Foi o mentor do primeiro grande esquema de pirâmide financeira

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Conheça 7 esquemas de pirâmide financeiras que entraram para a história

Charles Ponzi, foi o mentor do primeiro grande esquema de pirâmide financeira

Diz a sabedoria popular que sete é conta de mentiroso. E iludidas por promessas de lucros fáceis, milhões foram enganados por meia dúzia de vigaristas. Ou melhor, sete deles. O esquema de pirâmide financeira traz a ideia falsa de ganhar dinheiro fácil e é proibido no Brasil. Confira os principais esquemas que levaram empresas e milhões a perderem muito dinheiro.

Ponzi, o pioneiro

 

Parecia um investimento promissor em 1920: 50% de rendimento em 45 dias e 100% em 3 meses. Assim o ítalo-americano Charles Ponzi convenceu milhares de norte-americanos a comprar cupons postais estrangeiros e trocar por selos dos EUA a valores maiores. Só que o dinheiro vinha dos depósitos de novos membros e não dos cupons. O esquema ruiu em seis meses, Ponzi foi preso e deportado para a Itália antes de mudar para o Brasil e morrer na pobreza, em 1949. O sobrenome Ponzi virou sinônimo de esquema de pirâmide.

“Inspiração” de investidor, Charles Ponzi morreu pobre no Brasil, há exatos 60 anos

No dia 18 de janeiro de 1949, o Hospital São Francisco, no centro do Rio de Janeiro, registrava a morte do italiano Charles Ponzi. Cego, vítima de um infarto, ele não tinha família no Brasil. Internado na ala dos indigentes, era o mesmo homem que, três décadas antes, tinha uma vida luxuosa e que quase comprou um banco nos Estados Unidos. Até sua rede de fraude, imortalizada como “Esquema Ponzi”, cair por terra.

O homem que inspirou o investidor Bernard Madoff (acusado de fraudes de até US$ 50 bilhões) começou seu negócio na década de 1910, alguns anos depois de emigrar para os EUA.

Na ocasião, descobriu que os selos de retorno postal vendidos no país eram muito mais caros que os comprados na Europa. Passou, então, a comprar e a revender selos do correio internacional e conseguir lucros elevados. Para expandir seu negócio, passou a captar dinheiro com outros imigrantes em troca de alta rentabilidade. Até o negócio desmoronar, e Ponzi acabar parando no Brasil.

Quase um século depois, Madoff também prometia altos rendimentos aos seus investidores. Em vez dos selos de Ponzi, o ex-presidente da Nasdaq dizia aplicar em fundos igualmente fabulosos. Entre seus clientes, estavam, principalmente, membros e instituições da comunidade judaica, que, igualmente aos imigrantes italianos do início do século, confiaram o seu dinheiro a um dos membros de sua comunidade.

Assim como Madoff, Ponzi vivia uma vida de luxo em Boston, após enriquecer. Sua fama cresceu, ele contratou agentes e montou um pequeno império.

“Ele administrava milhões de dólares em investimentos, que só faziam crescer, com as pessoas hipotecando as próprias casas”, diz o jornalista americano Mitchell Zuckoff, autor de “Ponzi’s Scheme: True Story of a Financial Legend” (“Esquema Ponzi: A Verdadeira História de uma Lenda Financeira”, em tradução livre). Cerca de 17 mil investidores deixaram seu dinheiro nas mãos de Ponzi.

A rentabilidade fenomenal começou a levantar suspeitas e o jornal “The Boston Post” passou a investigá-lo, descobrindo que, para sustentar o negócio, Ponzi teria de comercializar 160 milhões de selos de retorno postal. Mas apenas 27 mil selos circulavam no país.

A notícia fez uma multidão de investidores reclamar seu dinheiro, em 1920. Ponzi se fez de vítima, pagou a alguns e convenceu a maioria a manter as aplicações. Contratou até um relações-públicas, James McMasters, para gerir o escândalo. Conseguiu segurar a situação por mais alguns meses, até McMasters vender os detalhes da negociata ao jornal.

Ponzi acabou preso e, em 1934, foi deportado à Itália. Em 1941, desembarcou no Brasil, como funcionário da antiga companhia de aviação Ala Littoria. Por razões desconhecidas, deixou a empresa e passou a viver no subúrbio de Engenho Novo, na zona norte do Rio, de onde mantinha uma intensa e apaixonada correspondência com Rose, sua ex-mulher, que ficara nos EUA. Eles não tiveram filhos, eram divorciados.

“A impressão que tenho de suas cartas é que ele estava feliz no Brasil, mas queria voltar para Rose e para os Estados Unidos, não para a Itália”, afirma Zuckoff. “Ele tentou a sorte com alguns negócios. Numa carta, ele pergunta a Rose qual tipo de batom ela usava. Ele queria vender batons no Brasil. Ele estava sempre tentando fazer dinheiro de alguma forma.”

Nos últimos anos, doente e cego, Ponzi nem conseguia escrever. “As cartas eram escritas por um vizinho” chamado Antonio, segundo Zuckoff. Foi ele quem avisou Rose da morte de Ponzi, aos 66 anos, num dia quente de verão de 1949.

 

Bernie Madoff, o maior de todos

 

O EX-INVESTIDOR AMERICANO BERNIE MADOFF DURANTE JULGAMENTO DO ESQUEMA FRAUDULENTO QUE LEVOU DEZENAS A PERDER US$ 65 BILHÕES (FOTO: STEPHEN CHERNIN/GETTY IMAGES)

 

Bernie Madoff comandou a maior fraude financeira da história, com prejuízos estimados em até US$ 65 bilhões.

 

Por pelo menos 16 anos, Bernie Madoff “cuidou” do dinheiro de famosos do show business, do mercado financeiro e de instituições com promessas de rendimento mensal de 1%. O resultado? Prejuízos acumulados de US$ 65 bilhões, prisão de Bernie Madoff em 2008, pena de 150 anos e suicídio do seu filho, Mark, em 2010. Em 2017, sua história foi contada no filme ‘O Mago das ‘Mentiras’, no qual foi interpretado por Robert De Niro.

 

Paulo Roberto Andrade, o “engordador”

 

Nos intervalos de ‘O Rei do Gado’, sucesso em meados da década de 1990, o ator e protagonista Antônio Fagundes se tornava garoto-propaganda das Fazendas Reunidas Boi Gordo. Prometendo rendimentos de 42% em 18 meses a partir da comercialização de bezerros para engorda, ele faturava mesmo era com a entrada de novos investidores e lesou 30 mil pessoas em cerca de US$ 4 bilhões. Paulo Roberto Andrade, mentor do esquema, foi multado em R$ 20 milhões e proibido de administrar companhias abertas por 20 anos.

Jerson Maciel Da Silva, o mestre avestruz

 

No início do século XXI, mais de 40 mil pessoas – a maioria de Goiás – decidiram investir na criação de avestruzes. A empresa Avestruz Master, que intermediava a compra de aves e prometia adquiri-las dos investidores em até 18 meses, com lucro garantido. Com forte campanha publicitária, teria vendido 600 mil aves quando na verdade tinha apenas R$ 38 mil. A Avestruz Master faliu em 2005 e foram presos o presidente Jerson Maciel da Silva, sua esposa, seu genro e dois filhos, além de indenizar as vítimas em R$ 100 milhões.

James Matthew Merrill, a voz da culpa da TelexFree

 

Em tempos pré-whatsapp, a TelexFree oferecia o Voip (Voice Over IP), que permitia ligações telefônicas via internet. A empresa brasileira Ympactus Comercial se apresentava como filial da TelexFree americana, tão suspeita que nem sede física tinha. James Matthew Merrill admitiu a fraude à justiça de Massachusetts em 2016. No Brasil, a TelexFree chegou a patrocinar a equipe de futebol do Botafogo em 2014 e estima-se que deva mais de R$ 3 bilhões aos investidores. Em 2019, a “filial” brasileira teve a falência decretada.

Dona Branca, a “Banqueira do Povo” que enganou milhares de portugueses

 

De origem pobre e sem formação básica, Maria Branca dos Santos desenvolveu um esquema que funcionava a partir do recrutamento de investidores no qual quem indicava tinha 10% do valor investido pelo novo membro, além de empréstimos a juros altíssimos. Iniciado na década de 1970, o esquema chegou ao ápice no início da década de 1980 até desmoronar. Dona Branca foi presa em 1984 e condenada a 10 anos de cadeia, mas a pena foi reduzida por conta da saúde debilitada. Morreu em 1992, cega e na miséria.

Ioan Stoica, o grande golpista do Leste Europeu

 

Até onde vai a capacidade de enganar tanta gente de uma só vez? Em 1992, no frescor do desmoronamento dos regimes comunistas do Leste Europeu, Ioan Stoica surfou na onda da “conversão” para o capitalismo e convenceu entre um décimo e um terço (ou até metade, segundo algumas estimativas) da população romena a entrar na Caritas, pirâmide que prometia multiplicar oito vezes a quantia aplicada em apenas três meses. Estima-se que até US$ 5 bilhões circularam na pirâmide antes do esquema ruir.
(Fonte: https://br.financas.yahoo.com/noticias – NOTÍCIAS / FINANÇAS / Redação Finanças / Yahoo Finanças – 15 de outubro de 2019)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro – FOLHA DE S.PAULO / DINHEIRO / MERCADO / Por MAURÍCIO MORAES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA – São Paulo, 18 de janeiro de 2009)

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