O primeiro enfermeiro caingangue do país, Pedro Salles.

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Primeiro enfermeiro guarani do RS inicia trabalho
Zico da Silva integra, desde o início da semana, a equipe da Assessoria de Saúde Indígena da Funasa em Porto Alegre

O primeiro enfermeiro da etnia guarani do Rio Grande do Sul, Zico da Silva, 27 anos, começou a trabalhar segunda-feira na Assessoria de Saúde Indígena (Assai) da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O rapaz que saiu da aldeia da Estiva, em Viamão, para os bancos da faculdade do Centro Universitário Metodista Sul (IPA), onde se formou neste ano, agora integra a equipe de profissionais de Porto Alegre responsáveis pela supervisão das equipes de saúde nas aldeias e acampamentos de todo o Estado. O guarani atuará com a enfermeira Rosângela da Silva e o terapeuta ocupacional Claudemir Vaz, da etnia caingangue.

”Estamos consolidando política de introduzir profissionais indígenas das etnias caingangue e guarani dentro da Assai, atendendo ao que foi indicado na 4ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, em 2006”, explica o chefe da Assai, Jair Pereira Martins. Com isto, diz, os índios começam a exercitar o controle social e a participar de todo o planejamento e desenvolvimento das ações de saúde nas aldeias e acampamentos.

O novo membro teve acolhida calorosa na Assai. Foi recepcionado pelo coordenador regional, Gustavo de Mello, e pelo representante do Conselho Distrital Indígena – Litoral Sul, Mário Karaí. ”Desde a criação da Funasa para atender à saúde indígena no país, em 1999, o objetivo foi estimular a parceria de índios e brancos, entre os funcionários e técnicos, visando a uma melhor compreensão das peculiaridades da saúde indígena”, diz Karaí.

Zico da Silva conta que fez a faculdade de Enfermagem já pensando em trabalhar com a sua comunidade de origem: ”Nas aldeias há possibilidades muito amplas de realização do nosso trabalho e espero, aos poucos, contribuir para que a saúde do indígena seja melhor compreendida, pois o modo de o índio ver a saúde e a doença é diferente.” Ele foi influenciado pelo pai, o ex-cacique Juarez da Silva, já falecido, que ajudou na estruturação do subsistema de saúde indígena do SUS, quando a Funasa assumiu esse serviço. Hoje, atuam nas 106 aldeias e nos 23 acampamentos do Estado 111 agentes indígenas de saúde e 45 agentes indígenas de saneamento, sem formação superior, dois enfermeiros e 16 técnicos de enfermagem. Na Funasa, na aldeia de Muliterno, também trabalha o primeiro enfermeiro caingangue do país, Pedro Salles.

(Fonte: Correio do Povo – Ano 115 – Nº 051 – 20/11/09)

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