O primeiro ex-presidente da França a ser julgado por acusações de corrupção

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Sarkozy será o primeiro ex-presidente francês a ser julgado por corrupção

Ele é acusado de tentar obter informações secretas de um juiz. O julgamento deve se estender até 22 de outubro, anunciou em 8 de janeiro o Tribunal de Paris.

 

Sarkozy será 1º líder francês a responder por corrupção

 

A data foi definida: Nicolas Sarkozy será em 5 de outubro o primeiro ex-presidente da França a ser julgado por acusações de corrupção, em um caso em que ele é acusado de tentar obter informações secretas de um juiz.

O julgamento deve se estender até 22 de outubro, anunciou em 8 de janeiro o Tribunal de Paris.

Este será o primeiro julgamento em várias investigações abertas contra Sarkozy, que foi presidente de 2007 a 2012.

Jacques Chirac, que morreu em setembro de 2019, foi o primeiro ex-presidente francês julgado, mas não por corrupção – ele foi considerado culpado em 2011 por peculato e uso indevido de fundos públicos durante seu período como prefeito de Paris.

Sarkozy, 64 anos, é acusado de tentar obter, por meio de de seu advogado Thierry Herzog, informações secretas do então juiz Gilbert Azibert em 2014, sobre outro caso que depois foi indeferido. Em troca, o juiz teria recebido ajuda para obter um cargo em Mônaco.

 

Corrupção e tráfico de influência

Em junho passado, os juízes de apelação rejeitaram um recurso de Sarkozy, Herzog e Azibert no caso de corrupção e tráfico de influência. Herzog e Azibert também serão julgados por violação do sigilo profissional. Os advogados dos três homens se recusaram a comentar na quarta-feira.

Desde que perdeu para François Hollande, do Partido Socialista, e deixou o cargo, em 2012, Sarkozy enfrentou uma série de acusações de corrupção e financiamento de campanhas, as quais ele rejeita.

Em outubro passado, um tribunal decidiu que ele deve ser julgado por financiamento ilícito de sua campanha presidencial de 2012 – uma acusação pela qual arrisca uma pena de prisão de um ano e uma multa. Nenhuma data de julgamento foi definida então.

Nesse caso, os promotores dizem que Sarkozy gastou quase € 43 milhões em sua campanha (perdida) para a reeleição de 2012 – quase o dobro do limite legal de € 22,5 milhões – usando notas falsas.

“Criminoso experiente”

Ele disse que não tinha conhecimento da fraude dos executivos da empresa de relações públicas Bygmalion, que estão entre as 13 pessoas que estão sendo investigadas no caso.

Sarkozy também foi acusado de ter aceitado milhões de euros do falecido ditador líbio Muammar Kadhafi para a sua primeira campanha presidencial, em 2007. Sarkozy se aposentou da vida política depois de ser derrotado nas prévias de seu partido, em 2016.

Em sua acusação pelo caso de corrupção, o Ministério Público comparou as ações de Sarkozy com as de “um criminoso experiente” e criticou as táticas de seus advogados, que disse “paralisar” a investigação.

O caso tem origem na interceptação de conversas telefônicas entre o ex-presidente e seu advogado, realizadas como parte da investigação das alegações de financiamento da Líbia.

Os investigadores descobriram na época que Sarkozy estava usando um chip de celular pré-pago supostamente com o único objetivo de se comunicar com seu advogado.

As escutas telefônicas foram julgadas admissíveis por um tribunal de apelações em 2016, mas ainda poderiam alimentar uma amarga batalha legal no julgamento.

Outros políticos

Outros políticos franceses importantes também já foram acusados de má conduta financeira, como os ex-primeiros-ministros Edouard Balladur, François Fillon e Alain Juppé.

Fillon, que foi primeiro-ministro de Sarkozy e depois o venceu nas prévias de seu partido, Os Republicanos (direita), em 2016, não passou ao segundo turno da disputa à presidência em 2017 depois de ser acusado de usar fundos públicos para pagar à esposa por um emprego fantasma como assistente parlamentar.

Juppé, primeiro-ministro de Chirac, recebeu uma sentença de prisão suspensa em 2004 por um escândalo de financiamento do partido.

Balladur, 90, é acusado de violar o financiamento de campanhas.

(Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/08 – MUNDO / NOTÍCIA / Por RFI – 08/01/2020)
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