Murray Gell-Mann, considerado um dos físicos mais importantes do século XX, desenvolveu a teoria dos quarks e venceu o Prêmio Nobel em 1969

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Murray Gell-Mann, vencedor do Nobel de Física

 

Murray Gell-Mann em 2003. (Foto: Jane Bernard / AP)

 

Considerado um dos físicos mais importantes do século XX, Gell-Mann desenvolveu a teoria dos quarks e venceu o Prêmio Nobel em 1969

 

 

Murray Gell-Mann (Nova York, 15 de setembro de 1929 – Santa Fé, Novo México, 24 de maio de 2019), físico americano que desenvolveu a teoria dos quarks e venceu o Prêmio Nobel de Física em 1969.

 

Considerado um dos físicos mais importantes do século XX, ele desenvolveu na década de 1960 a teoria, segundo a qual as partículas subatômicas – prótons e nêutrons – eram compostas por subunidades pareadas.

 

Mais tarde, experimentos confirmaram a existência das partículas, um tema constante de estudo por parte dos físicos, incluindo os do chamado “Grande Colisor de Hádrons”, o maior acelerador de partículas do mundo.

 

Em seus estudos, Gell-Mann estabeleceu um critério para colocar partículas em grupos de oito em função das características como a carga elétrica ou a rotação.

Ele o batizou de “caminho óctuplo”, o que rendeu a vitória no Prêmio Nobel de Física de 1969.

 

Nascido na cidade de Nova York em 15 de setembro de 1929, Gell-Mann foi estimulado a estudar Física por seu pai e obteve o doutorado na disciplina pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts em 1951.

 

 

Murray Gell-Mann foi desencantar o nome quark, segundo dizem, a uma frase do último (e talvez o mais complexo) livro de James Joyce Finnegans Wake. Mas o importante nesta história é o fato de o físico norte-americano ter escolhido a palavra “quark” para nomear as minúsculas partículas elementares que integram toda a matéria. Pela teoria que o levou até ao quark e que marcou o campo da física, Murray Gell-Mann recebeu o Préêmio Nobel da Física de 1969. Na sexta-feira, morreu com 89 anos na sua casa, em Santa Fé, Novo México, nos EUA.

 

A notícia da sua morte foi confirmada este domingo pelo Instituto Santa Fé e todos os obituários já publicados lembram que Murray Gell-Mann “trouxe ordem ao Universo”. De uma forma muito genérica, dedicava-se a estudar a simplicidade, complexidade, regularidade e aleatoriedade. Foi assim que ajudou a descobrir e classificar partículas elementares que hoje conhecemos por quarks.

 

 

 

 

Palavra de cientista

 

 

O físico norte-americano nasceu em Nova Iorque em setembro de 1929 e licenciou-se em física em 1948, na Universidade de Yale, completando o doutoramento no Instituto de Tecnologia do Massachusetts, em 1951. Mas a física não foi o seu único foco de interesse na vida. Os vários relatos sublinham que a formação acadêmica de Murray Gell-Mann terá sido muito influenciada pelo pai e que desde cedo revelou um especial interesse por linguística.

 

 

Filho de uma família judaica de imigrantes, é muitas vezes referido como uma criança prodígio por ter aprendido a ler com apenas três anos de idade. Gostava de arqueologia, arte e línguas, desde o latim ao francês e castelhano. Em 1994, já com uma longa e vitoriosa carreira no campo da física, não terá resistido à tentação das letras e escreveu o livro O Quark e o Jaguar para apresentar a sua teoria a leigos, com palavras e conceitos simples.

Já dissemos que foi inspirado num romance de James Joyce que Murray Gell-Mann deu o nome ao (hoje célebre) quark. O texto referia a dada altura “três quarks para Muster Mark!” continuando para uma rima com a palavra “bark” (latido), reforçando-se o mesmo som. O físico norte-americano agarrou-se à palavra que pode ter vários significados, entre os quais um tipo de queijo, e ao facto de a afirmação incluir o número “três” que, justificou, encaixava perfeitamente na forma como os quarks estão na natureza. A palavra escolhida – por causa do som, não do seu significado – foi mais importante do que parece. Isto porque houve outros investigadores que reclamaram ter chegado à mesma proposta da existência de partículas elementares.

 

 

O físico George Zweig apresentou o mesmo conceito na mesma altura (em 1964) e de forma independente de Murray Gell-Mann, mas chamou-lhes “ases”. O nome não vingou, está claro. O investigador israelita Yuval Ne’eman também garantiu que fez a descoberta antes de Murray Gell-Mann, mas sem dar qualquer nome às elementares partículas, apresentando artigos publicados em datas anteriores ao enunciado do cientista norte-americano. Foi Murray Gell-Mann quem nomeou os quarks. O segredo do sucesso do físico norte-americano que tanto gostava de linguística terá passado também por ter encontrado a palavra certa?

 

Murray Gell-Mann faleceu em 24 de maio de 2019, aos 89 anos, em Santa Fé, Novo México, nos EUA, anunciou o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), onde ele foi professor.

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.410 – 28 de MAIO de 2019 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 27)

(Fonte: https://istoe.com.br – Edição nº2578 – Tecnologia & Meio ambiente / Por Agência France-Presse (AFP) – 26.05.2019)

(Fonte: https://www.publico.pt/2019/05/27/ciencia/noticia – CIÊNCIA / NOTÍCIA / Por Andrea Cunha Freitas – 27 de Maio de 2019)

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