nº 272, de 13.11.1948

Ainda como Secretário de Agricultura atendeu de pronto à necessidade da UREMG, de construção de 40 casas para professores, na expectativa da vinda de professores norte-americanos e suas famílias, no início da década de 50, para o Projeto Purdue-UREMG, uma vez que Viçosa não dispunha de residências com perfil de acomodação exigido pelo Projeto.

O conjunto residencial de professores, localizado na entrada esquerda do campus da UFV, que funcionou até o final da década de 90, foi batizado com o nome de Vila Giannetti, em homenagem a seu benfeitor.

Com a entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial, o governo Vargas incentiva o empresário Giannetti  a produzir alumínio,  que até então  era totalmente importado. Lutando com enormes dificuldades, Giannetti consegue superar os inúmeros obstáculos, agravados pela guerra, fazendo a primeira corrida do metal em Saramenha, no dia 25 de março de 1945. Em 1950, a empresa é comprada pelo grupo canadense ALCAN.

Falece, em Belo Horizonte, em 1954.

(Fonte: http://www.personagens.ufv.br – Personagens e Pioneiros da UFV)

A Universidade Federal no Seculo XX. 2006 – Edson Potsch Magalhães

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